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Não se esqueçam da estrelinha e de me seguir para não perder nada ;)


 Era meio de semana, a pior de todos os tempos. JJ estava afastado do grupo por conta do pai e só nos víamos na escola. Para completar, a imagem de eu chorando como uma criança mimada ao lado de Santiago não saia de minha cabeça.

Fora tão frustrante, dediquei-me muito tempo para aquela maldita bolsa e no final uma bela rejeição.

Santiago disse que tudo iria dar certo e que me ajudaria ao máximo, mas não era justo.


- Ei. – a voz de Jay soou como um grito atrás de mim.

- Ah, que susto! – deixei derramar uma grande quantidade de limpador de mesas no chão. – O que você quer? – retornei a limpeza.

- Será que poderíamos conversar? – ele começou a me seguir pelo restaurante vazio.

- Conversar sobre você ter ficado com a pessoa que mais me odeia dias depois do nosso beijo?

- Eu sinto muito Mila...

- Não, você não sente. – encarei aquele rosto frustrado por alguns segundos antes de guardar os produtos no balcão.

- Eu senti que você estava diferente Mila, eu sabia que isso tinha a ver com JJ. – Jay falou calmo se debruçando no outro lado do caixa.

- Não interessa o que você pensou, eu acho que você deveria ter me falado. – gritei. – Eu estava confusa, muitas coisas acontecendo e te ver beijando aquela garota me irritou. Jay, eu confiei em você, mesmo com minha confusão eu não beijei ninguém anteS de ver vocês dois.

- Eu gosto de você, me desculpe por esse erro. – ele se aproximou acariciando minha mão. – Vamos tentar novamente, por favor.

- Eu te perdoo. – falei após um breve silencio. – Mas é melhor nós dois apenas como amigos, também já estou em outra. - Jay sorriu amarelo recuando até a cozinha.


Fechei o restaurante e fui caminhando até a praia. Eu precisava receber aquela brisa sentada ao topo da pedra, acho que havia muito tempo desde que não visitava meu refúgio praiano.

Jay era passado, um erro e até mesmo decepção. Escolhi por um momento a pessoa errada para finalmente achar a certa, JJ estava mexendo com todos os meus sentidos.

Passei pela curta trilha sendo auxiliada pela lanterna de meu telefone, estava retirando o fone de minha mochila até que eu escutei um soluço. Estava escuro então só reconheci a figura da pessoa quando me aproximei.

E lá estava JJ, com a cabeça entre as mãos em prantos.

- JJ?! – ele me olhou por um segundo antes de eu abaixar e abraçar sua cabeça em meu peito.

O loiro estava com o lábio cortado e pela pouca iluminação na pedra pude perceber o rosto vermelho marcado por dedos. Ele chorava como um bebê, estava vulnerável e me abraçava tão forte que chegou a por o tecido de minha camisa entre as mãos. Acariciei seus fios em silêncio, tive vontade de chorar junto a ele mas queria parecer forte para o menino não se sentir pior.

- Ei, eu estou aqui. – sussurrei beijando o topo de sua cabeça. – O que está acontecendo?

- Eu sou um fracasso. – ele limpou os olhos com a manga de seu moletom cinza. - Eu sou um fracasso Mila.

- Foi Luke, não foi? – suspirei me sentando ao seu lado. – O que ele fez, JJ?

- As mesmas merdas de sempre. – JJ virou o rosto para o outro lado antes de acender um cigarro. – Por que está aqui? – ele fungou.

- Por que não conversa comigo? Eu estou aqui para ouvir. – acariciei suas costas curvadas.

- Eu não quero que você fique pagando a que está com pena, Mila. Todos agem como "o pobre menino que tem o pai viciado". – ele passou a mão pelos fios.

- Pena? Pena é o pior sentimento que alguém pode sentir JJ, é feio e parece que é uma forma de colocar o outro em posição inferior. – disse um pouco irritada olhando para o mar escuro.

- Ele bêbado é parecido com ele sóbrio, mas a diferença de quando ele está limpo é que ele tem duas personalidades. – JJ me encarou com uma expressão melancólica. – As únicas memórias que eu tenho dele são péssimas, mas pelo menos ele diz que me ama antes de pedir um favor. – JJ ameaçou a chorar antes de soprar a fumaça. – Eu não posso chorar, homens não choram. Na visão dele eu sou um fracasso porque ele vê a mamãe em mim, mas eu só queria dizer que o amo. – JJ apagou o cigarro na pedra. – Mas ele sabe, né? Ele sabe que eu tento ser o melhor?

- É claro que ele sabe, meu amor. – passei o braço por seu pescoço. – Você sabe o seu verdadeiro sentimento, cada um oferece o que tem e infelizmente Luke não sabe lhe valorizar. Você merece o mundo, não viver desse jeito com dores e feridas. – acariciei sua bochecha. – A vida nos entrega merdas como essa para nos transformamos em pessoas melhores e não em pessoas merdas como essas merdas. – rimos. – Você entendeu.

- Eu não acho você uma merda. – ele riu. – Que droga de elogio.

- Você também não é uma merda. – beijei sua bochecha molhada. - Quando coisas ruins acontecem ao ponto de nos tirarmos do chão é preciso ter calma, outras coisas continuam no mesmo lugar. Estarei ao seu lado JJ, o que precisar conte comigo.

- Agora que eu estou com você, nada me tira de seu lado. – ele beijou minha mão.

- Pode ficar, aqui é mais confortável

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- Pode ficar, aqui é mais confortável. – arrumei o travesseiro para que JJ deitasse em minha cama. – John B e Sarah só voltam amanhã então eu durmo no quarto dele.

- Deixe eu dormir lá, você irá dormir no colchão afundado do pão duro do John B. – JJ retirou o moletom deixando a mostra a barriga definida.

- Não tem problema. – desdenhei com as mãos vendo o garoto se deitar. – Bom, durma bem. – caminhei em direção a porta na intenção de apagar a luz.

- Mila?!

- Sim? – questionei vendo JJ sorrir.

- Me cobre?

- Folgado. – ri desdobrando a manta quadriculada cobrindo o corpo do garoto. – Agora vá dormir.

- Nem um beijo? – ele se fingiu indignado.

- Pronto. – beijei a testa do menino que apertou minha mão me impedindo de mover.

- Obrigada. – ele me puxou para baixo me fazendo cair por cima de seu corpo.

- Não precisa agradecer. – sorri admirando seus olhos azuis brilhantes. – Você tem olhos lindos.

JJ puxou minha cabeça beijando-me com desespero. Conectamo-nos por conta de nossas línguas que se entrelaçavam, minhas mãos alisavam sua barriga até que foram parar em suas costas quando ele ficou debruçado por cima de mim.

- Por que parou? – questionei após ele encerrar o beijo.

- Não quero que faça nada no calor do momento. – me abraçou de lado.

- Você acha mesmo que eu não imagino isso desde que vi você desse jeito no barco? – sentei um pouco abaixo de sua barriga. – Eu quero você, JJ. – sussurrei beijando seu pescoço.

- Como eu esperei por isso. – nós rimos antes de iniciarmos outro beijo.

I Hate (love) You. JJ MAYBANKOnde histórias criam vida. Descubra agora