o fim de semana com miguel.

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Apesar de sua completa exaustão, Kalimann pegou o último voo para San Juan depois da gravação do segundo episódio. As últimas cenas tinham exigido dela não apenas fisicamente - graças a um porre de Jade e uma briga com a cantora rival -, mas também emocionalmente, pois os percalços do relacionamento entre Jade e Carmen haviam chegado a um novo patamar.

A filmagem da cena da briga havia exigido muitos takes, a ponto de Rafa se arrepender de ter insistido em que não precisava de uma dublê para gravá-la. Não que a verdadeira dublê com quem ela contracenara a tivesse machucado, mas cenas de luta podiam ser bastante cansativas. Outra preocupação havia sido a presença de Bianca em cena, já que Carmen era chamada para apartar a briga. A última coisa que a morena queria era machucá-la sem querer, por isso ela ficou atento a Bia a todo segundo, desde o momento em que ela entrava no tapete vermelho ao seu lado até quando a envolvia com os braços para afastá-la da briga e depois tocava seu rosto com delicadeza para verificar os hematomas.

Atuar era reagir, e elas haviam aproveitado as deixas uma da outra, mesmo quando Rafaella mergulhara profundamente em si mesma para encontrar a dor de Jade. Andrade acompanhou sua emoção enquanto Jade passava da ira à exaustão. Os momentos de silêncio entre elas depois da briga talvez tenham sido uma das melhores atuações de sua vida.

Mas no fim da semana ela estava pronta para partir, e a saudade de casa era como um peso em seu estômago. Na sexta à noite ela saiu do estúdio direto para o aeroporto, e do aeroporto para o apartamento que mantinha em San Juan, onde dormiu por algumas horas. De manhã, dirigiu até o condomínio fechado em Humacao em que o filho, o pai e os avós viviam em segurança.

Atenta a qualquer figura suspeita, Kalimann estacionou na calçada e entrou na casa de tijolos salmão e terracota. Mesmo com a família tendo se mudado depois do Incidente, ela nunca mais se sentiu totalmente segura. Lá dentro, Ignacio se aproximou com uma taza de café com leche enquanto Rafa ajustava o sistema de segurança. A atriz cumprimentou o pai e, agradecida, tomou um gole de café.

- ¿Miguel está durmiendo? - perguntou Rafa, seguindo Ignacio até a cozinha.

- . - Ignacio se sentou à mesa e colocou os óculos para retomar a leitura do jornal. - Ele vai ficar feliz em ver você quando acordar.

Rafaella se sentou, mas estava inquieta.

- Está tudo bem? Nada de anormal?

Ignacio abaixou o jornal e lançou a morena um olhar gentil por cima dos óculos.

- Não acha que eu contaria a você se houvesse algo de anormal?

- Claro.

A atriz não acreditava cem por cento nele, mas não queria aborrecer o pai àquela hora da manhã.

- Quando foi que você chegou?

- Ontem, tarde da noite.

- Ah. Dormiu no apartamento?

- Dormi.

Ignacio só levantou as sobrancelhas e continuou lendo a respeito dos últimos protestos políticos. Ele não precisava dizer nada, porque já haviam tido aquela conversa diversas vezes. O pai achava uma idiotice que Rafaella mantivesse duas casas em Porto Rico e um apartamento em Miami, mas sabia por que a atriz não se sentia confortável em dormir naquela casa.

- E por quanto tempo acha que ainda teremos de pedir aos amigos e professores de Guel que assinem termos de confidencialidade? - perguntou Ignacio diretamente.

Kalimann apenas suspirou.

- Não exagere.

- Você o manteve em segredo por todo esse tempo - continuou o pai, num tom suave. - Mas não pode fazer isso para sempre.

você me ganhou no olá. || adaptação rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora