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Acordei na manhã seguinte com o movimento de Mayla para sair da cama. Eu nunca passei uma noite com uma mulher antes, por isso aquela era uma novidade com a qual não sabia lidar.

— Eu sinto muito por te acordar — ela falou em um sussurro. — Vou preparar algo para comermos.

Continuei deitado por alguns minutos quando ela saiu do quarto, mas logo levantei para segui-la enquanto ajeitava minhas roupas. Mayla ainda estava usando seu camisola enquanto preparava ovos, com a atenção focada na frigideira.

— Se quiser algo, pode falar — ela falou quando percebeu que eu estava ali.

— Qualquer coisa? — perguntei em tom de brincadeira.

Ela desligou o fogo e inclinou seu rosto em minha direção com o mesmo sorriso malicioso da noite anterior.

— Qualquer coisa.

Como você pode ver, a culpa não era completamente minha.

Eu ainda estava sonolento, mas aquela resposta foi o suficiente para me acordar. Dei alguns passos para me aproximar e a beijei.

***

Dei carona para Mayla até seu trabalho naquela manhã e voltei para o meu apartamento. Jackie ainda demoraria horas para chegar da aula e eu deitei na minha cama para encarar o teto, relembrando cada detalhe da noite anterior.

Depois do sexo, nós pedimos hambúrgueres e passamos horas conversando sobre assuntos aleatórios. Falei mais sobre minha relação com meu pai e ela contou sobre um antigo grupo de amigas que lhe deram as costas.

Eu pensei que se fizesse sexo com Mayla pararia de pensar nela, que tudo não passava de um desejo que não podia ser concretizado. Agora, eu tinha certeza de que aquele era um problema ainda maior.

— Boa tarde — Jackie falou alto quando abriu a porta do apartamento.

— Bem-vinda de volta — estendi a mão para acenar, mas não levantei da cama.

Minha irmã deixou sua mochila no chão de sala e cruzou o corredor para deitar ao meu lado na cama. Ela estava empolgada.

— A nova escola é boa? — perguntei.

— É incrível. As meninas são muito receptivas e os meninos... — Jackie fez uma pausa e levantou. — Eu vou mandar uma mensagem para a Mayla. Você não entenderia.

— "E os meninos" o que, mocinha? — Sentei para encarar enquanto Jackie caminhava em direção à sua mochila, onde seu celular estava guardado. — Jacqueline!

Ela apenas riu como resposta.

Jackie estava muito animada com a nova escola e isso era o suficiente para me deixar feliz por aquele momento. Agora eu ficaria mais atento aos sinais de que ela poderia estar sofrendo algo.

Saí para a academia pouco depois, porque mantinha uma rotina de treinos que me ajudariam no trabalho e nos testes físicos da polícia. Apesar disso, nem mesmo os exercícios, os estudos ou o emprego afastaram minha mente da noite anterior.

Eu não sou um homem para namoros. Estava claro entre nós que era apenas por aquela noite e logo eu deixaria aquele assunto de lado.

***

— Está preparando comida? — perguntei confuso quando senti o cheiro na cozinha ao acordar naquele sábado.

— Sim. Mayla virá para o almoço — Jackie respondeu animada, sem desviar seu olhar do fogão.

Arregalei meus olhos e encarei meu próprio corpo. Eu ainda estava sujo, com o uniforme da boate, e o relógio já indicava o horário padrão de almoço. Isso significava que Mayla poderia chegar a qualquer momento.

O Segurança da BoateOnde histórias criam vida. Descubra agora