as mimosas.

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Quando o alarme de Rafaella tocou, às cinco da manhã, ela se virou para desligá-lo. E então notou um peso morno e um perfume cítrico em seu peito.

Bianca.

Era verdade. Na noite anterior elas tinham… bem, Bia não estivera dentro dela, mas houve uma troca de fluidos e… Meu Deus, ela tinha gozado em Bianca, depois de se esfregar no quadril nela como se fosse… ela nem sabia o quê. No que estava pensando? Elas mal tinham dado o primeiro beijo — o primeiro beijo de verdade —, e segundos depois estavam nuas. O que quer que houvesse entre elas, estava indo rápido demais, quase fora de controle.

Mas também tinha sido tão bom que ela não conseguia se arrepender.

O alarme do celular ainda soava insistentemente.

Bianca soltou um gemido bonitinho e levantou a cabeça para olhar para ela no escuro.

— Que horas são?

— Cinco de la… Quer dizer, cinco horas.

Resmungando, ela voltou a deitar a cabeça no ombro dela e se aninhou.

— Por quê?

Uma risada cresceu dentro de Rafa.

— Por que o quê?

— Por que… cinco horas — respondeu ela sonolenta. — E por que… o alarme.

— É o horário do meu treino matutino na academia.

— Ahhh. — Ela mexeu as mãos, roçando o abdômen dela com os dedos finos. — Então tudo bem.

Rafaella precisava se levantar. Agora. Nem deveria ter ficado, para começo de conversa, mas sentia um puxão no estômago, como se uma âncora invisível a mantivesse presa ao lado dela.

Kalimann ignorou aquela sensação e saiu da cama. Tinha compromissos. O treino na academia, claro, mas também havia combinado de fazer uma chamada de vídeo com Miguel e não se perdoaria se decepcionasse o filho para ficar na cama com uma mulher.

Mesmo que essa mulher fosse Bianca. Mesmo que tudo que ela quisesse naquele exato momento fosse ficar ali deitado com Bia por mais dez minutos.

Seguindo o som do alarme, Rafa encontrou o celular na sua bolsa que tinha deixado no chão na noite anterior. Depois de silenciá-lo, foi até o banheiro. Quando voltou, os olhos de Bia estavam pesados de sono, mas abertos. Ela sentiu o olhar dela seguindo-a pelo quarto enquanto recolhia suas peças de roupa e se vestia.

E então não havia mais nada a fazer a não ser ir embora. Ela devia falar alguma coisa significativa, mas não sabia o quê. Certamente não podia fazer promessas nem planos. Mas também não precisava ser uma babaca, então, antes de sair, voltou até a cama e se sentou ao lado dela.

Com movimentos gentis, ajeitou o cabelo dela atrás da orelha e se inclinou para beijá-la no rosto. Quando Bianca se ergueu, apoiada nos cotovelos, Rafaella a puxou para si, segurando seu corpo quente e nu no colo e abraçando-a com força. Bia se agarrou a ela, enfiando o rosto em seu pescoço. Ficaram abraçadas até que o alarme soou outra vez.

— É a minha deixa — disse ela, relutando em soltá-la. — Eu… volto mais tarde.

Kalimann não deveria, mas não havia sentido em negar que voltaria.

Andrade concordou, voltando a se deitar.

— Precisamos passar nossas falas.

— Precisamos — concordou ela, como se fosse fácil voltar à dinâmica anterior depois do que elas tinham feito na cama.

Sem conseguir resistir, segurou-a pelo queixo e depositou um beijo casto nos lábios de Bianca.

Ela o beijou de volta, de um jeito doce e suave. E, ainda que sentisse o impulso de ficar, Rafaella foi embora.

você me ganhou no olá. || adaptação rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora