Sempre me disseram que um amor de infância é inesquecível, mas jamais esperei amar a mesma pessoa pela maior parte da minha vida.
O que eu poderia fazer? Shawn Mendes era lindo, tinha senso de humor, cheirava bem e... me detestava. Ainda assim, o q...
1- É algo impulsivo que eu tô escrevendo, tenho algumas coisas planejadas, mas vou deixar a escrita me levar e aí a gente vê no que dá.
2- Eu vou finalizar Cruel e tenho mais duas outras obras, então não vai ter atualização tão constante, eu acho, depende de como eu vou estar inspirada, eu posso soltar dois capítulos em um dia, ou demorar uma semana pra postar outro.
3- A história não tem nada sobrenatural, ou medieval, ou traição, ou tráfico humano, como as outras, é algo mais "normal", vai ser uma experiência nova, simplesmente vai falar sobre um amor que não é correspondido.
4- Podem xingar o Shawn, vocês vão achar ele um porre no começo.
5- Gente a Camila vai ser tão bobinha e apaixonada, acho que vocês vão chegar a se irritar com ela em algum momento porque pense numa mulher trouxa...
Espero que gostem, comentem sua opinião, mesmo que seja pra dizer que não gostou de algo.
Essa capa aí eu vou colar em todo capítulo pra ficar bonitinho.
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Na primeira vez que Shawn Mendes quebrou meu coração, eu tinha nove anos.
Aos oito ele havia se mudado para a rua onde eu morava e seus pais logo se tornaram amigos da vizinhança e eu me apaixonei assim que o vi. Ele era gentil, um pouco estressado, mas sempre ajudava a todos. Era uma pena que, um ano depois quando perguntei se ele gostava de mim, ele disse que não.
Esse foi meu primeiro — de muitos — coração partido.
Eu tentei de tudo: fiz um bonequinho para ele, cuidei dele quando seu braço quebrou e fazia cupcake e deixava no seu armário todos os dias. Modéstia parte, meu cupcake era ótimo! Mas nada parecia encantá-lo. Talvez fosse aquela coisas de "meninas são nojenta" que todo menino tem quando era criança.
Mas não. Continuou do mesmo jeito durante nossa adolescência.
À medida que crescíamos, Shawn se desenvolveu e eu também... Pra pior. Meu rosto enchia de espinha e meu cabelo era difícil de domar, sem contar que eu não sabia disfarçar muito bem o que sentia. Shawn logo foi ganhando o interesse das garotas e parecia gostar.
Meu segundo coração partido, foi aos treze anos, quando descobri que ele namorava Lisa Berbrook. Eu liceu bem com isso... Depois de passar cola do cabelo dela.
Não foi certo, é claro, apesar do rosto choroso dela ainda me trazer alegria às vezes.
Se Shawn já não gostava de mim antes, depois disso, me achava maluca. Eu tentava falar com ele, e o mesmo me respondia, pois era educado, mas era óbvia a sua vontade de sair de perto o mais rápido possível.
Ainda assim, ele parecia gostar de todos os cupcakes que eu deixava pra ele, pois sempre achava a forma vazia depois do intervalo, o qual ele numa comia, alegando estar cheio.
Pode parecer idiota fazer isso, mas meu sonho era ter uma confeitaria, então, qual a melhor forma de treinar se não fazendo doces todos os dias?
O segundo grau chegou e a preparação pra faculdade veio junto. Eu queria entrar em gastronomia e, coincidentemente, ficava na mesma faculdade que meus amigos. Era estranho saber que Shawn estava no mesmo círculo de amizade que eu, mas mal nos dirigíamos uma palavra. Eu tentei, no começo, mas era claro o seu desinteresse, então desisti.
Mas ainda fazia os cupcakes e ele ainda comia. Eu disse que eram bons!
Nunca faltava a escola, então não havia um dia em que um bolinho com um sabor diferente estivesse no armário dele
Com o tempo, Shawn e meus amigos começaram a sair pra festejar, o que não era muito minha praia. Eu gostava do silêncio, de poder pensar e conversar. Foi uma surpresa quando conheci um garoto com os mesmos gostos que eu.
Carter era bonito, legal e se interessou em mim. Eu tinha dezessete anos na época e já estava na hora de tentar seguir em frente. A surpresa no rosto de todos, inclusive de Shawn, quando eu contei que estávamos namorando.
Eu nunca deixei de deixar bolinhos no armário do Mendes, mas agora eu tinha outra pessoa pra dar todos os meus doces... No sentido amplo.
Carter deixou o que eu sentia por Shawn totalmente adormecido e todos pareceram notar, até ele, que sempre nos olhava com atenção quando estávamos juntos. Eu adorava meus amigos, mas nunca achei alguém que me entendesse tanto como Carter fazia, quase ninguém me fazia sentir como se eu pudesse contar a coisa mais boba do mundo, e ainda assim, fosse refletir comigo.
Eu fiquei arrasada quando ele teve que voltar para seu país. Índia era muito distante e Carter tinha problemas familiares, não deixando tempo para nosso namoro.
Cozinhei como uma louca naquela semana, até o ponto que não tinha mais espaço e nem pessoa para quem dar os doces. Felizmente, Karen, a mãe de Shawn, disse que precisava de doces para um jantar que ia dar. Depois disso, vender o que eu fazia se tornou algo constante e eu já não sabia quantas noites perdi cozinhando.
Não fui ao baile de formatura, ainda pensava em Carter e a última coisa que precisava era ver Shawn com alguma garota. Millie e Leo, meus amigos mais próximos do grupo, ficaram ficaram comigo aquela noite.
Duas semanas depois, o resultado para a faculdade saiu e, convenientemente, todos nós passamos no mesmo lugar. Cada um em seu curso escolhido. Minha família não estava em boas condições e eu rejeitava qualquer ajuda vinda dos meus amigos, apesar de saber que eles o faziam. Fiz o possível e o impossível para me manter na faculdade de gastronomia e não precisar mudar para um curso que desse mais dinheiro. Virava noites confeitando e quase nunca rejeitava um trabalho. Tudo ia bem, pois, felizmente, a universidade dava muitas festas.
Sim, eu ainda fazia cupcakes pra ele, caso reste alguma dúvida. E não, Shawn e eu não evoluímos em nossa relação de nunca falar nada um para o outro. Eu ainda gostava dele, mas sabia disfarçar mais agora, apesar de saber que ele notava meus olhares.
Talvez, se Carter não tivesse ido embora, eu tivesse esquecido Shawn. Eu sinto que estava perto disso.
Agora, eu só podia torcer para que não houvesse mais corações partidos. Não restava muitos pedaços do meu.
