Estou em minha sala e me vejo pensando em tudo o que já passei até aqui.
Vou até a janela e observo tudo lá fora com a mente longe...
Tenho 37 anos e já passei por cosias que tenho cicatrizes até hoje.
Tive uma infância comum, gostava muito de brincar e ouvir histórias dos meus avós. Os únicos que conheci, avó Giulia e avô Tomás, eles eram o meu porto seguro.Meus pai estava sempre trabalhando e a minha mãe em eventos ou com as amigas, sou filho único. Meus avós morreram juntos, tiveram um infarto com poucos minutos de diferença.
Quanto fiz 9 anos e estava ficando rebelde para chamar a atenção deles, o meu pai me chamou no escritório, lembro dessa conversa até hoje. Meu pai se chamava Olavo e a minha mãe Diana.
-Henry, você vai para um internato, vai aprender tudo lá e vai assumir a empresa quando voltar. Você é o herdeiro e tem que cumprir o seu papel.- Eu o olhava em choque, os meus amigos diziam que os internatos eram os piores lugares do mundo e parecia uma prisão, só iam para lá quem não tinha o amor da família.- Você entendeu ?
-Pai, o senhor não me ama?- o olhei nos olhos e vi tanta frieza que me encolhi na cadeira.
- Amor?- Ele riu, frio como sempre.- Você nunca vai saber o que é isso, essa coisa não existe. Você entendeu o que eu falei?- Ele me olhava com desprezo.
- Sim senhor.- Respondi com a voz baixa.
- Ótimo, agora saia, chame sua babá para arrumar suas coisas, você vai amanhã.- Falou e pegou alguns papéis.
No outro dia, eu já estava arrumado e pronto para ir. Eles só me olharam e meu pai me mandou embora.
Não tive notícias deles até os meus 17 anos.O orfanato era só para meninos e da alta sociedade. Quartos individuais. Tínhamos atividades das 7h da manhã às 18h da noite. Lembro que me sentia triste no começo e engordei muito por tudo o que se passava na minha mente. Sofri bullying e muito mais.
Quando fiz 14 anos resolvi mudar, comecei a lutar, jogar rugby e fazia esgrima. Me dediquei e fiz as atividades que o meu pai me mandou. Eu sempre fui muito inteligente e tirava notas altas, achava que assim os meus pais iriam gostar de mim.
Mas aprendi com o tempo que eu não tinha culpa, eu não pedi para nascer, foi escolha deles, eu só queria seguir o meu rumo, para sair dali e ficar livre.
Quando tinha 17 anos, faltavam dois meses para completar 18 e enfim voltar para "casa". Eu já tinha planejado a minha vida, iria para a faculdade e me formar e depois trabalhar e viver longe dos meus pais. Eles estavam sempre em sites, como o casal exemplo e uma empresa com uma boa quantidade de dinheiro.
Eu estava no meu quarto lendo e lembro que o direito veio trazer a notícia. O avião que os meus pais estavam, caiu em uma floresta.
Eles foram encontrados sem vida e na perícia dizia que tinha sido falha técnica.
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Escolhas da vida - Revisando
RomanceConheça a história de Liz e Henry. A vida é feita de escolhas... As escolhas que fazemos na vida só devem ser feitas quando se tem a total certeza do que está fazendo e do que vai fazer depois.