a camiseta tamanho infantil.

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A  combinação  entre  o  café  gelado,  o  espanhol  inesperado  e  a  presença  do familiar  e  lindo  rosto  de  Kalimann  deixou  Bianca  sem  voz.  Sua  blusa  de  seda estava  colada  à  pele  fria,  graças  à  tampinha  defeituosa  de  seu  copo  de  café,  que escorregou  no  segundo  em  que  Rafa  esbarrou  nela.

Rafa Kalimann.  Sentindo  o  corpo  esquentar  por  dentro,  apesar  do  banho  de  gelo acidental,  Bia  queria  poder  bebê-la  como  se  ela  fosse  um  capuccino  fumegante num  dia  frio.  Kalimann  tinha  cabelo  ondulado  e  curto,  pele  bronzeada e  olhos  esverdeados  bastante  sensuais.  Parecia  ainda  mais  alta  pessoalmente, e  ainda  mais  magnética,  como  a  gravidade  de  um  enorme  planeta  atraindo-a para  sua  órbita.

Bianca  se  sentiu  enfeitiçada  por  ela  de  um  jeito  inexplicável,  mas  aquela,  afinal, era  a  mágica  da  TV:  fazer  com  que  você  se  sinta  próximo  de  pessoas  que  não conhece  e  desenvolva  familiaridade  e  carinho  por  personagens  criados  para  você. Fazer  com  que  torça  por  eles,  se  apaixone  por  eles,  os  ame  ou  odeie.

E  ali  estava  Kalimann,  em  carne  e  osso,  e  ainda  mais  linda  ao  vivo,  se  é  que  era possível.  A  Leoa  Branca.  Bianca  tinha  assistido  a  alguns  episódios,  graças  à insistência  de  Gizelly,  e  a  capacidade  dela  de  captar  a  atenção  dos telespectadores  era  magistral.

Num esforço  para  ignorar  a  maneira  como  seu  coração  se  acelerava  por  estar perto  de  Rafa,  Andrade  se  concentrou  no  que  ela  dizia.

Como  não  queria  ter  que  admitir  que  não  era  fluente  em  espanhol,  Bia pescou  as  palavras,  as  repassou  em  sua  mente  e  traduziu  uma  a  uma.

Hola.  Aquelas  primeiras  sílabas,  fluidas  e  profundas,  que  Rafa  usara  para cumprimentá-la  fizeram  com  que  ela  se  arrepiasse.

Supongo  que  no  te  ibas  a  beber  eso.

Acho  que  você  não  ia  beber  isso.

O  quê?  Ela  havia  sido  sarcástica?  Ou  tinha  falado  sério?  Merda,  ela  não sabia.

Por  segurança,  Bianca  estreitou  os  olhos.

— Era para  ser  uma  piada?

Rafa  ergueu  as  sobrancelhas,  como  se  estivesse  surpresa  por  ela  ter  respondido em inglês.  Andrade  estava  acostumada  com  essa  reação.

— Hum… É. Uma piada. Mas uma piada sem graça, eu acho.

Em  inglês,  sua  voz  grave  era  cadenciada  e  suave.  Kalimann  pegou  um  punhado  de guardanapos  de  papel  na  mesa  e  os  estendeu  para  ela.

— Sou Rafa Kalimann.

— Sei quem você é.  Minha  avó  é  apaixonada  por  você.

Deus,  ela  tinha  mesmo  dito  aquilo?  Bianca  pressionou  os  guardanapos contra  o  corpo,  o  que  pouco  adiantou  para  absorver  o  café  marrom  que ensopava  sua  camisa.  E,  pior  ainda,  embora  fosse  difícil  dizer  de  seu  ponto  de vista,  ela  tinha  quase  certeza  de  que  a  seda  branca  tinha  se  tornado  transparente. Ela  tentou  puxar  o  tecido  molhado,  para  que  não  ficasse  colado  como  uma segunda  pele,  mas  ele  tornou  a  grudar  em  seus  seios.  Ótimo.

— Pode me mandar a conta da lavanderia.

A  expressão  no  rosto  dela  era  de  desapontamento,  e  a  preocupação  em  seus olhos  fez  com  que  parecesse  mais  jovem,  como  uma  garotinha.

você me ganhou no olá. || adaptação rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora