Clube dos Cinco

CAPÍTULO VI : A T E O R I A E S Q U E C I D A

- Nada pro teu bico, Diana – Matheus se adiantou e a garota arqueou as sobrancelhas.

- De você eu não compro, quero ouvir do carioca ali.

Lucas olhou para ela quase imediatamente, com  o olhar franzido numa interrogação irritada e seus olhos seguiram caminho para o rosto de Gustavo, que riu baixo e sem graça.

- Pera só um minutinho ai... – respondeu o carioca, puxando levemente o braço de Matheus e de Léo para que uma rodinha se fechasse no meio da livraria.

- Que isso, o gnomo tá me puxando aqui!

- Cala boca Matheus, foca aqui – ralhou Chamusca – e aí, falamos ou não?

- Sei lá, esse lance todo de mistério tá parecendo fake... – Lucas jogou os ombros olhando com desdém para a garota parada em frente ao computador.

- dez segundos atrás tava lá você cadelando e agora tá achando fake?

- Cala boca, Matheus!!!

- Gente! Foco! E aí? A gente encara essa parada ou vamos almoçar? – Gusta soltou exasperado.

- Eu tô dentro – Chamusca esticou a mão no meio da rodinha, com os cinco dedos bem abertos.

- Eu também – Léo colocou sua mão em cima da dele, e seus olhos se chocaram por uma fração de segundo antes de Matheus colocar a dele por cima da de Leonardo.

- Fala sério, óbvio que tô dentro.

- Vocês são esquisitos demais – Gusta riu – Mas eu também tô. – Colocou a mão por cima da de Matheus e todos olharam para Lucas, que olhava tudo com um olhar marrento.

- Ah que se dane, eu tô também – Lucas entrelaçou os dedos por cima dos de Gusta, fazendo os joelhos do carioca bambearem por um momento.

- E aí? Já pararam de palhaçada? Já posso saber da fofoca? – A voz de Diana cortou o ar e o clima, fazendo os cinco voltarem a encarar a figura baixinha.

- A gente precisa que você conte pra gente sobre o que é esse livro. – Gusta pigarreou – e aí a gente te inteira da fofoca.

- Fechou, tô saindo pro almoço mesmo e o Matheus me deve um Outback.

- Devo nada – Metheus riu, lembrando da aposta que fizeram no começo do mês para ver quem venderia mais livros. Obviamente ele perdeu.

- Deve sim, e eu tô varada de fome, então bora.

Caminharam até o Shopping Cidade São Paulo e como a semana estava no meio, não estava lá muito cheio. Com uma espera de cinco mesas, finalmente o page apitou e lá estavam os seis sentados nos sofazinhos acolchoados à meia-luz, encostados na parede.

- Tá, e ai, qual é o rolê desse livro? – Léo apoiou os cotovelos na mesa.

- Não, não... a fofoca primeiro – a garota parecia estar negociando uma maleta de dinheiro.

Todos se entre olharam e Léo tirou o papelzinho do bolso amassado esticando para ela, que rapidamente o tirou da mão dele e começou a examina-lo. Leu tudo, virou de um lado, do outro, olhou contra a luz, de longe de perto.

- E qual a história desse papel?

- Sabe o cara que comprou o livro com você?

- Sei.

- Ele deixou cair.

- E...?

- E é isso...

- Só isso?