Capítulo 4

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Boa tarde anjos, como estamos? Espero que bem!

Alguém sabe me responder se a Stefania já voltou pros EUA? Essas últimas semanas eu tô muito desinformada scrr

Atualização básica pra vocês, espero que gostem.

Boa leitura e até as notas finais.
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Maya Bishop Point Of View.
Seattle - Washington.

Meus punhos começavam a reclamar, girei sobre meus pés e dei um soco em salto com força no saco, em demonstração para o grupo de alunos que me assistiam sentados ao redor, é importante estar em constante treinamento, mas tão importante quanto é que eles vejam a prática de golpes, os estimula a se esforçar e aprender.

- Lembrando que ninguém deve tentar esta prática em casa, sozinhos e sem a minha supervisão um golpe mal feito pode ter sérias consequências. - Alertei, eles concordavam com a cabeça, em silêncio. - Alguma pergunta? - Ainda gesticulando, eles negaram.

- Eu tenho uma. - O menino estendeu o braço no alto, sinalizei para que continuasse. - Quando vamos estar prontos para participar de um campeonato? 

- Essa é uma boa pergunta, obrigada Timote.

O garoto de cabelos castanhos, sardas e olhos grandes e expressivos assentiu, apoiando o queixo na palma da mão enquanto matinha sua atenção em mim.

- Bom, acabamos de começar essa turma, há um longo caminho pela frente e vamos trabalhar para isso, pois sim, espero levar alguns de vocês para o campeonato estadual de Muay Thai deste ano. Depende apenas da nosso desempenho, mas acredito que nos sairemos bem, estou certa?

- SIM MESTRE! - Responderam simultâneamente.

- Ótimo, por hoje estão liberados, espero todos amanhã no mesmo horário. - Encerrei a aula. - Timote, posso falar com você um instante?

Todos saíram e ele continuou sentado esperando o lugar esvaziar, sentei ao seu lado com as pernas cruzadas.

- Quer dizer que pretende participar do campeonato? Veja só, geralmente é um pouco arriscado, nada extremo, mas existem riscos de lesões, algo que pode ser pequeno porém dolorido, e eu não tenho certeza se sua mãe te deixaria participar, pelo que vi ontem ela parece irredutível.

- Não se preocupe, meu pai pode convencê-la, só ele pode na verdade.

- Entendi, se você está seguro disso, nos vemos amanhã? - Fizemos um high-five.

- Está tudo bem se eu esperar na sua sala? Não fique chateada com a Mamma, ela é médica, por isso está sempre atrasada.

Sorri com a inocência do pequeno, ao pensar que me chatearia por ficar mais alguns minutos em sua presença, levantei e estendi a mão para ele. 

- Vamos combinar duas coisas; 1° assim que o treino acabar, você pode me chamar só de Maya. 2° você pode ficar por aqui o tempo que quiser e precisar, não se preocupe quanto a isso, você inclusive pode ser meu ajudante, o que acha?

- EU POSSO?

- Você já é. - Entreguei dois pares de luvas a ele enquanto recolhia o restante.

A felicidade em ajudar com algo tão simples, organizamos o ginásio enquanto ele me contava sobre seus pais, e eu diria que a família deles saiu de um comercial de televisão, pelo menos para Timote, através de sua narração, eles pareciam saudáveis, felizes e amorosos.

Na minha sala, ficou completamente encantado em frente ao armário de troféus, suas pequenas mãozinhas tocavam o vidro, admirando. Me acomodei na cadeira e liguei o computador, uma última pasta para revisar, e não vou negar que estava extremamente cansada, Timote sorriu quando percebeu que eu o encarava e voltou a se sentar no sofá, esperando pela mãe, que alguns minutos depois bateu na porta, levantei para atendê-la.

- Olá Maya, o Timote está por aqui?

- Oi, sim, ele está sim. - Virei olhando-o - Ei garoto, sua mãe chegou.

O pequeno correu para abraçar a morena, sendo retribuído com a mesma intensidade, ele sorriu para ela quando ganhou um beijo estalado em sua bochecha e segurou em sua mão.

- Você pode esperar por mim no carro meu bem? Preciso falar com a instrutora um segundo.

Ele concordou e saiu, Carina esperou ele se afastar e coçou a garganta, me encarou sorrindo levemente e começou a falar.

- No que posso ajudá-la? - Questionei.

- Eu gostaria de saber como ele está indo, se há algo que eu precise saber, até mesmo se ele tem a disposição de praticar golpes mais pesados.

Não me contive, comecei a rir, praticamente na cara dela, o que a fez desmanchar a pose de séria, Carina com certeza tinha mil e uma preocupações, e mil delas eram apenas sobre Timote.

- Desculpe pela minha falta de postura, mas você não tem com o que se preocupar, Timote acabou de começar, nem mesmo sabe o que é um jab, fique tranquila, para maiores demostrações pedirei sua autorização, claro, sua e de seu marido, os pais são sempre os primeiros a saber o que seus filhos estão aprendendo, tem a minha palavra.

- É que... Bom... Pelo visto o Andrea não te explicou a história toda, na verdade nós somos irmãos, e Timote é meu sobrinho, a mãe biológica não o quis e fui eu quem ajudei a criá-lo. Sou a única figura materna que teve, por isso acostumou-se a me ter como mãe.

Fiquei completamente sem graça, provavelmente corando, nem era tão difícil de reparar, ela não usava aliança, nem o pai do menino, mandou mal Maya.

- Oh eu... Eu pensei que... Me desculpe mais uma vez, eu realmente pensei que fossem casados, já que também possuem o mesmo sobrenome, agora tudo se encaixa.

- Pode parecer estranho para vocês aqui dos EUA mas na Itália esse tipo de situação é completamente comum, apesar de sermos bastante conservadores, também somos muito família e fazemos de tudo pelos nossos, coisas como ajudar a criar o sobrinho.

- Não se preocupe, acontece por aqui também, e na minha opinião não se trata de culturas e sim de pessoas.

- Eu concordo com você. Preciso ir, nos vemos amanhã, Maya.

- Tenha uma boa noite, Carina.

Ela sorriu e apertou a minha mão, dando-me as costas e saindo, fiquei parada na soleira da porta me questionando, eu não tinha como saber, Timote não fez parecer que ela não era sua mãe biológica, o garoto realmente a ama como se tivesse nascido dela, a história deles no entanto era comovente, vindos da Itália para os EUA, algo que já não é fácil, adaptar-se em outro continente, no entanto eles aparentam ser excelentes como família e como pessoas.

Ouvi dizer que os Italianos são genuinamente amáveis.

- Essa mãe do seu aluno é uma gracinha, você não acha? - Gibson surgiu atrás de mim, virei fuzilando-o com meu olhar. - O que é? Vai dizer que estou errado, a mulher é linda, você mesma viu Bishop.

- Não fico reparando nas mães dos meus alunos.

- Mas deveria, essa por exemplo, se já não teve, terá uma quedinha por você.

- Você só aparece para falar asneiras.

- Você que é rabugenta demais para alguém da sua idade.

Revirei os olhos e passei por ele, apesar da ironia, não estava errado, Carina era linda, desde o seu tom de pele ao timbre da voz, ela usava casacos longos e camisas de seda que davam a ela uma estética impecável, seu rosto nunca poderia ser esquecido, as linhas dele marcavam qualquer memória, e com certeza exalava o sotaque Italiano em seu inglês quase perfeito, mas eram apenas detalhes que reparei desatentamente, e não deveria estar enumerando-os agora.

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Uhm, o Gibson sacando no ar hehehe

Gostaro? Olha, eu não prometo, mas se tudo correr bem, eu voltou ainda hoje ou amanhã, ok?

E se quiserem trocar uma idéia comigo, meu twitter tá aqui no meu perfil, quem não tem twitter pode chamar no ig mesmo. (@blossbello)

Bom, até mais, cuidem-se e beijos.

𝙵𝚎𝚊𝚛 𝚃𝚘 𝙻𝚘𝚜𝚎Onde histórias criam vida. Descubra agora