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"There's no need to complicate, our time is short
This is our fate, I'm yours"

- Eu vou andando. – JJ sacudiu os dedos entre os fios molhados. – Não acredito no que fizeram, qual é?! Isso é tortura. – ele se abaixou em meus pés para pegar seu boné e a mochila de Kiara. – As cervejas irão comigo.

- Você vai me deixar sozinha e sem nada? – agarrei a mochila encarando JJ que olhava para nossas mãos quase se encostando. – Olha, e se ficarmos aqui somente para eles acharem que venceram? Você não precisa falar comigo e sei que é como se fosse um castigo para você, mas – me cobri com minha jaqueta me sentando na canga. – acho que é melhor do que uma discussão, não?

JJ segurava sua prancha por baixo do braço e depois de me encarar por um momento imediatamente a colocou na areia ao nosso lado, ele era tão orgulhoso que preferiu se sentar nela do que no pano estendido.

Encaramos o mar por um longo tempo, às vezes reparava em JJ abrindo a boca e encarando os polegares como se quisesse falar algo, mas ele desistia. Pensei em puxar papo sobre surf, mas eu não sabia muitas coisas. Eu precisava pensa em algo, sei que ele foi muito estúpido comigo durante os anos (assim como eu também fui), mas eu realmente estava disposta a saber por qual razão começamos com essa raiva boba. Ele me salvou do brutamonte do Kelce, eu precisava fazer algo.

Ou estava mudando minha idéia sobre essa chaminé ambulante ou eu estava bebendo cervejas demais.

- Quando começou a fumar? – questionei ouvindo JJ acender um isqueiro, o cheiro de cigarro se expandiu pela fumaça que ele soltou.

- Não me lembro, faz um bom tempo. – disse meio seco, o silencio voltou a reinar. Merda JJ, colabore!

- Pensei que só fumava maconha. – menti, eu já sabia que se deixasse ele fumaria até charuto.

- Conta outra, você já me viu roubar vários maços de cigarros no caixa do The Wreck. – ele riu fraco em tom óbvio. – Parando para pensar você nunca me dedurou.

- Eu não poderia sujar a imagem dos pogues para os meus patrões. – dei de ombros retirando uma lata de cerveja da mochila e estendendo-a para JJ. – E você não me dedurou para John B, tem alguma razão?

- Não estava querendo descontar nada nele. – JJ respondeu calmo abrindo a latinha que pegou de minha mão. – Nós estamos muito tempo aqui? Tenho compromisso. – ele colocou a aba do boné para trás.

- Bom, nem trinta minutos. – mudei de lugar me sentando na ponta ao seu lado. – JJ, por que nunca se abre com ninguém? Às vezes noto você meio distante, quase sempre acuado. Não tenho que me meter em sua vida, mas acho todo mundo sabe que você não merece passar por nada do que passa em sua casa JJ. – soltei as palavras em 80 km/h.

- Falou certo, não tem que se meter em minha vida. – notei JJ engolindo com força a saliva e imediatamente se virando para mim. – Desculpe, e-eu não queria ser grosso.

- Tranquilo, não serei mais enxerida. – o celular do loiro apitou, ele retirou do bolso e permaneceu pleno quando olhou para a tela.

- Preciso ir, avise John B que nos resolvemos. – ele enfiou o aparelho no bolso e se levantou ajeitando a prancha abaixo do braço, a latinha que quase nem encostou ficou fincada na areia. JJ ia começar a caminhar quando me levantei e parei em sua frente.

- Olha, obrigada pelo que fez por mim na festa. – acaricie meu braço com curativo. – Você me salvou JJ, não quero que pense que não reconheci isso.

JJ não disse nada, apenas sorriu sedutoramente e depositou um beijo demorado em minha bochecha, meu corpo formigou em estado de choque. Ele abriu novamente os olhos e me encarou por alguns segundos.

I Hate (love) You. JJ MAYBANKOnde histórias criam vida. Descubra agora