OPERAÇÃO DUPLA - Vinnie Hacker

11.

Operação Dupla, duas decisões, duas missões e duas vidas.

VINNIE HACKER

Agarro seu corpo mole que estava prestes a cair sobre aquele chão duro, após ela arregalar seus olhos, e dou uma leve olhada na direção contrária dos trilhos do trem, pois o trem ainda passava por nós dois, então seria difícil de enxergar algo através dele. Mas a única coisa que eu consigo enxergar é algum tipo de luz vermelha, era bem pequena e estava apontando para um ponto fixo no local, então logo noto que se tratava de uma arma, com mira a laser, automática.

— Emma!? — Chamo a garota com a minha voz ainda calma, porém carregada em nervosismo, puro. Nem eu entendia o porque de toda essa preocupação, mas ainda sim estava nervoso com algo. — Eu peguei você, vai ficar tudo bem. Confia em mim... — Digo ao agarrar seu corpo mole com ainda mais força.

Vejo que trem ainda não havia terminado de passar por nós os dois, e quem quer que seja aquela pessoa que disparou uma bala nela. Mas tento manter a calma e logo vejo que Emma dava leves despertadas, mas nada de acordar e voltar a ficar consciente, então agarro seu corpo em modo noiva e suspiro pesado, logo olho para a enorme floresta que havia em minha frente e começo a andar em direção á ela, ainda com a garota dos olhos azuis no meu colo, desmaiada e totalmente inconsciente.

Ouço pequenos e nitidamente, barulhos de passos ao meu redor e antes de fazer qualquer coisa arriscada demais, logo tenho uma ideia, muito arriscada, mas ainda sim, bem útil pra mim. Me aproximo de uma das diversas árvores que haviam por alí perto e logo me agacho perto de uma delas, suspiro pesado e aos poucos vou largando o corpo de Halle no pé de uma das maiores árvores que haviam por alí, e logo em seguida descaso um pequeno beijo em sua testa, sem entender o porquê disso.

— Confia em mim, eu vou tirar nós os dois desse inferno. — Digo para a garota que estava desacordada a um tempo em meu colo, e mesmo sabendo que ela não ouviria de maneira alguma, só se estivesse fingindo.. mas ela não fingiria a dor de uma bala, pelo menos eu acho. Até porque além disso, ela não podia e nem deveria descobrir tudo isso sobre mim.

Dou um passo para trás tento a visão ampla do seu corpo, totalmente desacordado e vulnerável a tudo de todos, logo retiro minha arma do coldre da minha cintura e olho para o corpo dela, mole, enquanto se mantinha encostado próximo daquela enorme árvore. Por mais que estivesse de noite, eu conseguia reconhecer aquela árvore de longe, pois justamente ela, foi e sempre será, um dos meus maiores refúgios, pois quando eu brigava com meus pais, era aqui, aonde eu ficava. Mas isso não vem ao caso.

Agarro minha arma com as duas mãos, com força e logo aponto para sua testa, mesmo não enxergando seus olhos, por justamente estarem fechados, sua íris fica presa em minha mente, mas eu logo afasto esses pensamentos e destravo a segurança da minha arma, pois eu nem se quer podia hesitar novamente em fazer a vingança, com as minhas próprias mãos.
E eu jurei pra mim que se eu exitasse mais uma vez em mata-lá, eu iria mudar com todos a minha volta.

Suspiro pesado e logo sinto as lágrimas de fracasso descendo, lentamente, pelo meu rosto, as lágrimas de impotência, de raiva por não conseguir cumprir a minha única missão. Mas não, eu não consegui fazer isso, justamente ao lembrar da nossa conversa na praia, aquele momento em que eu pude me sentir confortável por pelo menos em alguns segundos, em anos. Abaixo minha arma e limpo aquelas lágrimas inúteis do meu rosto, logo em seguida viro minhas costas e saio andando, pensado no meu plano para sequestrar um dos principais membros da Divisão, mas claro, sem deixar de salvar ela antes.

Ainda com a minha arma destravada, eu, aos poucos, vou me afastando da garota, a fim de manter um pouco de distância e tentar descobrir quem havia feito aquilo com ela, mas antes de tudo, rapidamente eu sou surpreendido por braços ao redor do meu pescoço, me agacho e rapidamente travo meus pés no chão, em seguida faço o corpo da pessoa voar por cima do meu e parar distante de mim, seguido de um chute com o pé, que empurra ela para trás. Logo vou em direção a ela, com sangue nos olhos e, retiro uma faca da minha cintura, logo tento acerta-lá, mas ela consegue desviar para baixo e também consegue chutar minha costela, seguido de um soco forte em meu rosto, me fazendo virar para o lado, mas também, não espero nem um segundo para voltar novamente a atacar. Seguro com força em seus longos cabelos loiros, dando um chute forte em seu estômago com meu joelho, em seguida dou outro chute e puxo sua cabeça para baixo dando outro chute ainda mais forte, pego seu cabelo com força e bato sua cabeça em uma das árvores, no mesmo momento em que sinto uma forte ardência, e algo perfurando lentamente minha cintura, me fazendo soltar um gemido de dor alto, rapidamente me viro para a mulher que levanta a faca outra vez para tentar acertar em mim, mas dou um soco forte em seu rosto, fazendo-a cair sobre o chão, pois eu, já estava fraco por causa da facada no estômago.