Quero andar por terras que ninguém anda,
quero beber do seio do engano,
quero adormecer no colo do diabo,
quero roubar as asas de um anjo,
quero colher uma rosa-branca e impura,
quero tocar uma canção fúnebre em dó maior,
quero aprisionar o teu aroma emblemático nos meus olhos,
Quero o cárcere, a cólera, a luxúria, a gula, a dor, a malícia,
quero prazer e o teu gozo!___________________________
Com 12 anos de idade, me tornei uma moça. O que isso quer dizer? Bem, todos sabem a balela acerca da primeira menstruação que, estupidamente tratam de chamar nos primeiros anos deste modo horrendo: "coisa de mocinha". Não, menstruar não é coisa de mocinhas, se fosse, eu não sangraria. Por quê? Simples! Existe em nossa sociedade, nesta possilga que tentamos habitar, um estereótipo para tudo. Para com as garotas não seria diferente: Delicadas, certinhas, amáveis e gentis; cabelos longos, pele macia, corpo perfeitamente desenhado; tais modos como: sentar com pernas cruzadas, preservando a "pureza" o ar de "genuidade", o sorriso comedido, a postura ereta... Coisas de mocinha. Eu nunca quis seguir esse padrão. Não me tornei mocinha após sangrar, eu já era uma mocinha, do meu modo...
Com 14 anos de idade, o choque arrebatou o laço familiar. Apareci sem qualquer vestígio de culpa ou vergonha, com a primeira garota. Sofia, esse era o nome da linda garota de cabelos ondulados que eu beijara furtivamente embaixo de um coqueiro. Beijar uma garota era outra coisa absurda, era não! Ainda é. Moro no Brasil desde que me entendo por gente; neste país que está entre os que mais mata pessoas lgbts no mundo. Nunca me seria estranha uma reação de aversão por parte de minha família. Papai disse que não era mais sua filha, mamãe sente nojo até os dias de hoje. Minha tia, Élida, diz veemente que devo procurar a Cristo, toda vez que a ligo. Sempre lhe respondo: "O de madeira, enquanto meu salvador não desce de seu trono". Sempre bufa ao fim da chamada, dizendo que não tenho salvação. Mas, não é isso que busco aqui na Terra; quero mesmo é viver de acordo com meus instintos, desejos e vontades. Tenho pé no chão, sou objetiva. Quando quero, consigo. A salvação não me é viável, não parece apetitosa; não temo fogo algum, entre inferno e paraíso, escolho aqui! Que é agradavelmente uma mistura dos dois.
Com 18 anos de idade, arrumei um emprego na capital Paulista. Sai da casa de meus pais, ingressei com sucesso em uma faculdade pública, da qual não me envergonho nenhum pouco. Cursar letras sempre fora um sonho, e, mesmo no sufoco, morando em um lugar apertado e com más línguas aos arredores, consegui manter-me firme. Ao contrário do que muitos pensam, meu sonho não estava inteiramente relacionado com a profissão de Professora. Lidar com jovens que, no auge de certas idades estão rebeldes, loucos, insandecidos com a ideia de uma fase adulta... de fato, não seria para mim.
Com 21 anos de idade, pude respirar aliviada: O curso havia chego ao seu fim, em minhas mãos o diploma repousava formidável. Pouco tempo depois, com certo custo e muita procura, consegui um ótimo emprego em uma redação bem falada e bem vista. Era isso! Ser redatora, meu sonho. Graças a ele, consegui comprar uma casa: Grande, mobiliada rusticamente, ao meu modo. Nada de cores rosas, tampouco cores pastéis. Sem quadros de família pendurados, sem decorações "fofulentas". Havia nas paredes da casa, quadros de artes contemporâneas, quadros contendo a nudez feminina essa que, eu tanto exalto desde pirralha. Tudo muito pessoal e intimista. Não toque em algo que não é seu, desvie do que não conhece. Olhe, cobiçe, mas não beire a invasão ou intrusão. Mando em tudo que me pertence, cuide do seu, cuido do meu e dos delas... Essas que falarei sobre, não se afobe! É o começo da jornada apenas.
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O despertar de uma dominadora[BDSM]
Fanfiction"Não sou uma mulher "padrão" me visto como me sinto confortável; não podo minhas vontades, sacio meus prazeres com desejo e voracidade. Não me prendo a pessoas que querem cortar minhas asas; vôo para longe e dou-lhes minha mais pura e verdadeira ind...