Capítulo 14

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— Onde está o macarrão?

— Camila, já cortou os legumes? — Alguém gritou no meio daquela confusão.

— Pega o tempero na prateleira? — A pessoa ao meu lado pediu.

— Eu já vou... — Murmurei, andando rapidamente para entregar a vasilha com legumes para o chef do outro lado da cozinha.

— O macarrão, Camila! — Outra pessoa pediu.

Apressada, fui em direção ao fogão, mexendo a massa para não grudar.

— Mais cinco minutos. — exclamei.

O restaurante estava lotado hoje e a cozinha estava uma zona. Pessoas correndo para todos os lados, todos os fogões e bancadas ocupados, pedaços de legumes e molho voando para todos os lados... uma confusão.

O metrô atrasou quando larguei da faculdade, de modo que tive que vir correndo direto para a cozinha e fazer o possível para acompanhar o ritmo. Mesmo com diversos ajudantes, ainda era difícil fazer tudo rápido em dias de grande movimento, e eu precisava mostrar desempenho no trabalho se quisesse mantê-lo.

Quando notei que o macarrão já estava bom, desliguei o forno, pegando a panela com cuidado, contudo, no momento em que me virei, bati de frente com alguém.

O encontrão me empurrou, caí no chão, mas esse não foi o pior.

A panela com a água fervendo caiu por cima do meu braço e, imediatamente, um grito escapou da minha garganta.

Fiz de tudo para me levantar rapidamente, mas o estrago já havia sido feito. A cozinha inteira parou, se reunindo ao lei redor e me levando em direção à pia, empurrando lei braço de baixo da água.

Lágrimas encheram meus olhos e escorreram pelo meu rosto. Era uma dor insuportável. Não olhei para minha pele, pois já imaginava como a situação estava feia.


Levei duas horas no hospital e, agora, estava em casa, sentada no sofá, com o braço enfaixado e dolorido.

A restaurante teve a decência de pagar os custo, visto que fora uma das chefs antigas que esbarrou em mim. E, claro, porque muita gente havia visto e pegaria mal para o estabelecimento.

Apesar de ter sido tratada, ainda doía muito, e eu precisava de total repouso do braço, de modo que, por ser meu braço direito, não conseguiria fazer praticamente nada. Inclusive tomar um banho descente, me deixando dependente de Millie.

— Okay, eu não vou passar sua dúzia de produtos! — Minha amiga disse, de pé, na minha frente. — Sabonete, hidratante, desodorante e perfume. No máximo, máximo mesmo, lavar o rosto. Fim.

Revirei os olhos.

— Eu preciso passar as ouras coisas.

Millie balançou o dedo.

— Eu nunca conheci alguém que passa tanto produto na pele, Camila, você não vai morrer por passar algumas semanas sem usar. A não ser que você queira que o Brian faça isso. — Apontou para o ruivo atrás dela.

— Não me mete nesse meio. — disse.

Bufei.

— Tá bom.

— Ótimo. Um de nós quatro vai fazer companhia à você quando o outro não estiver. O médico disse que tem descansar, Camila, ou então a cicatrização não vai ser boa.

— Eu ouvi o que ele disse, Millie, queimei meu braço, não os ouvidos.

— Mas eu conheço você e sei que não consegue ficar quieta, mas vai ter que ficar, nem que eu tenha que te trancar no quarto, a queimadura foi séria.

PlatonicOnde histórias criam vida. Descubra agora