DANDARA;
Para meu protetor, ainda sou uma filhote, mesmo que já tenha 23 anos. Para minha família, sou um estorvo, de genética ruim. Nós últimos meses venho sentindo uma angústia agonizante, então minha amiga e chefe Maly, me aconselhou a viajar, viver além do que já conhecia, para acalentar esse sentimento.
Quando cheguei a reserva, com pouco mais de quinze anos, era apenas uma garota humilhada pela família, e que se achava muito fora do nosso padrão genético. Uma shfteres gorda, é quase um absurdo. Então conheci o tio Clark, e junto dele a tia Manu e a Meg. Me senti acolhida, já que as duas mulheres também são gordinhas, e muito de bem com a vida. Porém, agora é hora de construir minha história, além da segurança que tenho no meu lar.
Sorri orgulhosa, vendo meu cantinho arrumado, como sempre desejei. Caramba, ficou muito bom.
ding-dong!
— quem será o filho da mãe, que vem uma hora dessa tira minha paciência?! — caminho indignada em direção a porta.
Abro me preparando para mandar ir se lascar, porém paro quando vejo que é uma linda garotinha de olhos chorosos.
— meu pai não está nada bem, e não sei o que fazer. Você pode me ajudar? — murmura de modo apressado. — por favor.
— claro pequenina. — afirmo saindo.
Fecho minha porta, e acompanho a mesma, em direção a porta enfrente a minha. Talvez eu seja bipolar sim, mas não me julguem, eu só estou exausta, passei a noite viajando, e quando cheguei a cidade tive que arrumar a enorme bagunça, que estava o antigo apartamento da Meg.
— estou com medo tia. — ela diz em forma de segredo. — não quero ficar sozinha.
Seguro sua mão pequena, e abrimos a porta juntas. Caramba, que cheiro gostoso e aconchegante.
— ele está no quarto. Qual o seu nome? — olho para ela tentando raciocinar, com esse cheiro tão incrível me dominando. — nome tia?!
— Dandara, e o seu? — paro estática, finalmente entendendo que cheiro e esse.
Meu companheiro! — minha fera choraminga apressada para vê-lo.
— Catarina, e do meu pai é Dênis.
Entramos no quarto, e meus pelos arrepiam, minha mente entra em uma enorme confusão, até sair um brunido da minha garganta.
— meu... — contenho o máximo para não assusta-lo, disfarçando com uma tosse.
— Cat... — a voz baixa e cansada dele invade o lugar, e meu peito se aperta por vê-lo assim.
— estou aqui papai, eu chamei uma amiga, ela vai ajudá-lo. — me aproximo temerosa do homem.
Ele é bem magro, seus cabelos castanhos estão um pouco grande, e sua barba também está desfeita. Definitivamente, ele não está nada bem, e sinto minha fera choramingando por isso.
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L3; O humano de Dandara ✓
FantasyLivro 3, da série companheiras. Dandara é um shfteres de tigre, rechaçada pela família biológica, porém acolhida pela família do Clark na reserva. Após se sentir angustiada sem um motivo aparente, ela resolve conhecer além do que normalmente já con...