Ela. Quem seria ela? Creio que você, caro leitor, tenha uma breve noção de quem falo. Falo do primero amor que adentrou o órgão palpitante; que, mesmo em minha juventude, conseguiu mostrar-me que é possível amar sendo nova. Afinal, como controlamos o coração, o sentimento que dele se sobressai? Não há. Esse é o ponto.
Não nos perderemos nessa narrativa do atual, do que meus olhos captam com uma fagulha de emoção; para melhor compreensão do meu antigo eu, no amor romântico, faremos uma digressão. Se não sabes o que é, explico: ato ou efeito de se afastar, distanciar-se do lugar onde está. Fugir um pouco da rota, virar à primeira esquerda, quando deveria virar à direta. O foco desta história, é mostrar meu despertar como dominadora, bem sabem. Mas, se não houvesse esse "eu", Livia, não haveria Lillith. Portanto, dê-me seu par de olhos curiosos e, vamos meio doloridos(es), caminhar sobre os destroços; onde, com pesar, narrarei o que me aconteceu.
2009
Resplandecente, em um amarelo vívido, com raios aconchegantes e quentes tocando a ponta de nossos pés, o Sol nos acolhia sorrateiramente. Dava-nos àquela sensação de que, só havia esse nós no universo, na galáxia, na Terra ou multiverso. Esse nós, composto de: ela e eu.
Talvez, fôssemos um nó(s) meio atado, embolado, enroscado em alguns fios bem amarrados de felicidade; sentindo no aperto, a necessidade de manter-se junto, dificultando qualquer soltura feita por outrém...
Éramos nosso cárcere, e, nossa liberdade...
- Livia... - Sofia chamou-me, com voz angelical.
Fitei-a. Como era bom olha-la; perder-me e encontrar-me no caramelado de suas orbes. Balançar-me nos caracóis que se formavam em teus cabelos castanhos, inebriar, todo meu ser, em teu cheiro de rosas vermelhas, com notas frutíferas destoando sutis de seu perfume. Eu passaria anos olhando-a, para não distanciar-me de tua formidável presença, evitando perder um movimento sequer, um suspiro, um falar, um tocar-lhe o dorço gélido da mão; o quente das bochechas ruborizadas. Eu passaria anos, até uma vida.
- Sim. - Respondi, tomando-lhe o ombro, onde repouso minha cabeça, aspirando o perfume que emanava da pele macia.
Eflúvio atrativo era o dela.
- Com que olhos me vê?
- Com olhos curiosos, de quem não quer perder nenhum traço seu, Sofia. Olho-te, profundamente, na ânsia de grava-la no fundo de minha alma e nunca mais apagar-te do meu interior; da minha vida, do meu coração... - Disse, passeando com meu indicador por seu antebraço, vendo os pelos se arrepiarem. - Tens o meu mais genuíno sentir.
- Teu sentir me veste tão bem; podes aquecer-te com meu amor?
E, no mesmo instante, ao ouvir tal dito, senti borboletas vagarem por meu estômago, meu coração descompassar em suas batidas; meu âmago transbordar em euforia e coragem. Em liberdade.
Ergui-me.
Aconchegando às bochechas de Sofia em minhas mãos; me fiz morada em seus lábios, antes, turistando por todo seu entorno e contorno. Sua tez era macia, assim como toda sua pele, o nariz, um tanto arrebitado; meio metido a aristocrata. Seus olhos eram tão expressivos, mas, nada se comparava à minha casa; teus lábios rosados, onde gostaria de deixar minha marca úmida que duraria alguns segundos.
Roubei uma proximidade, convidei seus lábios que, entreabiram-se de imediato, aptos à receberem os meus...
Beijei-a.
Um beijo calmo, sem malícia alguma no ato. Nossas bocas encaixavam-se perfeitamente, nossas línguas, um tanto tímidas, encontravam-se com delicadeza, misturando nossos sabores: melancia e menta; era uma nova mistura, um novo gosto, e, uma nova sensação. Tão forte, tão intensa... saborosa e deleitavel.
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O despertar de uma dominadora[BDSM]
Fanfiction"Não sou uma mulher "padrão" me visto como me sinto confortável; não podo minhas vontades, sacio meus prazeres com desejo e voracidade. Não me prendo a pessoas que querem cortar minhas asas; vôo para longe e dou-lhes minha mais pura e verdadeira ind...