CAPÍTULO 12

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DÊNIS;

Dandara me observa, parecendo esperar eu dar um passo em falso. Eu sei, porém estou tentando ao máximo;

"PENSAR ANTES, FALAR DEPOIS!"

O lindo quadro que minha companheira colocou bem evidente na parede, não me deixa esquecer. E minha filha?! Está amou.

"CRIANÇAS SÃO AMADAS, E NÃO JULGADAS!"

Também devo confessa, que gostei dos quadros, apesar de algumas serem bem... A cara da Meg?!

"A GRÁVIDA MANDA!"

E outras, bom... Esta foi dada pelos meus, "cunhados" e sogro.

"VOCÊ É FORTE, NOS SOMOS MAIS."

Quem ler, imagina que é algo sobre a família ser forte junta e tal, porém... Vindo deles, eu entendo como uma ameaça explícita.

Não estou sabendo exatamente como será o futuro, porém a família da minha companheira ficou tão feliz com a possibilidade que ela continue morando aqui, que vieram a tarde, carregados de mimos. Minha filha foi a mais contemplada com presentes, e amou. Amanhã irei conhecer a empresa de um morador da reserva, e se ele me contratar, será maravilhoso, porque realmente estou falido, minhas últimas economias, paguei o último mês de aluguel.

— estou exausta. — Dandara boceja, enquanto faz cafuné na minha filha, e assiste TV. — leva a pequena pra cama?

— humrum. — afirmo aproximando-se. — pode ser aquele quarto mesmo?!

— sim, liberei para ela escolher qualquer um. — deu de ombros, levantando, quando pego a Catharina no colo.

— e tão bom poder voltar a pega-la no colo assim. — confesso impactado com esse ato simples. — era angustiante ter que vê-la cuidar de mim, sendo obrigada a abrir mão da sua infância, para se preocupar em administra meu remédio, ou até mesmo me auxiliar na higiene.

— o que importa e que você está bem, e ela agora poderá curtir tudo que uma criança deve e tem o direito. — sorriu de modo pensativo, e beijou a testa da minha filha.

— vou colocá-la na cama. — subo as escadas, e logo entrando no amplo e arejado quarto, com uma porta para a varanda.

Deito minha filha, e cubro seu corpo. Dandara não fez a mínima questão, quando minha filha escolheu uma das suítes, que tem o mesmo tamanho do quarto de casal. Dandara é paciente, e ponderada, bem diferente de mim, sua forma de ser sempre observando tudo e a todos, me deixa atraído, a olhar seus mais simples movimentos.

Olho pela casa, procurando minha companheira, e logo vejo ela a distância, sentada em um banco no jardim. Sua mente está tão distante, que se não fosse suas habilidades, provavelmente não sentiria me aproximar.

— tudo bem?! — ela assente, apenas encarando o nada. — quer conversar?

— talvez. — assumiu, encarando os próprios dedos. — não quero que sejamos como alguns casais, que só tem sintonia no cio. Quero paixão, quero amor, e quero algo que me faça ansiar por encontrá-lo no fim do dia.

Levo minha mão a dela, e junto nossos dedos. Entendo o que ela está falando, depois que o cio cessou, estamos sempre tendo alguma discussão, e mesmo desejando está próximo a ela, não sei como agir.

— vamos tentar. Nos conhecemos, e construímos uma história. — envolvo meu braço por seu ombros, trazendo ela para mim. — queria agradecer. Quando me encontrou doente, você poderia simplesmente ter me abandonado, deixado que morresse, antes de termos alguma ligação.

L3; O humano de Dandara ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora