Sexta-feira
Kirishima não parava quieto, na sala de espera do hospital ele andava de um lado pro outro, murmurando uma possível conversa com o amigo, pedindo desculpas para o ar e imaginando a resposta.
Nem tão amigo, Eijiro não sabia se Katsuki ainda o considerava assim. Na verdade, sua insegurança o fazia se perguntar se algum dia Bakugou o viu como tal.
Nada disso mais importava quando o médico o chamou, ele estava tão inquieto que tropeçou nas cadeiras no caminho, machucando o pé, mas se esqueceu da dor para respirar fundo antes de entrar no quarto todo branco, onde o loiro se encontrava deitado na cama inclinada para frente.
- Resolveu aparecer, filho da puta? Veio fazer o que aqui, seu merda? Ficar me olhando e ir embora sem falar nada?.- Bakugou diz exasperado como sempre, falando alto e soltando faíscas da mão.
Kirishima pensou em uma resposta razoável que não fizesse Katsuki explodir o hospital inteiro com sua quirk.
- Oi, Bakugou. Desculpa, é que eu tava com uns problemas nesse último mês e não queria te preocupar, me perdoa?.- disse se aproximando cuidadosamente do lugar onde o jovem com uma expressão irritadiça se encontrava.
Ele mesmo achou a resposta um tanto idiota e teve a certeza de que Bakugou não acreditou quando ele começou a gritar novamente.
- Não justifica não olhar pra minha cara por um mês inteiro, seu idiota. O que foi? Resolveu seguir os conselhos dos outros e parar de ser meu amigo? Não pensei que você fosse assim, Kirishima.- falou, claramente provocando o outro a contar o que realmente aconteceu, essa era a estratégia que usava com ele, funcionava sempre.
- E eu não sou, Bakugou. Eu só tava meio mal e não queria que se preocupasse com isso.- disse docemente, com a voz suave.- Não que você se importe.- sussurrou a última parte, sorrindo para afastar as inseguranças.
- Eu ouvi, seu porra. 'Cê acha que eu sou o quê? Um filho da puta que não se importa com nada?- ele cruza os braços, parecendo realmente irritado com o pensamento do outro garoto.
- Você quer que eu fale a verdade?- Bakugou, mesmo receoso com a resposta, acena com a cabeça um sim.- Não parece que você se importa com alguém que não seja você mesmo.- Kirishima estava se exaltando, ele sabia onde isso tinha terminado da última vez, então respirou fundo e se acalmou.
- Falou o imbecil que me largou do nada, acha que eu também não tenho sentimento?- assim que se ligou no que estava falando engoliu as palavras, não podia demonstrar fraqueza.- Bom, não ligo. Se quiser ir embora vai, já sabe que eu tô bem.- se relaxou na cama, desviando o olhar para a janela.
- Eu falei com a sua mãe e ela me deixou dormir aqui, ela tava cansada e tinha que ir pra casa pra, pelo menos, tomar um banho.- respirou aliviado por finalmente conseguir mudar o rumo da conversa.
- Tá legal. Sempre com esse complexo de herói, né, Cabelo de Merda?- Eijiro riu, feliz por ouvir o apelido de novo.
- O que houve, Bakugou? Não gostou de me ter de volta?- abriu os braços, finalmente voltando a ser o Kirishima de sempre.
Ele jurou ter visto um mini sorriso no explosivo, não teve muita certeza por ter durado pouco.
Achava o outro difícil de se conviver, e mesmo assim amava o seu jeito. Era irônico ver como gostava de Bakugou mesmo o conhecendo tão bem, sabendo de todos os seus defeitos.
Katsuki estava curioso e um tanto preocupado mas seu orgulho não o permitia demonstrar isso. Havia adorado a presença do ruivo, sentiu falta disso, e como sentiu.
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Não vou desistir de você - Kiribaku
RomansaKirishima e Bakugou têm de lidar com a tensão de amar secretamente seu melhor amigo. Não podendo desabafar com a pessoa mais próxima, Eijirou, detentor de diversas inseguranças, contata outros amigos, que tentam abrir seus olhos para o óbvio. Já Kat...