2 - Uma mulher livre mete medo, não é?

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Sentindo um cheiro inebriante adentrar minhas narinas, causando certo torpor, levanto-me sorrateiramente, deixando uma bela moça adormecida em minha cama.

Ao passar pelo corredor, meus pés vão se enroscando em peças e mais peças de roupas, até que finalmente consigo chegar a cozinha, pegando na ilha da mesma, um maço de cigarro que comprei na madrugada passada. Sabor menta. O gosto me era agradável, ao contrário desse horrível hábito que tenho de, fumar após noitadas. Donatella, uma "amiga" que constantemente se aboleta aqui, me chamaria alegremente de "Maria-fumaça" após me roubar o cigarro dos dedos, dando-lhe tragos longos, um atrás do outro, até que eu resmungasse em desgosto ao tirar com um gesto de pulso, outro cigarro novo da cartela.

Com o pensamento pairando livremente em minha mente, deixo um riso frouxo escapar por meus lábios, seguindo atentamente a fumaça me envolver por completo; coloco um "assassino" fumegante entre-dentes e me dirijo até a cafeteira, passando um café forte, e, amargo. Ainda é cedo, não passando das 07:00 am, sento-me confortável em uma banqueta, com a xícara quente em mãos.

Após uma noite intensa, de um sexo quase primal com a jovem que conheci em uma das várias casas noturnas da cidade; somente um bom café amargo e um cigarro para dar uma acalmada. Porém, se a menina aparecer nua em minha frente, não responderei por mim. Ela é quente, tem um toque febril; seus beijos são desesperados e vorazes, sua voz é suave, mas carregada de uma rouquidão sensual. Não há como resistir a tal criatura, e, não é que minha carne seja fraca ou coisa do gênero. Apenas não sou cega.

"Me cause um pouco de dor"

Uma de suas muitas frases ressoa em minha mente, enquanto levo um pouco do líquido quente e amargo aos lábios. Essa mocinha, essa devassa, desgraçada; como uma mulher tão angelical, com uma aparência de pura inocência, possui uma perversidade descomunal correndo pelas veias? Ah, "mocinhas" de família, essas me encantam mais. São bonequinhas de porcelana para o mundo e vadias impuras em minha cama. Seus corpos nus repousando nos lençóis de cor marfim; suas pernas se abrindo descaradamente, um convite: Para abocanhar, morder, chupar, lember, usar, penetrar... com a língua quente e úmida era fácil sentir a fenda melada, para meu deleite.

Essa, por sua vez, era ainda mais devassa do que as anteriores. Seu corpo pequeno, mas com uma forma de dar água na boca, se encaixava perfeitamente em minhas mãos firmes. Ela tentara fugir, dissimulando inocência, eu disse que a pegaria até no inferno; desafiou-me, rebelou-se em provocações de baixo nível, como amo. Gozou na mesa de meu escritório, no chão da minha sala de música, de forma vergonhosa e fodidamente prazerosa. Não mostrou moleza, se empenhou durante toda a foda, ainda pedia mais. Uma ninfomaníaca em potencial, eu diria. Quem sou eu para julgá-la? Cuspia em sua face hunilhando-a, jurando só ceder quando ela aguentasse varias. Ela dorme agora, e, não cedi.

-Que horas são? -A voz suave reverberou pelo ambiente, trazendo junto a tal presença, o cheiro da jovem. Porra!

-Não passa das 07:00, fiz café. -Digo mantendo meu olhar em minha própria xícara, depositando meu cigarro ainda pela metade, no cinzeiro. -Forte, e, sem açúcar. -Aviso, sentindo sua presença se tornar mais próxima, parando atrás de meu corpo estático. -O que quer, pirralha?

-Que olhe para mim -Sussurrou de modo sugestivo, rente ao meu ouvido, causando-me, levemente, um arrepio.

-Não espere controle por minha parte, se por ventura eu virar. -Mordo com força meu lábio inferior, segurando-me para não avançar bruscamente sobre a jovem que, passa suas mãos por meus ombros nus. -Não faça isso, maldita.

-Não me chame assim, como viu na madrugada passada, isso me deixa molhada... muito molhada.

-Vadias tendem a se molhar com pouco, não é? -A olho por sobre o ombro -E, nem precisei tocar-te, você quem se oferta.

O despertar de uma dominadora[BDSM]Onde histórias criam vida. Descubra agora