Beginnings

Capítulo 18

Já não sabia quantas horas haviam se passado, ninguém mais entrará no cômodo em que eu estava mantida, a porta fechada me impedia de ver o corredor ou escutar alguma coisa.
Uma onda de pensamentos me invade, seria aquele o meu fim? Anos de faculdade, me dedicando a salvar tantas vidas, tantos pacientes que me apeguei, meus amigos, Hannah, minha mãe... Sebastian. Eu não me arrependi de tê-lo ajudado, do nosso envolvimento e nem mesmo aquela situação, conheci uma outra perspectiva sobre o mundo, que pessoas más existem, não só nos filmes, mas na vida real.
De repente a porta é escancarada, permaneci com os olhos fechados, Jack prometera que voltaria pra concluir o que começou.
- Elena! - Aquela voz, será que eu estava alucinando? - Abra os olhos!
- Chris?! - Ele está agachado bem na minha frente. - Oh meu Deus!
- Vou te tirar daqui. - Ele procura o cadeado. - Vou ter que atirar pra arrebentar.
- Tudo bem. - Ele se levanta e viro o rosto, escutando o disparo e sentindo o impacto da bala no cadeado. - Como conseguiu entrar?
- O que fizeram com você? - Chris me ajudava a levantar, ele parecia assustado de me ver daquele jeito.
- Alguns arranhões. - Lhe dou um sorriso fraco. - Onde está...
- Sebastian está os distraindo pra que eu te tire daqui
- NÃO! - Quase grito. - Isso é uma emboscada, eles sabiam que ele viria.
- Eu preciso te tirar daqui...
- Me da uma arma!
- Elena...
- Me da a droga de uma, Chris! - Ele não insisti, então me entrega um revólver.
- Eu quero achar aquele maldito do Jack. - Saio pelo corredor e Chris me segue, cauteloso.
- Sebastian ordenou que eu te tirasse daqui...
- Então vamos quebrar essa regra.
- Elena, esse não é o momento pra piadinhas.
- Chris. - O empurro na parede para que me olhe. - Eu não vou deixar que o machuquem, eles o querem morto, então se eu tiver que explodir esse lugar pra salvar ele, eu o farei!
Continuo o caminho pela corredor escuro, ouvindo vozes ao fundo, em uma das salas, reconheço a voz de Phil, ele dava ordens pra alguns homens. Chris e eu nos escondemos em um canto escuro enquanto quatro homens saem, o deixando sozinho. Ando lentamente até a porta, Phil está de costas olhando para várias telas que mostravam as imagens das diversas câmeras.
- Ora, ora. - Encosto o revólver na cabeça dele.
- A garotinha se tornou uma mulher. - Ele ri, levantando as mãos. - Não sou eu quem você quer.
- Eu quero aquele filho da puta.
- Ele esta ocupado demais com aquele traidor. - Dou uma coronhada nele com o revólver, consigo ouvir a pele do couro cabeludo rasgar e vejo o sangue jorrar. Phil grunhi de dor, passando a mão no corte.
- Elena... - Chris me chama.
- Isso é pelos socos e isso... - Chuto sua perna direita com tanta força que tenho a total certeza que uma possível fratura exposta deve ter acontecido, ele se segura pra não gritar. - Calma princesa, isso foi por você ser esse nojento!
O deixo no chão agonizando, Chris se aproxima, atento as câmeras.
- O que... - Aponto para alguns soldados caídos em diferentes cômodos do galpão.
- Sebastian. - Chris permanece atento. - Está vendo essa câmera desativada?
- Sim.
- É aqui que eles estão esperando ele.
- Mas por que...
- Sem provas para incrimina-los.
- Precisamos ir agora.
- Vocês acham que vão conseguir salvá-lo? - Phil ri. - Não sairão com vida daqui.
- Diga por você. - Atiro em seu peito e ouço seu último suspiro, já estava acostumada a ouvir diversos últimos suspiros em leitos de hospitais, mas nada como aquele, eu havia feito aquilo e o que mais me assustava era a sensação, eu não estava arrependida.