Para todo Sempre!

Capítulo 19

Impossível

Assim como todos Domingos, Lili saiu do seu apartamento para ir a missa. Era uma das únicas coisas que ela fazia para se distrair naquele dia, já que não podia mais ir até a casa do seus pais para o almoço. Naquela manhã ela se sentia melhor, não tinha tido as terríveis cólicas e havia dormido muito bem.

Lili chega a frente do prédio, depois de ter parado alguns segundos no primeiro andar para conversar com dona Mafalda sua vizinha, que queria saber como estava sua gravidez. Assim que ela sai na rua, vê Afonso encostado em um Cadillac que brilhava ao sol de tão novo. Lili já começava achar que finalmente ele tinha desistido de tentar fazer com ela ó perdoasse, já que fazia dois dias que ela não ó via. Mas ela estava enganada, lá estava ele, á encarando com aqueles seus olhos azulados. Porém Lili simplesmente cruza por ele e segui seu caminho para a igreja, mas vê pelo canto do olho que ele está vindo atrás dela.

_ Bom dia, Lili! _ Afonso diz á alcançado.

_ É, realmente meu dia estava muito bom! Até o momento que eu cruzei com você! _ Lili afirma não sendo nada gentil.

_ Quando é que você vai parar de me tratar assim, Lili?.

_ Se você não quer ser tratado dessa maneira Afonso, e só parar de me perseguir!... de entrar na minha casa sem minha autorização!!...e parar de achar que meia dúzia de palavras bonitas vão me convencer a te perdoar! _ Lili diz olhando bem para Afonso, tentando faze-lo entender que ela estava falando sério.

_ Não!!...eu não vou desistir! Porque você vale todo meu esforço!  .... nem que você me maltrate, me humilhe e me expulse mil vezes da sua casa! Eu não vou desistir de você, Lili! Porque eu te amo! _ Afonso afirma chegando bem próximo de Lili, que ela podia sentir até seu hálito de menta. Fazendo com que a garota sentisse seu coração disparar ao se recordar de contas vezes havia se perdido naqueles lábios.
Lili se afasta de Afonso bruscamente antes que caísse na tentação de beija-lo, não diz nada e volta a seguir seu caminho. Afonso sorri diante da reação de Lili,  tendo a confirmação de que a garota ainda ó amava, mesmo negando isso.

Lili entra na igreja sobre os olhares de algumas pessoas, ela já estava acostumada com aquilo. Se senta no último banco, se ajoelha e começa a rezar, estava mesmo precisando de um alento dos céus. Quando termina suas orações e se prepara para se sentar novamente, vê Afonso sentado no mesmo banco ao seu lado. Aquilo realmente era um pesadelo, agora sim ela seria o centro das atenções, muito mais do que o sermão do padre Osorrio . Com toda certeza, todos ali presente devem estar achando que os dois reataram.

_ O que você está fazendo aqui, Afonso? _ Lili diz quase num sussurro.

_ Participar da missa, como todos aqui! _ Ele dá de ombros .

_ Você sabe muito bem o que estou perguntando? Porque você se sentou comigo, e não com seu pai, Alice e Beto lá na frente!

_ Porque quero ficar perto da minha esposa e meu filho!... simples assim! _ Afonso diz calmamente..

_ Não sou mas sua esposa! _ Lili afirma entre dentes.

_ Não!?... então porque você ainda usa sua aliança de casamento? _ Afonso questiona com um sorriso de lado, fazendo Lili olhar para sua mão e se praguejar mentalmente por ainda estar usando àquilo. Ela acaba ficando em silêncio, pois nem mesmo ela sabia ó porque de ainda não ter dado fim naquele aliança de casamento.

Lili bufa indignada e decide prestar atenção na missa, e ignorar Afonso ali do seu lado. Pois a conversa dos dois já começava a chamar atenção, tudo que ela menos queria era isso. Já estava cansada de estar na boca do povo, e não poder andar pela rua em paz .

Assim que a missa chega ao fim, Lili vê Vitória vir em sua direção em passos largos. Sua irmã não tinha uma expressão nada boa , então ela podia esperar pelo pior.

_ Lili, o que você está fazendo sentado junto com esse mecânico esfarrapado? Vai me dizer que você perdoou tudo que ele te fez, e reataram o seu casamento? _ Vitória pergunta sem perder tempo.

_ É claro que não, Vitória!... E Afonso que está me perseguindo aonde eu vou, mesmo depois de todo minha hostilidade! _ Lili diz indignada, por sua irmã achar que ela seria tão idiota a ponto de ter perdoado Afonso.

_ Mesmo mau, Lili! Está realmente achando que você tinha caído na lábia dele novamente!......mas olha aqui o boxeador de meio cérebro! , faça o favor de deixar minha irmã em paz! Já não basta o tanto que você á fez sofrer!

_ Vitória, eu não vou desistir de Lili e nem do meu filho!... Porque eles são minha família! _ Afonso afirma sem paciência, já estava cansado de ser condenado por todos. Ele sabia que tinha errado, mas estava tentando se redimir.

_ Você não pensou em sua família, quando caiu nos braços daquela garçonete peituda e transformou minha irmã em motivo de chacota da cidade!.... Aliás, porque você não volta para ela! Lili não precisa de você! _ Vitória diz, antes de sair pela porta da igreja praticamente arrastando Lili com ela.

Afonso fica parado no mesmo lugar, sobre o olhar das pessoas presente. Ter o perdão de Lili parecia algo totalmente impossível, e pensar que talvez nunca mais ele teria o amor de sua garota de volta, estava lhe matando. Com a mente um tanto atordoada Afonso sai da igreja a passos largos, ignorando o chamado de sua irmã. Vai até em frente ao prédio pega seu Cadillac e sai cantando pneus. Ele tinha que sair dali, ou iria enlouquecer. 

Depois de algum tempo andando com o carro, Afonso para numa estrada de terra, desce do Cadillac vai em direção de um pequeno bosque. Se senta no chão se sentindo o último ser humano da face da terra, perguntando a si mesmo o que deveria fazer para ter Lili de volta. Para ter seu amor outra vez, para que ela ó olhasse com carinho e não com desprezo. Para que podesse ver seu sorriso e não seu rancor!
Ele seria capaz de dar toda sua fortuna que conseguiu nestes últimos meses como lutador, para que sua garota tagarela ó aceitasse de volta!