"Já me disseram que eu sou demais
Orgulhosa demais, legal demais
Selvagem demais, difícil de se conviver
Muito a dizer
Nunca da maneira certa
Então, qual é a maneira certa?"Ao longo da minha vida, disseram-me coisas diversas. Colocaram-me, forçadamente, em lugares que não me eram cabíveis. Desde cedo, internalizei que, deveria lutar; como uma leoa, ou, como uma besta fera, para me colocar no lugar que era meu por direito. Não permitindo que meus "fracassos" subissem à borda, não sucumbindo às dores(memoráveis) que me assolaram no período da adolescência.
Onde quero chegar com isso? Não me leve a mal. Mas, como queres conhecer uma persona por completo, se não se interessa pelo passado "monumental"? Entenderá mais à frente o porquê de tal palavra. Serve como analogia, sendo direta. O que toda essa baboseira tem a ver com o ocorrido de horas atrás? Com àquela frase mágica: "tudo bem, senhora"? Qual o peso, afinal? Qual a real importância do dizer, do denominar, do reconhecer-se e, se encontrar?
Muitas perguntas. Por sorte, existem respostas.
Encontro-me sentada nesse sofá há cerca de minutos, tendo meus olhos empedrados na obra que repousa, assanhada, no meio da mesinha central: Uma mulher, cujo corpo está nu. Seu dedo indicador e médio tocam a intimidade, com a mão oposta, o indicador toca seu lábio inferior. Assim nos convidamos ao próprio prazer, certo? Depende do ponto vista.
Não comprei esse pequeno tesouro por acaso. Ele remete ao passado, remete ao momento exato em que me "rebelei". Lá atrás, muitos anos atrás, aos 16 anos de idade. Uma fase boa, uma fase de descobertas, tão linda, esplêndida, não é? Contém a porra da irônia no dito. Fora nessa etapa da vida em que pusera meus demônios para bailar. Onde ganhei àquela fama. Onde gozo escorria pelos cantos de minha boca, dando à mim o papel de "Puta".
Fora em uma festa privada, dada por um, dentre vários garotos esnobes. Claro! Sempre na ausência dos pais, fazer festas, no apogeu dos 17/18, era como cometer um crime. Era pior do que ser pego usando drogas... calma, nessas festas haviam drogas. Porra! Todos muitos jovens, inconsequentes, felizes em antecipação, por um fim de estudos iminente. Beirava a insanidade. Foi onde me vi com sangue nos olhos pela primera vez. Por quê? Essa é a grande questão. Àquela que, vale um milhão de dólares. Mentira. Vale coisa alguma. Mas, minha palavra conta como algo, prezo pela mesma. Como em toda e, qualquer festa, todos encontravam-se entregues. Recordo-me perfeitamente: Garotas e Garotos dançavam felizes próximos à piscina, com copos remexendo em suas mãos moles, despejando bebida por todo chão. Esbarravam-se, gritavam, agarravam-se, beijavam-se como se não houvesse um dia seguinte, como se não houvesse outra vida. Eu, na encolha, me acomodava na área menos barulhenta, na companhia de alguma garota; pontuando com meus dizeres, os prós e contras de se estar num ambiente caótico.
Sempre obervadora, olhava com atenção, cada "show" que era apresentado, bem diante dos meus olhos. Fora nessa que, ao longe, próximo à porta de correr, avistara Gabriel e sua galera encurralar uma única garota, longe dos olhos alheios, óbvio. Com álcool fazendo-os rodopiar na própria mente, tropeçar em seus próprios pés, os jovens se entretiam com a sonoridade alta da música; ao longe, os malas aproveitavam para traçar um garota. Não seriam pegos. Não seriam vistos, estavam todos bêbados e drogados naquela altura do campeonato.
Não contavam com olhos julgadores, juravam que, manteriam a boa fama. Isso, aquela de "moloque de ouro" ou "Pegador" como preferir. Tão jovens, tão influenciáveis. Em um todo, não era, tão somente, culpa deles. Naquele tempo, um "Isso, moleque, pega mesmo. Mostre de quem é filho, mostre que é homem, não um biola" era incentivo do patriarca muitas vezes. Mas, mesmo assim, não se permanece na sujeira se não quiser. Aqui cabe citar que, a procura por validação e admiração demasiada, não têm nada de novo; há anos esses "componentes" perduram, intoxicando a sociedade. Como disse, às escondidas era melhor, para preservar a reputação juvenil. Mas, não contavam com o que vi. Muito menos, com o que fiz.
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O despertar de uma dominadora[BDSM]
Fanfiction"Não sou uma mulher "padrão" me visto como me sinto confortável; não podo minhas vontades, sacio meus prazeres com desejo e voracidade. Não me prendo a pessoas que querem cortar minhas asas; vôo para longe e dou-lhes minha mais pura e verdadeira ind...