𝕯𝖊́𝖈𝖎𝖒𝖔 𝖖𝖚𝖎𝖓𝖙𝖔 𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔

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...But if you loved me
Why'd you leave me?

Hadan lia atentamente assim que entrei em meu quarto

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Hadan lia atentamente assim que entrei em meu quarto. Pela primeira vez durante a semana mais conturbada de nossas vidas, estávamos sozinhos no apartamento.
Zaylla havia levado Sally para conhecer o shopping junto com ela e Josh. Daves e Paul haviam ido ao casamento da tia de Paul e minha mãe e Patch haviam sumido desde a manhã.
Quando me percebeu no quarto, Hadan guardou o papel com pressa, então percebi finalmente que era a carta de Holand.
— Você era o verdadeiro filho dele — falei, deitando na cama.
Hadan suspirou e colocando a carta sobre a cômoda, deitou ao meu lado.
— Não fala isso. O maior desejo de Holand quando descobriu foi te ter mais perto — o ouvi dizer, enquanto Hadan passava a mão leve pelo meu cabelo.
Suspirei, sentindo o nó voltar a formar em minha garganta. Os últimos acontecimentos me fizeram chorar mais do que já fiz em toda a minha vida.
Hadan, ao perceber que provavelmente eu logo estaria me debruçando em lágrimas, beijou o topo da minha cabeça, me envolvendo em um abraço desajeitado.
— Ele sempre quis cuidar de você e agora pode — ele disse, finalmente, o que foi mais do que suficiente para destravar a pequena chave que prendia o meu choro.

A tarde chegou rápido e com ela, a pequena percepção do mundo real. Eu era a herdeira de Holand Leroy, precisava dar um jeito de tomar conta da empresa dele. Da minha empresa.
Ao olhar de todos, Hadan era o mais apropriado a fazer isso, sempre foi, foi treinado pessoalmente pelo próprio Leroy, então, depois de emitir um comunicado pelo e-mail de todos os fornecedores, Hadan foi nomeado o novo gerente da company Leroy.
— Estou do seu lado, eu sei que vamos conseguir — foi o que ele disse, selando nossos lábios antes de partir, fugindo da imprensa.
Era o primeiro dia dele como gerente, então, mesmo que por poucas horas, eu deveria respirar fundo e conseguir engolir o luto durante aquela tarde, porque depois era hora de agir.

Meus pensamentos foram cortados quando ouvi a campainha tocar e ao abrir a porta, minha mãe entregou junto com Patch como um furacão dentro do apartamento.
— Por onde estiveram? — perguntei, estranhando aquele comportamento exagerado.
Minha mãe suspirou, sentando no sofá, diferente de Patch que, com a cara fechada, continuou de pé.
— Queremos saber o que decidiu sobre a sua herança. Está mais do que claro que mamãe merece tanto quanto você — Patch começou, despejando as palavras em cima de mim, como facas.
Era óbvio que diante de tanto dinheiro, minha mãe não se importaria com os meus sentimentos.
— Eu... — comecei, uma tentativa falha de me expressar.
— Filha, preciso lhe confessar algo — minha mãe interrompeu.
Ela ficou de pé, aproximando-se de mim, com a mão prestes a tocar no meu cabelo, mas, como um choque, me afastei rapidamente. Ela suspirou.
— Sente — e eu o fiz — Você não veio parar em Los Angeles por acaso, muito menos trabalhar na Company como se fosse destino.
Meus olhos piscaram devagar, enquanto uma leve tontura me atingia toda vez que meu cérebro tentava recapitular o que minha mãe dissera.
— Como? — tentei, perguntando.
Minha mãe sentou ao meu lado, e quando fiz menção de levantar, ela o fez primeiro.
— Eu coloquei o anúncio de Los Angeles nas suas coisas. Eu procurei sobre a Leroy Company e descobri sobre Zaylla, eu fiz com que você viesse parar aqui — minha mãe voltou a falar e quando fiquei em silêncio, ainda tentando assimilar, ela continuou:
— Eu já sabia sobre o Holand ser o seu pai. Eu queria que você o conhecesse porque... porque Holand era um homem bem sucedido agora. Eu fiz por você filha, fiz por nós. Ele não mentiu, ele não te escondeu nada porque ele não sabia, desconfiava, mas não sabia. Eu o mandei fazer o teste, eu o induzi a verificar porque... eu sabia, sabia que ele estava doente.
A aquela altura, eu sentia vontade de vomitar. Lembrava-me da expressão de Holand na livraria e sentia vontade de vomitar, sentia nojo de mim mesma e nojo da minha própria mãe.
— Holand morreria a qualquer momento e você era a única para quem ele deixaria tudo... nós precisamos disso, filha, Edgar precisa, Sally e Patch...
— Não — gritei, a interrompendo.
Fiquei de pé, bruscamente, indo para perto de Anakin. Patch tomou a frente dela, imaginando que eu faria algo — Você está mentindo — voltei a gritar.
Minha mãe tinha lágrimas descendo pela bochecha e balançou a cabeça, num gesto negativo.
— O meu pai... você... — tentei, sentindo minhas pernas vacilarem.
Caí de joelhos, diante Patch e minha mãe, enquanto ouvia a porta ser aberta.
Zaylla e Sally correram até mim, com expressões de preocupação, enquanto eu sentia minhas bochechas molharem pelas lágrimas.
— Você é um monstro... vocês dois são — falei, com a voz embargada — Eu faria de tudo por vocês, eu...
— Faria de tudo? — Patch gritou dessa vez.
Minha mãe o segurou, tentando impedir, mas Patch já partira para cima de mim — Faria de tudo? Eu morreria de fome se tudo dependesse de você — ele gritava.
Me senti tonta e quando Patch ergueu a mão, fechei os olhos com força, esperando ser atingida a qualquer momento.
Um barulho alto retomou a minha atenção e vi Joshua e Patch rolarem no chão, acertando socos um no outro. Minha mãe e Zaylla gritavam desesperadas enquanto Sally me abraçava com força. Minha visão estava turva e aos poucos perdi os sentidos.

𝐀 𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 - sofia carson Onde histórias criam vida. Descubra agora