o bilhete.

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Quando acordou na manhã seguinte, Bianca estava sozinha. Ela esticou a mão, tateando o colchão para ver se Rafaella tinha se virado para o outro lado durante a noite, mas em vez disso encontrou um bilhete que a mais velha tinha escrito no bloco de notas do hotel. Ela apertou os olhos para o papel na fraca luz que entrava no quarto pelas frestas das cortinas pesadas.

Bia,

Meu voo para Porto Rico era cedo. Não quis te acordar. Obrigado por... tudo.
Bj,
Rafa.


O agradecimento fez com que ela sorrisse. E, ainda que quisesse ter passado a manhã abraçadinha com Rafaella, Bia apreciava a oportunidade de dormir até mais tarde. A noite anterior tinha sido bem pesada, emocionalmente falando, e ela precisava de um tempo para processar tudo aquilo.

Depois do que Rafa tinha contado, não era de se admirar que ela detestasse ser seguida por paparazzi e participar de eventos com a presença da mídia. Nem que ela se mantivesse sempre distante. Agora, aqueles aspectos de seu comportamento faziam total sentido para Bia; Rafaella não era estrela, era reservada, e por uma boa razão. Mas Bianca não podia deixar de se perguntar se ela já se sentia ansiosa em público antes ou se isso havia começado depois que a segurança de seu lar fora violada.

Bianca sabia como era ter a própria privacidade invadida, mas ver suas informações pessoais tornadas públicas era diferente de se tornar um alvo e ter a casa atacada. Esse tipo de experiência mudava as pessoas.

Todo o fiasco da história com Diogo a afetara, mas, como ainda era tudo muito recente, ela não sabia quais seriam os efeitos a longo prazo. Será que se sentiria confortável quando voltasse a Los Angeles? Conseguiria voltar a confiar em seus antigos amigos e colegas de trabalho?

Ela ainda não tinha aquelas respostas. Graças a Deus, trabalhar em Carmen lhe dera tempo para cuidar das próprias feridas em casa, em Nova York, cercada pelas pessoas que mais amava. Sua família estava longe de ser perfeita, mas pelo menos nunca contaria seus segredos para os repórteres.

Falando em família, Bianca tinha que ir ao Bronx naquela tarde, para um churrasco. Por mais que preferisse passar o dia fazendo nada e pensando em Rafa, ela não podia.

A linha seis do metrô no sábado de manhã era o mais próximo que podia chegar do inferno, então Bia pegou um táxi do hotel até a casa do avós, em Castle Hill, uma extravagância que ela nunca poderia ter feito da última vez que morara em Nova York.

Sete dos doze primos da família Andrade já estavam lá quando a atriz chegou, assim como os pais dela e todos os seus tios e tias do lado paterno. Os adultos se espalhavam pela sala de estar, pela cozinha e pelo quintal, enquanto os sobrinhos de Bia e os filhos de seus primos estavam brincando lá embaixo, no porão.

Como era esperado, ela circulou pela casa cumprimentando com beijinhos na bochecha cada um dos parentes. Levou quarenta e cinco minutos. Primeiro, ficou presa numa discussão ridícula com os irmãos sobre qual deles ajudava mais nas tarefas quando eram crianças, e depois engatou um bate-papo realmente interessante com o marido de seu tío Luisito, Archer, sobre o clube do livro dele. Seus pais pareciam felizes em vê-la, mas Bianca fugiu deles quando notou a mãe deixar de lado uma bandeja de lumpias para pegar o celular.

Quando finalmente tinha cumprimentado todo mundo, Bianca resgatou Gizelly de um torneio de videogame no porão e Ava da cozinha, trancando-se com elas num dos quartos do andar superior.

- Transei com a Rafaella. - soltou ela no momento em que a porta se fechou.

Ava arregalou os olhos, mas Gizelly só deu um sorrisinho.

você me ganhou no olá. || adaptação rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora