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Jackie foi viajar com sua amiga Caroline no domingo. O apartamento parecia muito vazio sem ela ou sem sua bagunça, precisei admitir.

Segunda-feira era meu dia de descanso e decidi aproveitar a minha própria solidão na ausência de Jackie. Peguei uma garrafa de cerveja na geladeira e deitei no sofá.

Fechei meus olhos para descansar, mas logo o toque do meu celular chamou a minha atenção. Era Jennifer. Ela ainda ligava todos os dias em seu horário de almoço.

— Alô? — atendi.

— Faz algum tempo desde a última vez que nos vimos... Que tal uma noite hoje? — ela foi direta, como sempre.

Jennifer sabia que eu não procurava mais do que uma noite, ainda assim tentava manter conversas. Se eu fosse até lá, ela certamente ficaria iludida. Além disso, eu ainda lembrava de como havia sido desastroso.

Eu também estava sem vontade alguma de sair com qualquer mulher naquele dia.

— Eu estou ocupado hoje... — menti.

— Tudo bem, mande uma mensagem quando tiver um dia livre — ela pediu.

— Tudo bem — concordei.

Jennifer começou a falar sobre seu dia no trabalho, porque uma colega sua se aposentaria em alguns meses. Não ouvi muito mais antes de afastar meu celular do rosto para fechar meus olhos e descansar um pouco.

— Eu gosto de falar com você. É diferente dos outros homens, realmente ouve — ela estava falando quando aproximei meu celular novamente. — Porque uma vez namorei um homem que era um perfeito idiota, ele me ofendia me chamando de egocêntrica e reclamava...

Uma hora depois Jennifer decidiu se despedir. Dei uma breve risada enquanto encarava a tela do celular, que mostrava o tempo que ela passou falando sem parar.

Tudo bem, agora sim eu poderia começar a aproveitar minha solidão de uma segunda-feira sem qualquer assunto para resolver ou motivo para sair. Ajeitei minha postura e deixei o smartphone em cima da pequena mesa de centro.

Encarei o teto por alguns e segundos e concluí: isso era muito entediante.

Peguei meu celular novamente e disquei outro número. Aproximei o aparelho da orelha para aguardar até ser atendido.

— Olá, Nunca Apegado. — Mayla atendeu. — Tenho apenas cinco minutos antes do fim do almoço. Diga o que precisa.

— O que você vai fazer quando terminar o trabalho hoje? — perguntei.

— Se você planeja fazer algum convite, saiba que estou disponível.

O convite que passou em minha mente provavelmente não era o que ela esperava receber. Aquela resposta foi uma surpresa, por isso passei alguns segundos sem saber o que falar.

— Que tipo de convite você quer receber? — perguntei desconfiado e Mayla riu.

— Vamos beber algo no meu apartamento — ela concluiu.

— O meu fica mais perto do seu trabalho — falei. — Se quiser, posso ir te buscar. Vou te esperar perto da boate.

Era onde eu sempre a via.

— Ótimo, nos vemos daqui a algumas horas.

— Até logo, Sempre Frustrada.

Ela riu antes de encerrar a chamada e depois enviou uma mensagem com o horário do fim do seu expediente.

Na hora combinada, nos encontramos em uma rua perto da casa noturna. Ela estava usando uma calça preta ajustada ao corpo e uma camisa social branca por dentro.

O Segurança da BoateOnde histórias criam vida. Descubra agora