Capítulo 31

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— Não consigo acreditar que você realmente fez isso!  — Leo disse, olhando ao redor do local.

 — Nem eu consigo. — falei, sem conseguir esconder o sorriso do rosto. — É um bom lugar, não acha?

— É perfeito! — Millie não conseguia esconder a empolgação. — O espaço para a cozinha já é climatizado e você não vai precisar mexer tanto na estrutura, os outros gastos não vão ser tão pesados.

O espaço que eu havia comprado para a confeitaria não era o maior, mas era perfeito para um começo.

Havia percebido que não adiantava juntar dinheiro até que tivesse o suficiente para um lugar grande, se precisava de tempo para fazer meu próprio nome. Além disso, por que perder tempo trabalhando em uma outra confeitaria, se eu conseguiria comprar um local para a minha com todos os anos que eu passei juntando o dinheiro?

Pela primeira vez, havia tido coragem e deixei de sacrificar meus sonhos por medo.

E, no fundo — não tão fundo assim —, desejei poder compartilhar esse momento com Shawn.

*

— Meus braços estão me matando. — falei, largando o rolo e pegando a garrafa de água.

— Você quem decidiu não contratar ninguém para pintar. — Brian disse. — Os eletrônicos chegam amanhã de tarde.

Assenti.

— Então precisamos terminar tudo hoje. — Espirrei. — Essa poeira está me matando.

— Deixa que eu termino essa última mão de tinta e depois faço os desenhos nas paredes.

Agradeci, caminhando para o lado de fora.

— Espero que aquele seu curso de pintura tenha valido a penas. — falei, antes de passar pela porta.

Respirei fundo assim que o ar puro bateu em meu rosto, mas ainda cocei o nariz, fungando.

Olhei para a fachada da loja, um sorriso se abrindo em meus lábios.

O nome "CC Bakerie's" estava em dourado, se destacando no fundo azul caribe. Era simples, a fonte, os C's se entrelaçavam em uma letra cursiva, mas a palavra seguinte era em uma fonte reta e refinada. Simples, sem muito fru-fru, porém lindo.

Uma janela de vidro deixaria exposto alguns doces no mostruário e, por dentro, planejava fazer a decoração revezando entre tons de azul, mantendo os tons mais opacos e claros.

Era pra ser confortável e aconchegante. Era um sonho que eu mal conseguia acreditar que estava conseguindo realizar.

— Está ficando muito bonito.

Me virei no mesmo instante, encarando a pessoa na minha frente, sem esconder a surpresa.

— Karen! — falei — Não esperava encontrar você aqui.

Ela sorriu.

— Resolvi fazer uma visita, a não ser que esteja ocupada.

Balancei a cabeça.

— Claro que não, pode vir sempre que quiser. — Me aproximei, vendo que ela segurava uma caixa de madeira em mãos.

PlatonicOnde histórias criam vida. Descubra agora