o episódio dois.

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CARMEN NO COMANDO
EPISÓDIO 2

Cena: Carmen e Jade vão a um tapete vermelho de um evento.
EXT: Tapete vermelho  —  NOTURNA

Na  extremidade  do  tapete  vermelho,  Carmen  ajustou  o  corpete  de  seu vestido,  mostrando-se  desconfortável  ao  levantar  o  tomara  que  caia  de  paetê azul.

— Ainda não entendo  por  que  tenho  que  aparecer  em  fotos  com você.

Jade  sorriu  em  sua  direção,  e  a menor  sentiu  um  frio  na  barriga  provocado  pela força  de  sua  atenção.

— Porque você  é  minha  acompanhante.

— Não,  não  sou.  —  Dê  o  fora,  frio  na  barriga.  Isso  não  é  real.  —  Eu  sou  sua assessora  de  imprensa.  Ou  sua  babá.  Não  acompanhante.

A cantora  abaixou  a  cabeça  e  o  tom  de  voz.

— Antigamente  você  adorava  passar  pelo  tapete  vermelho  de  braço  dado comigo.  —  As palavras  doces  a  deixaram  arrepiada.

—  Sim,  mas  antigamente  eu  era  sua  esposa  —  retrucou  Carmen  com rispidez  enquanto  tentava  ignorar  as  coisas  deliciosas  que  a  voz  dela  fazia  com ela.  —  E agora  não  sou  mais.

Jade  endireitou  a  postura  e  endureceu  a  expressão.  Carmen  tentou  ignorar o  peso  em  sua  consciência,  deixando  seu  olhar  correr  pelo  tapete  vermelho, onde  outras  pessoas  muito  bem-vestidas  posavam  para  fotos  sob  os  estouros  dos flashes.  Os  cenógrafos  e  os  técnicos  de  iluminação  tinham  se  superado  dessa  vez.

— Somos as próximas  — disse  a mais velha  com  frieza.

Sim.  Carmen  a  magoara.  Mas  Jade  a  magoara  também.  Elas  tinham  se  divorciado por  uma  série  de  razões,  e  uma  delas  foi  porque  não  conseguiam  parar  de machucar  uma  à  outra.

Ou pelo  menos  essa  foi  a  história  que  lhe  ocorreu  quando  leu  o  roteiro.

Carmen  respirou  fundo,  colocou  um  sorriso  no  rosto  e  caminhou  sobre  o tapete,  pendurada  no  braço  de  Jade.

Flashes  brilharam.  Figurantes  se  movimentaram  em  silêncio.  O  barulho  da multidão  seria  acrescentado  depois.  Carmen  sorriu,  inundada  pelo  nervosismo  e pela  necessidade  de  parecer  profissional.  Ela  não  estava  ali  como  sua acompanhante,  mas  sim  como  sua  assessora.  Seu  único  objetivo  era  ajudar  a reconstruir  a  imagem  de  Jade  para  salvar  a  empresa  de  sua  família.  Ela  não estava  ali  para  se  divertir  ou  para  aproveitar  a  noite  com  a ex-mulher.

Ainda  que  estivesse  aproveitando.

Enquanto  elas  caminhavam  até  seu  lugar,  a cantora  perguntou  pelo  canto  da boca:

— Não é tão ruim, é?

— É horrível  —  disse  Carmen  sob  um  sorriso  forçado.  Mas  ela  não  estava  se referindo  às  luzes  ou  às  pessoas.  Estava  se  referindo  àquela  proximidade,  ao cheiro  do  perfume  da outra,  que  a  envolvia  como  uma  nuvem  de  conforto,  ao  corpo gostoso  dela  ao  seu  lado.

Era  tudo  horrivelmente…  maravilhoso.  Ela  queria  se  aproximar  ainda  mais, ficar  colada  na maior,  se  deixar  envolver  por  seu  calor  e  sentir  a  pele  dele  na  sua.

Foco,  Bianca.

— Corta!

Ah,  graças  a  Deus.

você me ganhou no olá. || adaptação rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora