Epílogo - PARTE II

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— Laura! — Meu grito saiu, estridente.

Subi os degraus das escadas, a madeira fazendo um rangido alto a cada passo.

Entrei no meu quarto, olhando ao redor.

— Cadê você? Laura! — Chamei novamente.

Virei-me novamente, no mesmo instante em que quatro corpos se jogaram em cima se mim.

Soltei grito, caindo cama, sendo esmagada com tudo.

— Surpresa! — Todos gritaram juntos, ainda em cima de mim.

— Não consigo respirar. — falei, a voz saindo abafada.

O maior deles saiu de cima de mim, os olhos brilhando, o mesmo sorriso que me fazia derreter estampado em seu rosto.

— Você planejou isso. — Acusei.

Shawn levantou as mãos.

— Eu só dei suporte à ideia.

— Nós fizemos um bolo pra você! — Alicia gritou, segurando meu rosto para que eu olhasse em sua direção.

Sorri.

— O seu pai não chegou perto dele, certo?

— Claro que não! — Trent me abraçou, junto de sua irmã gêmea.

— Ia ficar horrível. — Laura, a mais velha, completou.

— Ei, eu ajudei todos vocês e é isso que eu recebo? — Shawn fingiu estar ofendido, nos agarrando entre seus braços.

Nossos filhos gritaram quando ele cutucou suas costelas, ri junto, agarrando-os quando eles vieram se esconder em mim.

— Você tá com cheiro de doce. — Alicia disse para mim.

— É meu perfume. — falei, deixando-me ser puxada pelas outras duas crianças, lançando um olhar para Shawn.

— Vem ver a surpresa! — Laura gritou.

— Cuidado com a escada. — Ouvi Shawn gritar quando chegamos ao corredor.

Os dois me levaram até a sala de jantar e um sorriso enorme se abriu em meu rosto ao ver o bolo decorado na frente da mesa.

— Eu estava dizendo à Alicia. — Shawn surgiu com a Alicia em seu colo.

— Que você está ficando velha! — A menininha disse.

Revirei os olhos, me aproximando dele, que me apertou em seus braços.

— Você tem a mesma idade que eu. — Nos aproximamos da mesa, sentando cada um ao redor do bolo. — Trinta e três ainda é muito jovem.

Laura havia nascido aos nossos 26 anos, dois anos depois de nos casarmos. E, dois anos depois, Alicia e Trent vieram.

Foi uma surpresa saber que eram gêmeos, minha barriga ficou gigante e foi difícil cuidar de duas crianças pequenas, mas era uma experiência completamente nova.

— Por que os cachorros não podem participar? — Trent perguntou ao pai.

— Porque está chovendo e eles devem estar sujos de lama. A não ser que você queira limpar a casa depois. — Ergueu as sobrancelhas para o filho.

— Não! — Exclamou, arregalando os olhos.

— Então podemos trazer a calopsita? — Laura segurou o braço de Shawn, que fechou a expressão assim que ouviu o pedido.

— Ela me bicou hoje de manhã, quando fui colocar a comida dela.

— Mas ela é parte da familiaaaa. — Alicia disse, arrastando a última palavra. — Vai pegar ela, papai!

PlatonicOnde histórias criam vida. Descubra agora