𝐀 𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 - sofia carson

𝕳𝖎𝖘𝖙𝖔́𝖗𝖎𝖆 𝕻𝖆𝖗𝖊𝖑𝖆𝖑𝖆 - 𝕳𝖔𝖑𝖆𝖓𝖉 𝖊 𝕰𝖒𝖒𝖊𝖙

Point of view Holand

Quando se é jovem o único desejo que se tem na vida, além de ser rico algum dia, é viver a juventude. Viajar por todo o mundo, aproveitar as festas, ser feliz, sem nada que possa o prender.
Com tantos desejos assim eu jamais planejaria, cedo demais, ter alguém a quem eu devesse cuidado, atenção e amor. Uma filha. Foi acidente, não era para acontecer, mas aconteceu.
Foi a coisa mais assustadora da minha vida e quando contei aos meus pais, eles me mandaram fugir. Claro que nomearam a mãe da criança como a maior vigarista que já tinham conhecido na vida e eu acreditei. Acreditei que ela havia feito de propósito, então, como fui aconselhado a fazer, eu fugi.
Seattle, a minha primeira parada. Minha cabeça estava tão confusa, tão perdida, eu não tinha ideia de para onde ir, nem tinha tanta certeza sobre o meu grande sonho de viajar pelo mundo, tudo o que eu tinha vontade de fazer era voltar atrás e lutar pela minha filha, mas não fiz.
Me mudei para o chalé dos meus pais e lá dei as maiores festas que poderiam ter existido. Ninguém nunca ficava sóbrio e ninguém nunca lembrava da noite, mas em uma especial, eu fiquei feliz por lembrar.
Lá estava ela, com os cabelos ruivos e cacheados, um sorriso tão brilhante que foi capaz de me hipnotizar. Ela era o ser humano mais lindo que eu já vi em toda a minha vida e eu fiquei quase que obcecado por ela. Emmet, a mulher dos meus sonhos.

Desde o primeiro momento em que vi Emmet eu sabia que iríamos nos casar e quando a vi entrar de branco na igreja  foi como se o meu mundo inteiro tivesse pela primeira vez algum sentido. Ninguém me mandou estar ali, eu estava porque Emmet me tinha. Eu estava porque era o meu maior desejo de todo o coração.
Ela sorriu para mim, aquele sorriso ainda era o mais lindo que eu já havia visto. Emmet ainda era a mulher mais linda do mundo.

Nosso primeiro filho veio poucos anos depois. Um fruto do nosso amor e eu sequer pensava em outra coisa, até o dia do acidente.
Emmet e eu tínhamos brigado, com toda certeza era apenas estresse da gravidez. Ela estava dirigindo até a nossa casa, na chuva.
Meu peito estava tão apertado e quando recebi a ligação, aquela ligação, meu mundo desabou.
Emmet e o bebê não resistiram e me vi sozinho, mais do que nunca.
Então finalmente entendi. Finalmente lembrei. Eu tinha uma filha. Eu sempre tive, mas não dei a devida atenção e passei a pensar que tudo aquilo era culpa minha. Meus dias foram todos vividos como uma agulha num palheiro. Perdi meu norte. Me perdi.

Meu pai morreu anos depois e eu herdei toda a fortuna do meu avô. Uma pequena empresa, mal administrada, que, com um tempo e uma boa administração foi evoluindo.
Company Leroy. A minha empresa. O meu sobrenome. Eu sabia que se fosse famoso o bastante, um dia ela me encontraria e Emmet ficaria orgulhosa. Foi o que eu sempre quis, deixá-la orgulhosa.
Quando recebi uma ligação do Texas, uma ameaça, mesmo que parecesse a pior coisa, para mim foi o ponto alto da minha vida e mal pude acreditar quando a vi pessoalmente.
Exceto pela cor do cabelo, ela era a mesma pessoa que Emmet e eu nem sabia se aquilo era realmente possível. O sorriso, o jeito, a atitude. Ela era Emmet.
Sempre vi Hadan como o meu filho. Ele sempre foi um pouco de mim desde que fora abandonado pelos pais. Eu praticamente o criei. O criei para ser corajoso, para ser forte como eu, mas o vi derreter diante daquela que um dia eu esperava que pudesse me chamar de pai.

Todos os dias desde que Bailey chegou em minha vida eu chegava em casa, ia até a varanda e conversava com Emmet, até o dia que ela me respondeu:
Eles são nós dois, Holand. Você sabe. Você sabe que não tem mais tanto tempo, é isso que seus exames falam. Dê a sua filha o que ela merece, dê a ela o que nunca pôde dar. Faça por ela, por mim e pelo nosso bebê.
E eu fiz. Até o meu último segundo na terra, fiz o que parecia ser o melhor para Bailey, ou pelo menos tentei, mesmo que tenha magoado.
Eu sabia que Hadan cuidaria dela assim como eu cuidei de Emmet. Não me culpava mais, eu sabia que não tinha culpa, assim como Hadan a faria ver que ela também não teve culpa.

Eles são nós dois, não é?
São sim.
Eles vão ter a paz que não tivemos?
Sim, eles vão.
Eles prometeram que vão ser a eternidade um do outro.
Você sabe que serão, querida.

Fim.

Eu senti que precisava falar um pouco mais sobre o quão intensa foi essa relação, aliás, o prefácio se trata de Holand e Emmet e não do nosso casal principal.
Ficamos por aqui, gente. Muito obrigada a todo mundo que tirou um tempo para ler, sou muito grata.