Capítulo 3

323 45 4
                                    

Mágoas.

Afonso foi acordado bruscamente com o som de batidas na porta, ele ainda estava deitado no sofá. E ficou se perguntam, ó porque de ter dormido ali. Levantou para atender a porta sentindo sua cabeça latejar a cada passo. E se praguejando mentalmente por ter sido tão idiota, e ter bebido tanto. Abriu a porta e se deparou com Vitória, que o encarou com seu ar prepotente.

_ Meu Deus!... o que acontece com você?, Foi atrapalhado por uma manada de elefantes? _ Ela diz com um sorrisinho de lado, e tirando seus óculos escuros estilo gatinha, medindo o rapaz de cima em baixo.

_ Bom dia pra você também, Vitória! .... O que devo a honra de sua visita?....se veio ver Lili, ela já foi para o trabalho....bom,eu acho!_ Afonso diz não se lembrando direito da noite passada.

_ Eu não vim ver minha irmã...,vim falar com você mesmo!....A pedido de Lili, Alfredo conseguiu uma entrevista de emprego pra você na fábrica de tecidos...,o gerente e muito amigo do meu marido,os dois praticam boxe no clube Aurora!..., esteja na fábrica as dez horas! _ Vitória diz lhe entregando um cartão, e deixando Afonso surpreso. Vitoria estava mesmo mudada, e se não fosse por ela, ele nunca tinha ficado com Lili.

_ Obrigado, Vitória!...eu realmente preciso desse emprego!

_ Estou fazendo isso pela minha irmã!...eu realmente quero que vocês dois sejam felizes!... Mas eu já vou indo!. E Afonso!...,  vê se toma um banho antes de ir pra fábrica! Você está fedendo!... depois não quer que eu te chame de mecânico esfarrapado! _ A garota diz colocando seus óculos e indo embora.

Afonso apenas ri com seu comentário, sabendo que ela nunca deixaria de lhe tratar assim.Mas por fim, constatou que Vitória tinha razão, ele estava mesmo fedendo. E foi nesse momento que recordou da noite passada, de que tinha bebido além da conta e dito coisas horríveis para Lili, da qual ela não merecia escutar. Afonso se sentiu um grande imbecil naquele momento, como pode tratar assim sua esposa?
Ela sempre esteve ao seu lado em todos momentos que precisou, e o que ele fez em troca?  Á magoou com suas palavras. Teria que se redimir, iria procura-la depois que voltasse da sua entrevista de emprego, e tentaria acertar as coisas. Só esperava que Lili perdoasse mais esse sua burrada!

******

Lili tentava em vão organizar algumas fichas de pacientes no armário, mas a sua cabeça estava longe. Não conseguia parar de pensar em Afonso, e se ele estava bem. Mesmo ele não merecendo, ela se preocupava com ele.

Quando saiu de casa pela manhã, ele ainda estava dormindo no sofá,mas ela não fez questão de acorda - ló ainda estava magoada por causa de tudo que ele havia dito. Suas duras palavras ainda atormentava sua mente, e não  deixou que ela dormisse a noite inteira, e por está razão Lili tinha profunda olheiras, e sua cabeça latejava.

Lili escutou a porta da frente abrir, e dela passar a última pessoa que queria ver naquele dia. Parada em sua frente com seu ar esnobe, estava Murilo. Ele sempre aparecia parar ficar lhe atormentando, e se Afonso soubesse disso, seria confusão na certa.

_ Desejo alguma coisa, doutor ?_ Lili pergunta sentando atrás de sua mesa.

_ Pra que tanto formalidade Lili? Nós dois já fomos quase noivos! _ Murilo afirma com um sorriso de lado.

_ Ainda bem, que eu cai em si a tempo, e não cometi esse desatino!

_ Que isso Lili, com toda certeza eu seria um marido melhor do que aquele mecânico! ... Aliás, eu ó vi ontem a tarde num bar próximo a praça enchendo a cara!._ Ele relata fazendo Lili engolir em seco.

_ Como diz o ditado" Tal pai , tal filho!" _ Murilo sorri, enquanto Lili tem vontade de esgana lo. Mas antes que Lili diga alguma coisa, doutor Edmundo sai do consultório com seu paciente.

_ Murilo!... O que te traz você aqui no meu consultório? _ O velho médico pergunta, já estranhando ó porque do rapaz sempre estar lá e nunca marcar uma consulta.

_ Ele está com um probleminha chato doutor! _ Lili diz não dando tempo do rapaz dizer alguma coisa.

_ Então me diga, vamos ver se posso resolver?.

_ Ele está com um furúnculo!... E está morrendo de vergonha disso! _ Lili interrompe Murilo outro vez, sentindo o doce gosto da vingança, enquanto o rapaz a encara incrédulo.

_ Eu não estou com ....!_ Murilo tenta reverter a confusão, mas outro vez e interrompido por Lili.

_ Sabe doutor, e que o furúnculo....e bem nas nádegas ! E por está razão ele está tão envergonhado! _ Lili se esforça  para não rir diante da cara que Murilo faz.

_ Meu Deus!...todo esse drama por causa de um furúnculo na bunda! Vamos, lá no meu consultório que já examino isso! _ Doutor Edmundo diz colocando a mão sobre os ombros de Murilo, e o encaminhamento para sua sala. Enquanto o rapaz olha pra Lili desesperado.

_ Eu não posso agora... Eu, eu... tenho que ir! _ Murilo afirma saindo quase correndo do consultório.

_ Vai entender esses jovens!... adoram se meter em qualquer briga, mas tem medo de um simples exame médico! _ O doutor dá de ombros e volta para sua sala. Enquanto Lili finalmente deixa o riso escapar, quem sabe agora Murilo pare de vir todos os dias lhe perturbar.

_ Do que você está rindo? _ Lili escuta alguém perguntar, e não precisa levantar o rosto pra saber que era Afonso.

_ Você deseja alguma coisa! _ Ela diz séria, voltando a organizar as fichas no armário.

_ Eu!...,vim te buscar para almoçar, e também preciso te contar uma novidade! _ Afonso diz se sentindo péssimo pela forma que Lili ó olhava.

_ Eu já almocei!

_ Tudo bem, então! Mas a novidade que queria te dizer, é que...arrumei trabalho na fabrica de tecidos! Começo amanhã mesmo, graças a sua irmã e Alfredo! _ Ele relata, mas Lili não esboço nenhuma reação continua a mexer naqueles papéis de forma automático, e sequer olha pra ele.

_ Você, não vai dizer nada? Lili!.

_ Não!..., Vou te poupar da minha falação desmedida!

_ Lili por favor!. Eu ....!

_ Por favor digo eu, Afonso! Eu estou trabalhando, podemos resolver isso depois! _ Ela diz em seco, com seu semblante fechado.
E Afonso sabia muito bem, que merecia todo sua indiferença.

_ Tudo bem!...nós vemos mais tarde! _ Afonso vai embora, e finalmente Lili consegui respirar tentando se controlar para não deixar nenhuma lágrima cair.Ela realmente queria que tudo fosse diferente, mas sua vida parecia uma eterna confusão!

Para todo Sempre!Onde histórias criam vida. Descubra agora