Todo mundo tem seus demônios.

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⚠️ Gatilho: Crise de ansiedade e uso excessivo de medicamentos⚠️

ᴊᴀsᴍɪɴᴇ.

Durante a próxima semana, tudo estava bem. Fui umas 3 vezes na casa de Topper, conheci os pais dele. Os Thornton chegaram até a pensar que tínhamos algo, mas meu amigo garantiu que não passava de uma ótima amizade.
Sarah e eu conversávamos todos os dias por mensagens, exceto quando ela vinha aqui em casa junto com a Rose, que tomava chá junto a Valquire e falavam da vida de quase todo o Figure 8.

Top e Sarah eram as pessoas mais próximas a mim, situação meio engraçada por eles serem ex namorados, cujo não se falavam mais. Eles dizem que tem uma relação de "amizade", mas praticamente não trocam nem 10 palavras quando se vêem.

Quanto ao Rafe... Bom, nós somos obrigados  a ter contato. Ele, meu pai e Ward jogam golfe nos domingos de manhã. O que eu tenho a ver com isso? Pois é. Maxon me leva junto e diz que é bom tomar um sol e ver outras pessoas.
Isso ficava no clube, pelo qual tínhamos acesso VIP, assim como os Camaron.
Mas eu sabia que meu pai só me levava pois não queria voltar dirigindo, porque todas as vezes quem voltava no volante era eu.

Não era só aos domingos que eu e Rafe precisávamos ver a cara um do outro, mas também nos jantares frequentes. Por parte era bom por ter Sarah comigo e por outro lado, eu sempre me estressava quando o filho do Ward insistia em me perturbar e cutucar debaixo da mesa. Um dia ainda vou socar a cara desse garoto.

Eram 00:20h e o sono não batia. Tentei de tudo, ouvir música, assistir algum vídeo entediante, mas essas coisas só me deixavam mais ansiosa.

Odeio sentir que não estou no controle do meu próprio corpo, por que ele não responde aos meus mandamentos? Noto isso quando não consigo parar de chacoalhar minha perna incansavelmente.
Minhas mãos estão tremendo de novo, meu corpo parece se arrepiar e ficar fraco, consigo sentir o celular ficar pesado em minhas mãos.

― Merda!― Rosnei, tentando fechar os olhos e me concentrar em respirar corretamente. É tão desesperador.

Involuntariamente, joguei o celular pra fora da cama e abracei com força meu próprio travesseiro, tentando amenizar a vontade assustadora de gritar o mais alto que eu conseguir. Ainda assim, ninguém realmente estaria aqui pra me ouvir.

Minhas unhas fincaram tão forte no travesseiro, que eu pensei que poderia rasgar o próprio tecido. Sem perceber, eu já estava chorando.

— Reage, Jasmine. Você é mais que isso, droga!— Corri até o banheiro e liguei a torneira o mais rápido possível. Joguei água no meu rosto repetidas vezes.— Tá tudo bem! Tá tudo bem!

Menti, pois no momento em que levantei meu rosto tive o desgosto de ver minha própria imagem no espelho. E naquele vidro não tinha nada além de uma pessoa desequilibrada e momentâneamente fragilizada.

Solucei, me engasgando com o próprio ar e abri o armário do banheiro. Derrubei alguns frascos de cosméticos procurando o que eu realmente queria, até encontrar.
O potinho de comprimidos pra dormir não estava cheio, entornei todos que restavam na palma da minha mão e quando eu ia jogá-los goela abaixo, meu celular toca.

Tirando totalmente minha atenção dos meus atos anteriores. Ou talvez me salvando deles.

ɴᴀʀʀᴀᴛᴏʀ.

Jasmine voltou até o quarto e viu que um número estava ligando. Franziu o cenho por não reconhecer o contato, exitou por momento, mas atendeu.

Heartburn. || Rafe Cameron - Outer Banks Onde histórias criam vida. Descubra agora