32º

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Não esqueça da estrelinha :)


-Então eles te perseguiram?-Santiago servia mais um copo de suco para si.

- Embustes!- Georgie revirou os olhos enquanto remexia em sua bolsa.

- Pois é, acho que nunca mais sairei sozinha aqui. - dei a ultima mordida em meu pedaço de bolo. - Bem, Georgie e eu iremos ao shopping hoje.

- Preciso gastar um pouco meu salário fora dos aeroportos. - ela revirou os olhos dando um selinho no namorado.

- Tchau meninas, tenham um bom dia. - meu pai gritou antes de fecharmos a porta.

Georgie ao entrar no elevador parecia distante e apertou três vezes os botões errados, mas como estava contando tudo para o grupo dos pogues sobre as histórias de ontem mal me importei.

John B e eu conversamos a madrugada inteira sobre tudo, mas Big John foi o assunto principal; Meu irmão achou que eu não estava me importando com a história da carta agora que eu e Santiago estávamos bem, mas não era verdade. A minha viagem para Los Angeles fora como um refugio das coisas em que minha mente ficava focada na ilha.

Eu só não queria me prender tanto a algumas coisas que podem não serem reais já que a minha pessoa mal sabia quem era.

- Mila, precisamos conversar. – Georgie retirou minha atenção do telefone quando freou o carro com tudo em um estacionamento. – Eu deveria fazer isso com seu pai, mas eu estou com medo disso afetar a relação de vocês dois.

- O que aconteceu? Você está pálida! – o desespero soou de leve em minha voz vendo a mulher cair no choro. – Georgie, eu estou aqui para lhe escutar.

- Eu estou grávida, Mila. – ela encarava o prédio a sua frente.

O carro ficou em silêncio enquanto encarávamos os outros carros por trás do insulfilm.

Eu não estava chocada, mas confusa. Esse bebê irá chegar à vida dos dois ao mesmo tempo que eu estou chegando, será que eu ainda irei gerar emoções ao meu pai ou ele me deixará de novo? Não sabia o que pensar, mas ela estava desesperada e eu precisava conforta - lá então a puxei para um abraço.

- Não se preocupe comigo, mas sim com você e esse bebê. – sussurrei para a mulher que buscou desesperada na bolsa o papel que me entregará.

- Você deve estar pensando que eu fiz isso de propósito...

- Não, claro que não. – analisei o exame feito há alguns dias. - Você precisa contar a meu pai.

- Eu irei, após o show. – ela coçou o nariz vermelho.

Estaria mentindo se eu dissesse que passei à tarde tranquila em meu quarto após o choque de ganhar um novo irmão já que Georgie se recuperou dos hormônios e me arrastou para um salão repleto de luxos e champgnes. Eu não sabia que ela disfarçava tão bem quando a vi gargalhando com a manicure, parecia tão radiante e alegre.

Fomos diretamente para o closet de minha madrasta já que meu pai já havia saído para se preparar pro enorme show que aconteceria em uma grande arena em algumas horas. Aproveitei as unhas e olhos tingidos de preto para usar um vestido alcinha do mesmo tom que possuía um tecido pouco franzido que definia o corpo junto com saltos. Quando eu digo que não estava me reconhecendo era por esse motivo já que em Outer Banks não sabia da existência de saltos tão caros.

 Quando eu digo que não estava me reconhecendo era por esse motivo já que em Outer Banks não sabia da existência de saltos tão caros

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- É aqui que a mágica acontece! – ele apontou por trás do palco para a multidão calma. A noite estava linda, céu limpo e vários bastões piscavam nas mãos do público.

- Não consigo acreditar em tantas coisas que conquistaram. – desci as escadas de metal em direção ao camarim reservado para Georgie. – E também não consigo acreditar na quantidade de fãs que lotam minhas mensagens pedindo fotos suas. – o homem gargalhou.

- Sem elas não existiria esse show, querida. – ele conferiu o celular. – Onde está Gerogie?

- Acho que conversando com os outros no seu camarim. – afirmei fazendo o homem sair rápido de meu lado.

Joguei-me no sofá pretendendo ouvir novamente o áudio de JJ, mas fui interrompida com a porta sendo aberta num forte impulso.

- Ai meu Deus! – Jay e eu gritamos em uníssono.

- O que faz aqui? Saia! – gritei irritada me pondo de pé.

- Eu precisava arrumar um lugar rápido antes que as meninas me vissem de novo, se acalme. – ele parecia indignado.

- A Georgie irá te matar se souber que elas te viram. – revirei os olhos colocando meu telefone no sofá antes de comer uns bolinhos presentes na mesa. Um silêncio constrangedor pairou até que o menino questionou:

- Você está sentindo falta dele? – virei para o sofá vendo que ele notava minha tela de bloqueio estampada com JJ surfando.

- Bastante. – suspirei me sentando ao seu lado. – Tudo deu errado.

- Eu soube sobre a gravidez de Haley e queria muito te dizer que tem chances de ser meu, mas nunca fizemos nada.

- Eles parecem felizes então também estou. – arranhava meu polegar.

- Mas vocês não estão juntos e você está chorando, como pode estar feliz? – ele questionou apoiando a cabeça em sua mão sustentada pelo cotovelo apoiado no sofá.

- O amor da minha vida está feliz e isso já é suficiente. – ri olhando para o menino confuso.

- Você está machucada, não é justo.

- Estou mal, mas JJ parecer feliz para mim é o suficiente. – bufei. – Não quero atrapalhar ele, eu terminei para ele seguir sem o fardo de ter uma namorada brigada com a mãe de seu bebê.

- Mila, você está chorando e acha mesmo que está bem? – ele retirou um lenço de papel guardado em seu blazer e me entregou. - Eu sei o motivo dele ter se apaixonado por você porque foi o mesmo pelo qual me apaixonei. – ele parecia tranquilo ao me encarar. – Mas não vou dizer e irei o deixar fazer isso.

- Cortei contato.

- Acho que deveria rever isso, vocês se amam. – ele deu um tapinha em meu ombro antes de tragar o cigarro eletrônico caro. – Você veio pra cá para fugir dele, não minta pra si. Fez isso pra fugir do amor que sente e continua mentindo que está bem.

- Eu estou bem.

- Não, me escute. – ele tossiu. – É importante esse tempo para si porque precisamos ver o que reluz no meio da escuridão e pelo seu olhar da para reparar que JJ reluziu. Não deixe o amor ir assim, conversem pessoalmente ou diga que o ama antes que ele realmente pense que seguiu em frente.

- Não achei que diria isso depois de tudo que aconteceu mas você tem razão. – abracei Jay. – Obrigada, muito obrigada.

- Está tudo bem, eu quero ver aquela que amei feliz. – ele riu. – Venha, o show vai começar.

Aquela conversa foi tão leve que quando caminhei para frente do palco nem reparei em nada a minha volta somente no garoto que ficou ao meu lado nas primeiras músicas.

Precisava ligar para JJ, precisava ter-lo de volta já que sua ausência estava me preenchendo por completa. – minha mente recordou.

As musicas que estouravam no telão me deixaram leve também, meu pai e os colegas pareciam se divertir tanto vendo o publico que aqueceu meu coração. Georgie estava emocionada e eu também, talvez esse bebê completaria a minha vida de alguma forma também.

- Kie, aqui está incrível. – pulava acenando para meu pai após atender a chamada.

- Mila, preciso que- scute. – a ligação estava cortando. – É sob-JJ.

- Kie, está cortando.

- Mila, JJ está em coma. – a ligação ficou clara assim como o desespero na voz do outro lado.

I Hate (love) You. JJ MAYBANKOnde histórias criam vida. Descubra agora