CAPÍTULO XIV : O P O R T A L

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As suas escolhas te guiaram até aqui, apartir desse momento, não há como voltar.

- O que você quer dizer com "dispositivo estranho"? – Gusta ainda tinha a respiração levemente ofegante quando a pergunta saiu de seus lábios.

- Ela não soube explicar bem, o que eu sei é que interditaram a área e que aquela espécie de máquina está na garagem.

- Nós temos que ir até lá – Léo falou depois de um longo momento de silêncio. – buscar respostas.

- Mas...

- Gente! Se aquele velho doido tem razão...é nossa única chance.

Os cinco se entreolharam e, em silêncio, concordaram.

As malas foram colocadas no porta-malas do HB20 e na quietude da madrugada a praia das pitangueiras foi deixada para trás. As estrelas no céu deixam o caminho um pouco menos sombrio, porém dentro do carro não havia clima sequer para ouvir o rádio tocar.

As ruas de São Paulo estavam vazias e as luzes da cidade davam um ar misterioso ao ambiente, o nervosismo que os acompanhara a viagem inteira agora entalava na garganta. Apenas mais alguns quilômetros para o Hotel Cruz de Malta, apenas mais alguns quilômetros para sabe-se lá o que poderia estar os aguardando.

- Nós precisamos de um plano de ação. – Chamusca foi o primeiro a falar. – O que faremos?

- Nós precisamos buscar aquele velho idiota – Matheus encarava a janela.

- Buscar?

- É o único jeito gente, assim a ordem natural das dimensões volta ao normal e...

- E elas não se colidem, Matheus você é um gênio!

- Eu sei! Finalmente algum reconhecimento.

- Chegamos galera – A voz vacilante de Léo se fez presente assim que encostou o carro em frente ao hotel que tinha fitas isolantes amarelas na porta.

- Como vamos entrar? – Os quatro olharam para Matheus em expectativa.

- Não olhem pra mim, minha genialidade tem limites.

- Por mim arriscamos a porta da frente.

- Essa ideia é tão ruim que pode dar certo.

Os cinco saíram do carro e caminharam cautelosos até a grande porta embaixo do letreiro luminoso e Lucas empurrou a porta sutilmente, que rangendo forte, se abriu.

- Não dá pra acreditar. – Chamusca quase riu.

Entraram pulando as fitas amarelas e começaram a iluminar o ambiente escuro com as lanternas do celular.

- Gente, por aqui. – Gusta apontou para um porta que dava para escadas escuras até o piso inferior. Os cinco desceram os degraus devagar. – Caralho, eles não limpam aqui nunca! – Gustavo limpou a mão na roupa ao encostar no corrimão.

A garagem estava ainda mais escura que a recepção e as lanternas dos celulares iluminavam um pouco dos carros, até que, num canto afastado, uma luz neon começou a surgir de leve. Todas as cinco lanternas foram posicionadas naquela direção, revelando um arco de metal de cerca de uns três metros de altura, ligado a um gerador de energia que pulsava em um ritmo constante.

- Mas que porra...?

- Deve ter sido por aqui que ele...

- Sim.

- E como nós...?

- Sem ideia.

- Merda.

Lufadas de ar frustradas não era o suficiente para descrever a reação dos cinco, que mantinham as lanternas ligadas em frente ao portal de metal. Eles começaram a andar em volta do aro de metal e perto do gerador, procurando alguma espécie de interruptor ou instrução.

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