Capítulo 4

231 27 4
                                        

As mãos de Sebastian passeavam pelo meu corpo enquanto eu estava em cima dele, na medida que o beijo se intensificava, mais desejo tínhamos. Não saberia dizer se era o álcool, mas tinha a total certeza que aquele foi o melhor beijo que já me acontecerá.
Em meio aos gemidos, ele tenta tirar minha camiseta e então uma batida forte na porta de entrada nos atrapalha.
- Deve ser a Jenny, talvez ela tenha esquecido a chave... - Falo com as nossas testas ainda suadas e amaldiçoando Jenny por quebrar o clima. - Eu vou lá.
Desço de cima dele e vou até a sala, fazendo um coque rápido, me preparando para xingar ela, uma batida mais forte que a anterior me assusta, prestes a abrir a porta, sinto uma mão apertar a minha boca e me arrastar até o quarto. Sebastian me solta e tranca a porta.
- Por que...
- Eles me encontraram!
- Como você sabe?
- Pegue algumas roupas, não temos muito tempo... - Sebastian coloca os tênis e a blusa. - Aonde você guarda as malas?
- Sebastian... - Ele abre as minhas gavetas e tira algumas roupas. - Para!
- Elena, eles vão invadir o apartamento, provavelmente cercaram o prédio, se pegarem eu e você, não terão piedade. Agora me fala aonde estão as malas?
- No quarto de Jenny, ela as guarda lá. - Falo um pouco fraca. O vejo saindo e voltando com uma mala grande de mão e uma mochila.
- Pegue o que for necessário. - Sebastian me ajuda a pegar algumas coisas, ele me joga uma calça e uma blusa de moletom para vestir.
- Tá bom, qual vai ser o plano?
- São dois homens armados na porta e seis ao redor do prédio.
- Como você sabe?
- Só me escuta. - Ele fala pegando a arma. - Vou distratar os dois e você vai direto para o elevador de serviços, vai ligar o carro e me esperar lá, se eu não aparecer em 5 minutos, você vai sair daqui, sem olhar pra trás!
- Sebastian...
- Eu estou falando sério! - Ele me encara. - Não êxite em me deixar.
Pego a mala e a mochila, Sebastian recarrega a arma.
- Mais uma coisa. - Ele segura em meu braço. - Não olhe para trás, quando eu abri a porta, corra o mais rápido que puder!
Ficamos atrás da porta, aquilo estava realmente acontecendo comigo? Eu teria que sair do meu próprio apartamento, porque ajudei um estranho foragido do FBI. Sebastian me da um sinal de que vai abrir a porta e eu me preparo, assim que ele se joga em cima dos dois homens, saio correndo, o elevador de serviços ficava no corredor à esquerda, fico esmurrando o botão na tentativa de chegar mais rápido, assim que entro, a porta se fecha e escuto o barulho de um tiro. Fico paralisada tampando a minha boca e segurando as lágrimas, só consigo me mover quando as portas se abrem na garagem.
Acho meu carro e jogo a mala e a mochila nos bancos traseiros, ligo e fico olhando sem piscar uma vez pra porta do elevador, já haviam se passado 4 minutos, sinto lágrimas rolarem por minhas bochechas, prestes a dar partida, vejo a porta do elevador se abrindo e Sebastian correndo em minha direção.
- Vai! Vai! Vai! - Ele grita enquanto entra no banco passageiro.
Canto pneu e aciono o portão, em meio ao desespero nem percebo pra onde estou indo, tento olhar na direção de Sebastian, mas estou travada e agarrada no volante, continuo dirigindo sem parar.
- Elena? - Sebastian me chama e não consigo responder. - Para o carro.
Desacelero e estaciono o carro em uma rua deserta, solto o volante lentamente.
- Deixa comigo! - Ele pega em meus braços e me puxa para o seu colo. - Olha pra mim.
Encaro aqueles olhos azuis e começo a me acalmar, vejo que Sebastian tem um corte superficial no lábio é um arranhão na bochecha, ele segura meu rosto com as mãos e quando percebe que já estou melhor, vai pro banco do motorista, coloco o cinto e ele da partida.
- Pra onde vamos? - Consigo falar finalmente.
- Vamos nos encontrar com um amigo.
- Você se feriu? Eu ouvi um tiro.
- Eu estou bem, eu que atirei. - Permaneço olhando pela janela e ficamos em silêncio.
- Jenny! - Dou um grito e Sebastian se assusta. - Eles vão pegar ela!
- A essa altura já devem ter evacuado o apartamento, eles não estão atrás dela, estão atrás de mim.
- Ela vai ficar preocupada...
- Mande uma mensagem pra ela.
- O que eu digo?
- Fale que vamos dormir fora, amanhã pensamos em alguma coisa. - Ele me olha e espera eu digitar, assim que termino, ele pega meu celular e joga pela janela.
- SEBASTIAN!
- Seu número está grampeado.
- Eu queria saber como você sabe de tudo isso, as vezes eles nem me conhecem...
- Eu trabalhava nisso, fazia as mesmas coisas que eles estão fazendo, eles já sabem quem você é, o que faz, aonde trabalha, são o FBI! - Ele termina de falar e volta a olhar pra rua, permaneço em silêncio olhando pra janela.

BeginningsOnde histórias criam vida. Descubra agora