A noite chegou tão rapidamente quando Daves numa liquidação de sapatos, como ele costumava dizer.
Eu havia passado o dia inteiro recusado ligações de Hadan e Holand, até mesmo do número da empresa ou números desconhecidos.
Adiei a conversa com a minha mãe até que pudéssemos ficar sozinhas e como Zaylla e Daves, que havia descoberto por mensagens e teve que esconder a reação, haviam entendido, resolveram levar Sally e Patch, que relutou, para comerem num restaurante italiano.— Filha... — minha mãe começou, quando eu parei de enrolar e decidi sentar junto a ela no sofá.
— Você já sabia? — perguntei, a encarando nos olhos.
A expressão de chateação dela me deixou apenas mais brava e eu suspirei.
— Você já sabia que eu estava trabalhando de assistente para o meu pai? — insisti e a vi corar de nervosismos.
Minha mãe engoliu em seco, o lugar estava tão silencioso que foi possível ouvir, e suspirou.
— Eu... bem, sim — ela confessou, desviando o olhar de mim — Soube ontem, quando Holand me ligou — ela completou rapidamente.
Eu não estava suportando ficar em pé, então levantei, caminhando pela sala.
— Ele me ligou e falou sobre o teste de dna, foi por isso que eu vim. Vim correndo assim que soube — minha mãe disse, levantando.
Ela segurou o meu braço e me puxou para um abraço, o qual eu não tive forças para negar.
— Eu nunca faria isso com você, Bai. Eu nem queria que você o visse, nunca, mas o destino sim.
E então, ao ouvir a minha mãe, eu tive certeza de que ela estava falando a verdade. Minha mãe não sabia sobre Holand. Pelo menos não desde o começo.
— Me pergunto como ele conseguiu fazer o teste com tanta facilidade — comentei, ainda nos braços da minha mãe.
— Eu também me perguntei. Na ligação ele falou tantas coisas. Ele disse que tinha uma pessoa... um homem, o ajudando. Foi ele que recolheu amostras suas, amostras que pudessem facilitar no teste — ouvi minha mãe dizer, enquanto voltávamos a sentar no sofá.
A imagem de Hadan me levando para comer, me oferecendo o copo de whisky em sua casa e até dele puxando meu cabelo enquanto estávamos na cama surgiu na minha cabeça como uma lâmpada e eu ofeguei, surpresa.
Não era possível. Ele sabia antes de mim, claro, mas não era possível que tudo aquilo tivesse existido apenas para um teste de paternidade. Hadan não faria aquilo comigo. Ele não poderia ter feito.
Antes que eu pudesse contar alguma coisa para a minha mãe, que ainda me abraça e afagava meu cabelo, ouvi a campainha tocar. Eu sabia que só poderia ser uma pessoa, ou melhor, duas.
Levantei e caminhando com pressa, fui até a porta, apenas para contrastar que eu estava certa.
Holand e Hadan estavam parados na frente da porta, com expressões nada agradáveis.
— Bailey — Holand começou, mas então algo, ou alguém, o impediu de continuar.
Os olhos de Holand foram para trás de mim, onde a minha mãe estava e seus olhos arregalaram.
— Anakin? — ele perguntou, quase que em um sussurro.
Minha mãe também suspirou, parando ao meu lado e eu quase ri da expressão de Hadan.
— Ótimo, minha primeira reunião em família — comentei, de forma irônica.
Os olhares dos três caíram sobre mim e eu quis vomitar. Dei meia volta e peguei o casaco de Zaylla que estava jogado em cima de uma das poltronas de nossa sala, o vesti e saí de casa, passando por minha mãe e Holand.
— Fiquem a vontade, eu não quero ficar no meio do acerto de conta de vocês dois — falei, enquanto ia até o elevador.
Hadan me seguiu e antes que as portas pudessem fechar, ele entrou.
— Bailey... — Hadan começou.
— Estou cansada de ouvir falarem meu nome hoje — o interrompi, me afastando o máximo que consegui dele — eu escolhi não acreditar que você fez tudo aquilo apenas para recolher amostras minhas, Hadan. Você não faz ideia do quanto meu corpo arde em repulsa ao lembrar de você... de nós.
O rosto de Hadan se fechou e ele abriu a boca algumas vezes, mas provavelmente não encontrou palavras.
Quando o elevador abriu, eu saí dali quase correndo, mas não o suficiente, já que Hadan voltou a me alcançar, me parando no hall.
— Eu fiz porque realmente te queria, Bailey. Eu te desejei todos os dias desde que te vi naquele bar... — eu podia jurar que ouvi a voz de Hadan embargada, mas provavelmente estava enganada.
— Ou porque talvez esteja precisando de uma promoção — respondi, sorrindo ironicamente enquanto puxava o meu braço, me livrando das mãos de Hadan.
— Você não pode sair assim. Não pode me deixar sem que eu me explique — Hadan gritou, quase implorando, enquanto eu me afastava devagar.
Começou a chuviscar e eu quase ri da dramatização daquele acontecimento.
— Nunca, Matthews, me diga o que posso ou não fazer — falei, sem voltar a olhar para ele.
Ele não voltou a me seguir, e eu sabia que não faria.
Ter alguém duvidando de sua palavra, para Hadan, era quase como o apunhalar pelas costas, mas aquilo era o que ele havia feito comigo.
Logo as lágrimas voltaram a rolar pelo meu rosto, eu estava me sentindo patética. Patética por ter sido paga pelo meu pai, por trabalhar para ele e patética por me doar para um cara como Hadan, por estar comentando a nutrir sentimentos por ele.
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𝐀 𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 - sofia carson
FanficBailey Mazon, uma garota de 21 anos que decide refazer a sua vida na cidade grande. Como primeiro emprego, ela acaba trabalhando de assistente para Holand Leroy, um empresário bem sucedido. Talvez, só talvez, o destino possa os ter juntado por algu...