Epílogo

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2 anos depois...

  Estava debaixo de um carro, um Cadillac vermelho já um tanto rodado analisando seu motor. Vestido com um macacão da oficina que ficava um tanto quanto folgado em mim, do qual eu não me importava, pois ele pertencia a Afonso e seu cheiro ainda estava empreguinado nele. Afastei algumas mechas do meu cabelo que estava grudado na minha testa por causa do suor, e assim sujando meu rosto de graxa. Mas eu estava aonde sempre desejei, e imaginava que nunca iria realizar esse meu sonho.

Porém depois da minha reconciliação com Afonso, tudo começou a tomar um rumo diferente. Meu pai  ó convidou para ser o seu sócio na oficina, e é claro que Afonso aceitou. Assim como eu, ele adorava aquele lugar. Voltei a cuidar da contabilidade e também assim me sobrava tempo para cuidar de Arthur. E quando eu contei para Afonso que sempre tive vontade de ser mecânica, ele não êxitou em me ensinar. E era assim que eu passava minhas tardes de sábado, aprendendo com meu marido a concertar carros.

_ Então, já tem seu parecer senhora Liliane? _ Afonso pergunta com uma sombrancelha levantada, assim que  saio debaixo do carro. E devo confessar que ele é charmoso mesmo com aquele macarrão surrado, com a parte de cima amarrada na cintura e vestido com uma regata e deixando a mostra seus músculos. Realmente eu ainda suspiro por Afonso como antigamente.

_ Bom! O motor está com vazamento!...e tem várias outras peças que vão ter que ser trocadas! _ Digo convicta, mas com um friozinho na barriga esperando não estar errada.

_ Você está correta, senhora Liliane!...mas também pudera, com um ótimo professor como eu! _ Afonso afirma se gabando.

_ Nossa! Você é muito convencido, Afonso!

_ É você senhora Liliane!... É a mulher mais linda, incrível e inteligência que eu já conheci!... Até mesmo vestida com esse macacão enorme! _ Ele diz me puxando pela cintura e me dando um beijo de tirar o fôlego. Mas somos interrompidos por um pequeno que chega de repente segurando em minhas pernas.

_ Olha meu amor, aonde você estava? _ Digo pegando Arthur no colo. Eu sempre achei que meu amor por Afonso era grandioso, mas estava enganada. O que sinto por Arthur e algo inexplicável, ele é minha vida.

_ Eu tava blicando com Lai,mas a tia Vi ficou blava comigo, mamãe! _ Arthur diz me encarando com aqueles olhos azulados iguais de Afonso.

_ Então você está aí! _ Vitória entra na oficina parecendo um furacão com sua filha no colo. Lais era um ano mais nova que Arthur, minha irmã resolveu engravidar depois de tanta insistência de Alfredo, mas ela não tinha muito jeito para maternidade.

_ Esse projeto de mecânico esfarrapado, sujou toda a minha filha de lama !... Olha só ,destruiu o vestido dela novinho! . _ Vitória diz, e acho tudo aquilo um absurdo, ela estar tão zangada por tão pouco.

_ Tava blincando de comidinha! _ Arthur se defende.

_ Vitória, eles são crianças!.... Vai me dizer que nunca brincou com lama na sua infância! _ Afonso comenta.

_ É claro que não, eu não era uma esfarrapada como você!... E olha como você está criando Arthur! está transformando seu filho num ogro!... E até Lili está comentando loucuras, como essa idéia maluca de ser mecânica!... Já não bastava sair por aí dirigindo uma motocicleta e usando calças como um homem!

_ Isso não é loucura, Vitória!... Se chama liberdade! E estou feliz em ser assim, e ter ó apóio do meu marido! Não nasci pra ser madame, deixei essa tarefa pra você! _ Dou de ombros fazendo Vitória bufar indignada e sair pisando duro. Apesar daquele seu gênero difícil, minha irmã era muito importante pra mim, só queria que ela aproveitasse mais a vida e parace de ser alguém que não era.

_ Que tal sairmos pra tomar um sorvete! _ Afonso diz quebrando o silêncio

_ Eba!!!. _ Arthur diz se jogando em seus braços. E ver os dois ali juntos, era minha maior felicidade. E pensar que isso quase foi tirado de nós, ainda bem que toda aquela maldade está no passado.

Pois nunca mais tive notícias de Murilo, ele foi embora da cidade me deixando aliviada. Enquanto Regina foi presa na capital, pois havia roubado o último lugar aonde ela trabalhava como dançarina. O maldade sempre cobra seu preço e agora ela está pagando por isso.

Enquanto aqui estamos vivendo felizes com minha família. Beto e Alice se casaram a um ano, ele ainda continua trabalhando com Afonso na oficina, e Alice dá aula no educandário da cidade. Até mesmo senhor Luiz deixou os traumas do passado por ter sido abandonado pela mãe de Afonso, e está namorando dona Mafalda, minha antiga vizinha e parteira de Arthur. E assim a minha vida ia tomando seu rumo, e me trazendo a felicidade que tanto sonhei, não posso dizer que é perfeita. Pois adversidades sempre acontece na vida de todo mundo, e vence- las e que se torna a vida mais emocionante.

_ Você não vem mamãe? _ Arthur pergunta me tirando do meu devaneios.

_ Mas é claro que vou!....e o último que chegar é a mulher do padre! _ Digo tomando a dianteira em direção ao carinho de sorvete parado na esquina. Afonso e Arthur vem logo atrás sorrindo, e assim que minha tarde de sábado termina, ao lado dos meus dois amores.

A vida é inusitada, eu desejei estar por um minuto ao lado de Afonso, mas agora eu lhe tenho para todo sempre!!!!.

Oi galera!

História finaliza, eu só tenho a agradecer a vocês, meus queridos leitores que junto comigo construíram esse romance. Espero que assim como eu, vocês também tenham amado embarcar nos anos 50 e rir e choram com Lili e Afonso.

Obrigada, um grande abraço!

   Silvana Gomes 🥰😘😍

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