Capítulo 21

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Alguns meses haviam se passado após os acontecimentos, consegui voltar a minha rotina normal junto a Jenny, depois de muito me pressionar, contei a verdade pra ela, sobre tudo. Sem julgamentos como uma boa melhor amiga, ela acreditou e ficou impressionada, disse que estava orgulhosa de ter uma amiga quase espiã.
- O que vamos fazer hoje a noite? - Pergunto a Jenny, era noite de Natal e seria nosso último plantão, depois teríamos folga.
- Bom, Chris está preparando a nossa ceia. - Ela e Chris estavam saindo desde que se conheceram enquanto fiquei hospitalizada, quase um namoro, Jenny só não gostava de usar essa palavra.
- Por que não me falou nada? Teria ajudado vocês a comprarem as coisas.
- Chris queria te fazer uma surpresa, você anda dobrando os plantões, quase não te vejo em casa...
- Eu sei, essa época do ano...
- Você não precisa se justificar, quero que apenas curta o Natal, sei que adora as comemorações! - Terminamos de revisar os últimos pacientes e passamos o plantão.
A neve deixava a noite ainda mais linda e fria, eu e Jenny andávamos de braços dados para nos esquentar e em algumas quadras a conseguia avistar nosso prédio. Em nosso andar o cheiro de assado exalava e tinha a plena certeza que vinha de nosso apartamento, antes de colocar a chave na porta, Chris abre com um sorriso nos lábios.
- Boa noite meninas! - Ele me abraça.
- Briguei com Jenny e vou brigar com você também! - Desfaço nosso abraço e entro no apartamento.
- Por que? - Ele olha confuso para Jenny.
- Contei a ela que você estava preparando nossa ceia. - Ela o cumprimenta com um selinho.
- Não estávamos nos vendo com tanta frequência...
- Foi o que eu disse a ela. - Jenny completa.
- Eu sei disso, mas eu queria ajudar vocês... O que é isso?
- Presentes! - Jenny se aproxima de nossa árvore de Natal. - Papai Noel passou cedo por aqui.
- Vocês...
- Depois abrimos, quero que vejam a mesa! - Chris nos leva até q cozinha e me deparo com uma mesa deslumbrante, cheia de frutas, assados e diversas coisas, ele havia posto cada talher e cortado cada fruta com tamanha dedicação.
- Nossa... Está maravilhoso! - O elogio.
- Meu namorado é incrível! - Jenny fala e nós dois olhamos para ela. - O que foi?
- Você me chamou do que?
- Eu... - Ela gagueja. - Bom, já estava na hora de darmos uma passo a mais e...
- Admite logo que vocês estão namorando! - Falo pra ela.
- Ok, você é meu namorado.
- O que o Natal não faz! - Chris a puxa para um abraço e fico os olhando, feliz e torcendo cada vez mais por eles. - O peru...
Chris corre para desligar o forno e tirar a ave, Jenny o ajuda antes que ele se queimasse, prestes a abrir o vinho, ouço o interfone tocar.
- O bolo deve ter chegado. - Chris fala. - Você pode buscar ele, Elena?
- Claro! Já está pago?
- Sim. - Ele me responde, me enrolo com meu cachecol e saio. A medida que o elevador vai descendo, sinto uma sensação familiar, um frio na barriga.
Caminho até a recepção e vejo um homem de costas com a jaqueta cheia de neve, talvez aquele fosse o homem com o bolo, mas a medida que me aproximo, começo a reconhece-lo, a estatura, a forma de como ficava parado, poderia reconhecer aquele homem em uma multidão. Ele se vira para mim e nossos olhos se encontram, aquele olhos azuis intensos pelos quais havia me feito apaixonar e chorar por meses infinitos.
- Elena... - Me aproximo e paro em sua frente, antes que ele possa dizer qualquer coisa, dou um tapa em sua cara, sinto minha mão arder, mas não esboço nenhum sentimento de dor, fico o olhando firme, enquanto o mesmo me encara com a mão no rosto e olhos arregalados. - Me perdoa...
- Você... - Começo a falar e paro, eu não sabia o que dizer, esperei tanto por aquele momento, contei os dias e idealizei como seria se ele voltasse, se eu esbarrasse com ele nas ruas movimentadas e ele estava bem ali, na minha frente e eu não tinha reação alguma. Sinto uma lágrima escorrendo pela minha bochecha, involuntária. - O que veio fazer aqui?
- Eu queria te ver, te pedir perdão por ter me despedido com uma carta estupida, por ter ido embora...
- Eu esperei por você.
- Eu sei disso...
- Você não sabe, você não faz ideia do que foi ter vivido tudo aquilo e do nada ser abandonada, você não me falou para onde ia, não soube de você, o Chris não me falava mais nada a seu respeito, foi como se você tivesse virado um fantasma!
- Você acha que foi fácil pra mim?! Anthony pediu que eu sumisse até que eu fosse inocentado, perguntei de você todos os dias para Chris e pedi para que não falasse sobre eu, como eu estava, o que andava fazendo, mas eu sempre procurei saber de você, como poderia deixar esquecer a mulher que amo?! - As últimas palavras que Sebastian disse me fizeram perder os sentidos por alguns segundos, ele se aproxima ainda mais, consigo sentir sua respiração, seu cheiro, ele estava com os cabelos mais compridos, a barba feita, continuava lindo ou ainda mais lindo, não sabia como aquilo era possível. Fecho os olhos e nossos lábios se encontram, seus lábios estavam frios e foram esquentando na medida que nossos corpos se aproximaram, sua língua pedia passagem e eu permiti, eu queria aquela sensação de novo, fiquei na ponta dos pés e passei meus braços ao redor de seu pescoço, o puxado para mais perto. - Eu quero você e nunca mais vou te deixar!
- Eu te amo. - Falo entre os beijos.
- Eu te amo! - Sebastian fala e me rodopia no ar, a felicidade havia voltado junto com aquele homem que eu salvará.

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Chega ao fim nossa história e só quero agradecer a vocês que acompanharam até aqui e fizeram a fic crescer, sério, cada comentário, cada visualizam e interação (mesmo dos leitores fantasmas kkkkk), obrigada por acreditarem em mim!
Obs: Estou pensando em fazer uma outra fic, vou começar a escrever e logo logo posto o piloto pra vocês me falarem o que acham, beijos de luz da dinda.

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