AFRAID | HYUNIN

11'alone

Uma semana já tinha se passado desde o dia que eu e o jinnie dormimos juntos. E eu agradeço até hoje por ter ido a um sexshop para aumentar minha coleção de peças íntimas, ele não parou de falar disso nem por um minuto depois que fizemos.

Foi um dia agradável ao lado dele, sinto que vamos se dar bem nisso de "foda sem compromisso" e ao contrário que pensei não sentir nada romântico, então estou mais tranquilo quanto continuar isso.

Tenho quase 90% de certeza que esse é o refúgio dele mas não sei se é o meu, apesar de amar fazer sexo. Não sei se sinto esse "alivio" interior só por ter um bom sexo, claro que dar uma relaxada (biologicamente falando, pois há um liberamento de endorfina -autora: viu aula de biologia aqui rola tbm-) mas não é algo que se prolongue demais comigo.

Fiquei uma semana inteira com o corpo doendo (AMÉM) e cada pontada na bunda que eu sentia me lembrava dele metendo em mim, por mais que usar vendas é bom não vi ele fazendo isso então foi um pouco triste mas recompensamos isso no banho no qual vi seu corpo monumental metendo em mim.

Nesse dia só ele foi top mas ainda to no aguardo de chegar minha vez. Por essa semana ele teve trabalhos para fazer na agência e eu continuei treinando, mas sob a supervisão do ji, que também sabia que muita coisa. Ou seja, quase não vi mais o hyun e nem ele marcou nada pelo celular então penso que esteja muito ocupado.

No começo da noite quando decidi ir comprar algo no café que é perto da empresa, como passei o dia inteiro treinando quase não comi muito pela correria. Como dispensei o Changbin porque iria ficar o dia inteiro aqui tive que ir sozinho, Ji iria aproveitar a pausa e ver se o Jinnie estava vivo no local de fotos.

Estava usando uma roupa esportiva, um boné e uma máscara para tentar não ser reconhecido. Fiz meu pedido e esperava sentado em uma das mesas um pouco mais escondidas, era um café um pouco "chique" demais então estava incomodado por estar suado daquela maneira em um lugar como esse.

— Jorginhooo, quanto tempo né amigo! — falou um casal se sentando em minha frente.

E infelizmente conhecia os dois caras em minha frente, os dois tinham feito uma "amizade" comigo quando eu estava iniciando minha carreira, não sabia muito bem diferenciar pessoas que estavam ali por interesse e aqueles que realmente queriam meu bem.

Foram os primeiros e últimos que eu deixei se aproximarem de mim depois do ocorrido.

— Desculpe, eu não conheço vocês. Podem se retirar?— tentei ser educado.

— Mas nem faz tanto tempo e já se esqueceu da gente, tenho certeza que lembra do sam até porque era apaixonado por ele né?— um dos caras falou rindo, meu sangue gelou nesse momento.

Basicamente, era começo da minha carreira como ator e por consequência comecei a conhecer mais pessoas, uns deles era Sam e Jungwoo. Foram os que mais ficaram próximos de mim e dos meninos, realmente pensávamos que éramos amigos para me abrir com eles com todas minhas falhas e da minha sexualidade que até ali não era de conhecimento do público.

Saímos quase todos os fins de semana para casa do Sam e um desses dias que só estávamos os 3 decidimos beber um pouco. Eu estava um tempo apaixonado por Sam mas não queria me declarar por medo do que aconteceria depois.

Mas depois de ficar bêbado, deitamos eu e Sam na cama dele, eu pedi para beijá-lo, ele aceitou, ficamos quase toda a noite assim, só não evoluiu para algo pois eu ainda não me sentia pronto para fazer isso com ele.

No dia seguinte do ocorrido estava em todas as capas de revistas eu beijando um "moreno misterioso", assumindo assim minha sexualidade. Comecei a levar minha primeira onda de hate e a mais forte delas por conta disso, até hoje estou tentando recuperar minha confiança para gostar de alguém, acreditar em outras pessoas e sobre me aceitar sendo assim.

Quando procurei os dois depois do ocorrido eles jogaram na minha cara que eram namorados de longa data, fizeram aquilo somente pelo dinheiro que receberam e nunca gostaram de estar perto de mim. Sem contar que ambos sabiam da minha paixão por Sam.

Agora estava o casal feliz sorrindo para mim como se estivessem zombando de mim, como se eu fosse inferior. Eles sempre me olharam assim mas eu nunca notei, por vir de uma família pobre eles acreditam que eu nunca seria como eles, quem nasceu em família de ouro.

Que tolo que eu fui.

— Podem, por favor, saírem da minha mesa? — falei tentando manter o olhar fixo neles mas logo abaixei a cabeça não aguentando olhar para aqueles que tanto me magoaram.

Por que eu sou tão submisso quando se trata deles?

Eu tenho o direito de xingar eles e exigir que saiam depois do que fizeram.

Mas não consigo fazer nada além de ficar puto e fazer meus olhos lacrimejarem por isso. Odeio chorar de raiva ainda mais na frente que fez isso comigo.

— Ohhh,ele vai chorar amor, olha. — sam falou em tom de falsa empatia.

— Foda-se, essa merda. — falei com a voz falhando.

Levantei e saí do local rapidamente, sem enxergar quase nada por conta das lágrimas que caiam sem parar. Eu só andei sem me importar para onde ou quem estava no meu caminho. A noite agora me abraçava e caia uma garoa sobre mim mas eu não ligava, meu coração apertava por essa traição que ainda latejava.

Em algum ponto cheguei a um pequeno parque de exercícios públicos, meio vazio, às vezes passavam alguns idosos ou pessoas caminhando com meus cachorros. Já tinha estado ali antes em outro estado.

Foi aqui que eu andava quase aos pulos por ir se encontrar com o Sam, levava o seu sorvete preferido em minhas mãos e estava feliz, parecia que nem sentia meus pés pois estava flutuando até aquele que amava. Tinha todos nossos amigos ali, esse dia eu sorri tanto que cheguei em casa com minhas bochechas doendo. Foi um dos melhores dias da minha vida.

A que ponto deplorável eu cheguei, não tinha nem a metade daqueles "amigos" ao meu lado, não sorria mais daquele jeito, não confiava assim, não amava assim, nem ao menos gostava de mim mais.

Patético, agora sou um homem sem ninguém e sem a mim. Não me reconheço nesse poço de lágrimas derramadas e tristeza, não sou ninguém.

E não vejo uma saída possível de onde estou.

Estou me afogando, e ninguém vem ao meu socorro.

Enfim, sozinho e cansado de fingir.