CAPÍTULO 5

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DENIS;

Dandara parecia nervosa para me responder, mas sorriu de modo contido.

- não será obrigado. Não é uma escolha sua me ter como companheira de alma, porém é uma escolha sua aceitar isso. - suspiro aliviado, não me sentiria confortável em ter relações com alguém, do qual não sei o que sinto, apenas por sermos alma gêmeas. - sei que em primeiro entender parece abusivo, por sermos muito sexuais, porém quero que saiba que jamais, em nenhuma hipótese faremos algo sem que nosso parceiro queira. Compartilharemos os mesmo sentimentos, então se um de nós estiver desconfortável, o outro também ficará.

- tudo bem então. - ela assente levantando-se. - me sinto bem melhor, sabendo que não é alguma obrigação. - completo aliviado.

- vou avisar a tia, que você aceita fazer o tratamento. - virou e saiu, sem dizer mais nenhuma palavra.

Estou cheio de esperança que voltarei a ser saudável, criar minha filha, trabalhar e voltar a viver. Me destrói por dentro ter que ver Catarina cuidar de mim, e até prepara alimentos, porém em busca de uma cura gastei todas as nossas economias, não me deixando com previsões para contratar alguém para nos ajudar.

Meus pensamentos são interrompidos, quando sinto um aperto no peito, uma angústia dolorosa. Sinto meus olhos úmidos, e uma espécie de enjoo.

- Catarina?! - chamo minha filha, o mais alto que consigo.

- cheguei! - respondeu entrando apressada, com o as mãos e rosto sujo de chocolate. - o que o senhor está sentindo?

- não sei direito, é um aperto por dentro. - passo a mão por meu peito. - chama a Dandara, por favor.

- ela saiu. O que aconteceu? - caminha preocupada até mim.

- um tempo depois que a Dara saiu, fiquei com uma sensação estranha. - conto sem saber como fazer, para que passe esse sentimento. - você pode ir chama-la? - peço sentindo a necessidade em vê-la.

- ela disse que iria caçar, e o tio Lion disse que iria com ela. Ele parecia preocupado, e a tia Manu também estava.

- o será que aconteceu? - questiono pensativo.

Durante o restante do dia, fui me sentindo de mal a pior. Uma angústia tão maluca, que me fez chorar sem ter um motivo aparente. Sentia uma necessidade em ver Dandara, porém ela não apareceu nenhuma vez, e a minha ex vizinha veio apenas me avisar que a noite começariam o tratamento. Devo salientar que ela não estava com uma cara nada boa, e não quis me dizer o que estava acontecendo.

...

- boa noite Dênis, como você está? - a médica (Manu) questiona entrando.

- estava melhor pela manhã, porém durante o dia tive uma piora. - confesso encarando a porta, na esperança que Dandara entrasse.

- ela não vira. - deu um sorriso pesaroso. - e normal sentir isso, muitas vezes fiquei assim, é nosso espírito nós forçando a aceita nosso destino. Quanto mais próximo vocês ficarem, mais será difícil a distância, especialmente para ela, que o espírito animal é bem mais ativo que o seu.

- mas ela não precisa ficar longe. Podemos ser amigos, enquanto faço e após o tratamento. Minha filha também gostou bastante dela. - aviso tentando melhorar a situação.

- você não entendeu, não é mesmo? - sentou ao lado da minha cama. - companheiros precisam de mais que amizade entre eles. Precisamos do toque, do carinho, proteção e amor. Sei que próximos, vocês poderiam construir isso, e você poderia vê-la como algo a mais que amizade, porém Dara é muito sensível, e tem muito medo de ser rejeitada mais uma vez, desta por alguém que ela sempre procurou, e que seria o porto seguro e garantido dela.

L3; O humano de Dandara ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora