𝕿𝖊𝖗𝖈𝖊𝖎𝖗𝖔 𝕮𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔

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The Hills - The Weeknd

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The Hills - The Weeknd

Eu não deveria estar inserida naquela situação e sabia disso, mas desde o dia em que Zaylla chegou aos prantos na nossa casa depois do seu noivado ir pelo ralo por conta do noivo babaca que ela tinha, eu sentia uma imensa vontade de ir até o palacinho que ele morava e costurar "eu sou um covarde" na testa dele.

Daves havia ficado conosco desde aquele infeliz dia, o que no fim, estava sendo bom para tirar Zaylla do fundo do poço. Ela ainda não nos havia contado o real motivo do término deles, mas dava para ter uma ideia, a começar pelo ciúmes doentio que ele sentia em relação a ela e qualquer amizade que Zaylla tivesse, até mesmo Daves, que, vamos combinar, era gay demais para ser visto como uma ameaça.
— Querida, você não pode ficar aqui todo o resto do ano se afogando nas lágrimas e comendo bem-casado, é tão depreciativo — Daves disse, enquanto levantava do sofá e recolhia as embalagens que estavam jogadas pelo chão da sala.
Além de Zaylla, ele e eu também estávamos aproveitando esses dias para ficar na total deprê assistindo filmes dos anos 2000 e comendo sem parar.
— Eu concordo, está na hora de levantar do sofá, tomar um bom banho e balançar o esqueleto — dessa vez fui eu que falei, atraindo olhares dos dois — O que?
— Balançar o esqueleto? — Zaylla perguntou, de forma brincalhona.
— Isso também é cafona, meu bem — Daves gritou, da cozinha, me fazendo rir e cair de volta no sofá.
— Vocês tem razão, está na hora de balançar o esqueleto.
Zaylla levantou fazendo uma dança bizarramente engraçada, o que foi o suficiente para a risada alta de Daves e a minha explodirem pelo apartamento.
— Precisamos da nossa Zaylla de volta — implorei, fazendo cara de cachorrinho pidão e ela correu até o quarto, para se livrar do pijama que estava em seu corpo a quase uma semana.
— E aquele babaca vai me pagar por tê-la feito chorar assim — Daves resmungou quando Zaylla estava distante o bastante.

Pudemos confiar em Daves para escolher a melhor balada que Los Angeles tinha e ele fez o trabalho que tinha a fazer com bastante êxito.
O lugar era pouco iluminado, com iluminação apenas feita por leds coloridas. A música era alta, ao ponto de, para ser ouvida ter que gritar no ouvido do outro. As pessoas, mesmo que bem vestidas, esfregavam-se umas nas outras e bebiam na boca das garrafas.
— Eu disse que fazia isso melhor do que ninguém — Daves disse, ao ver nossa expressão de surpresa.
Zaylla e eu tivemos que concordar que aquele lugar era excelente para superar um término repentino.
Eu estava usando o vestido que tinha ganhado de Daves no mesmo dia do acontecido, com um casaco marrom por cima. Meus cabelos estavam soltos, apenas com a franja presa e eu estava com poucos acessórios, já que o objetivo era ficar bêbada demais ao ponto de esquecer o meu nome.
Zaylla estava usando um vestido preto, colado e cintilante, ela tinha os cabelos soltos, mas também quase nada de acessórios, inclusive, a fizemos deixar a aliança bem guardada no fundo do guarda roupas. Daves estava elegante, usava um smoking rosa, mesma cor da sua calça social e uma gravata mostarda.
— Barman, o seu melhor whisky, essas vadias querem ficar loucas hoje — Daves gritou, assim que chegamos no bar, arrancando olhares curiosos e algumas risadas.

Depois de uma boa quantidade de drinks, Zaylla já rebolava como uma perfeita dançarina na pista de dança, acompanhada por Daves, que alegou que não deixaria nenhum gavião chegar perto da melhor amiga.
Eu continuei no bar, talvez por não estar bêbada o suficiente para acompanhá-los na dança, ou por estar tão bêbada e ao menos conseguir levantar.
— Quem partiu o seu coração?
Um rapaz chamou a minha atenção, sentado no banco ao meu lado. Assim como todos os outros homens, ele estava bem vestido, exceto pela gravata, que passava pelo seu pescoço como um cachecol.
— An? Ah... bem, ninguém. Vim como acompanhante — falei, desconcertada por estar parecendo meio solitária somente de estar no bar sozinha bebendo, mas quem liga?
Apontei para Zaylla e Daves, que dançavam agarrados, rebolando até o chão. A cena fez o rapaz ao meu lado rir.
— Entendido. Me chamo Joshua e você? — ele perguntou, segurando a minha mão e depositando um beijo sutil nela.
— Sou a Bailey.
— Bailey... Claro, você é bonita demais para ter tido o coração partido por alguém. Ninguém seria tão burro assim — Josh falou, enquanto dava um bom gole do seu copo de whisky.
— Quantas conseguiu com essa cantada? — perguntei, tentando não parecer rude. Josh riu com a pergunta e inclinou-se para perto de mim.
— Ainda não usei essa, acha que é boa? — perguntou, de forma divertida e eu ri dessa vez.
— Com certeza não, eu mudaria a minha tática se fosse você.
A risada de Josh era silenciosa, ou baixa demais para que a música alta me deixasse ouvir, mas era agradável, mesmo que ele não tivesse começado muito bem.
— Veio sozinho? — perguntei, passando os olhos para o lugar em que ele estava.
— Não, estou com umas pessoas do trabalho.
Ele apontou com a cabeça para o lado oposto ao que estávamos. Algumas pessoas estavam amontoadas, bem mais arrumadas do que todo o resto, em especial um homem. Ele era alto, bem alto. Tinha os cabelos bem penteados para trás e olhos verdes tão penetrares que quase me fizeram virar para trás. Ele estava olhando na minha direção e sem desviar o olhar, virou todo o resto de bebida que tinha em seu copo, então eu fiz o mesmo.
— Bailey, você não vai acre... — Zaylla gritava, vindo na minha direção, mas foi silenciada ao notar a presença de Josh.
Ele sorriu amigavelmente para ela, mesmo que houvesse um pouco de desdém no seu olhar.
— Goldbach — Daves cumprimentou, de forma séria, com a sua voz um pouco embolada demais.
Minha confusão estava aparente, tanto pelas expressões sérias de Zaylla e Daves quanto pelo divertimento na expressão de Josh.
— Oi Daves... Zaylla. Se divertindo? — Josh perguntou, voltando a ficar ereto no seu banco, já que antes estava quase deitado no balcão para chegar mais perto de mim.
— Vocês se conhecem? — perguntei, finalmente, colocando o rosto na frente dos olhares fuzilantes deles.
— Sim, do trabalho — Zaylla respondeu e mesmo com meu rosto na sua frente não deixou de olhar para Josh.
— Não sabia que estava tão bem acompanhada, Bailey — Josh comentou e dessa vez era visível o seu tom irônico.
Alguma coisa estava obviamente errada e eu não podia deixar de me culpar por estar tão perto de Joshua.
— É, muito bem acompanhada — falei, firmemente e só então seu olhar voltou-se para mim.
Josh agora me olhava nos olhos. Seu sorriso erguia-se apenas em um dos cantos e seu olhar estava semicerrado.
— Foi um prazer conhecê-la, Bailey. Espero que tenhamos uma melhor oportunidade. Até logo — Josh afastou-se, acenando para mim e antes de sumir de vista, lançou um último olhar na direção de Zaylla e Daves, que bufaram.
— Não podemos te deixar sozinha um minuto que você corre esse perigo, garota — Zaylla disse, roubando a minha bebida e tomando todo o resto de uma vez.
— Quem é ele? — perguntei, inclinando-me levemente para trás na tentativa de encontrá-lo de novo, ou talvez o outro homem.
— Aquele é Joshua Goldbach, ele é filho de Steven Goldbach, um dos sócios de Holand Leroy. Aquele cara já tentou de tudo para que Daves fosse demitido só para namoradinha dele assumir o cargo.
Zaylla virou-se para o barman enquanto eu tentava absorver todas as informações. Ela pediu uma taça grande e cheia de sex on the beach e me entregou.
— Namoradinha? — foi tudo o que eu perguntei e Daves apenas acenou, também pedindo uma bebida.
Que canalha.
— Que babaca, ele deu em cima de mim, na maior cara de pau.
— É assim que eles são, meu bem — Zaylla respondeu, por fim, afagando meu cabelo.
O assunto foi encerrado e a noite seguiu até Zaylla ficar bêbada o bastante para tentar agarrar o barman por cima do balcão.
— Certo, hora de ir — eu falei, dando um fim àquela noite.

𝐀 𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 - sofia carson Onde histórias criam vida. Descubra agora