03.

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EMMA HALLE

Estar exausta em um sentido psicológico e físico.
Querer vingança, estar esgotada, cansaço, são uma das principais palavras que me definem em quase cinco anos diretos. Sabe quando você sente que está afundando e só tem uma opção pra tudo isso? Eu sei muito bem que estou totalmente sem saída para qualquer tipo de situação que seja. Eu estou simplesmente exausta de tudo isso, todo dia ter que passar pela mesma coisa apenas em meus pensamentos e sem contar que as minhas opções que já se esgotaram à anos atrás.

Eu até tento limpar minha mente antes de dormir, mas querendo ou não, o medo que à dentro de mim sempre me corrói e aumenta todo o dia, me fazendo sempre voltar para o mesmo dia, para a mesma noite, no mesmo momento, para os mesmos segundos da droga daquele dia.
Eu só queria me livrar disso tudo de uma vez por todas, apenas isso, me livrar deles, das vozes que sempre ecoam em minha cabeça, querer ter uma vida normal, sem medo dos meus próprios sonhos, se tornando pesadelos. Sem medo de sonhar todas as noites, sem medo de fechar meus olhos e viajar em minha mente por ao menos segundos, sem me esgotar psicologicamente em minutos ou segundos, ou até mesmo de dormir sem medo de alguém entrar no seu quarto do nada e simplesmente tentar te matar de uma hora pra outra.

Desço as escadas para o andar de baixo da mansão e olho ao meu redor não vendo ninguém, mas ainda sim o local era iluminado pela luz que vinha das enormes janelas que haviam nas laterais da sala e que se mantinham abertas, logo começo a dar passos cautelosos até a cozinha onde Charli havia me levado ainda ontem à noite, e já dentro da cozinha vejo que também não havia ninguém.

Minha atenção é totalmente roubada após meu olhar passar pela janela que ficava perto, na verdade, ficava encima da pia a qual não continha uma louça suja se quer. Vou em direção a mesma janela e começo a fitar o sol nascendo pelo vidro dela, apoio minhas mãos sobre a bancada e logo sinto algo gélido ser encostado em minha nuca.

— Eu não consigo acreditar. O que você tá fazendo aqui?? — Ouço uma voz grossa, perguntar em um tom autoritário, logo atrás de mim. Tento me virar para encará-lo, mas rapidamente o mesmo envolve seus braços em meu pescoço, me segurando em um mata leão. — Garota, como conseguiu entrar aqui??? Tá ficando chapada das ideias!? — Aquela voz pergunta quase gritando em meus ouvidos.

— Você só pode estar de brincadeira com a minha cara, ótario! Eu entrei pela porta principal, igual a você e os outros! — Digo óbvio e logo tento retirar seus braços do meu pescoço de uma forma brusca, mas o mesmo faz o favor de me apertar ainda mais contra seu próprio corpo, fazendo-me para de relutar e bufar estressada. — Porra! Quem é você?

— Eu vou perguntar só mais uma vez, e espero que seja a última. — Diz em um tom contendo exigência, e agarra minha mandíbula levantando meu rosto para cima, fazendo-me encarar o nosso reflexo pelo vidro da janela, o que me fez notar quem ele era. O loiro babaca. — O quê você está fazendo aqui?

— Qual é o seu problema, cara? — Questiono ele com uma certa irritação em minha voz, mantendo um semblante totalmente sério ao encara-ló através do vidro da janela. — Cara, me larga! Qual é o seu problema, garoto? — Tento sair do seu aperto diversas vezes, mas o mesmo nem se move.

— Sou eu que pergunto as coisas aqui! Então trate de me escutar. — Reviro meus olhos, totalmente incrédula. Escroto. — Agora responde de uma vez, o que você está fazendo aqui? — Pergunta me encarando através do nosso reflexo, que vinha da janela a minha frente, mais calmo.

— Ah claro, me desculpe. — Franze o cenho, talvez confuso, mas logo volta sua expressão normal — Eu havia me esquecido! A Polly pocket não estava aqui ontem, justo na hora que eu cheguei. — Ele fecha sua cara e eu sorrio convencida.

OPERAÇÃO DUPLA - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora