Ainda não acredito que consegui um emprego! Cara, foram dois meses tentando. E o melhor de tudo é que ele fica basicamente do lado da faculdade. Não vejo a hora de conhecer meu chefe.
— Boa tarde! Bem vindo ao Café Haikyuu! Em que posso ajudar? – Esbocei um sorriso ao ouvir o sino da porta, indicando que alguém havia entrado.
— Uooooo! Noya-san! Você conseguiu um emprego! – Shouyo apareceu, seguido dos outros.
— Hinata-san! Não é? Devo agradecer ao Suga-san.
Naquele momento eu pude perceber alguma atmosfera entre Suga e Daichi, que veio com Hinata, Kageyama, Oikawa e Iwazumi, um veterano do curso de Letras, pelo qual Tooru tem um penhasco. Eu conheço Daichi como a palma da minha mão pra saber que ele havia visto algo em Suga quando o viu. Daichi pode ser o mais autoritário dali, mas é uma manteiga derretida quando se trata de alguém que gosta.
— Ca-ham. Bem, o que vão querer? – Limpei a garganta quando percebi que Daichi e Suga estavam tempo demais se encarando.
— A-ah. E-eu vou… – Olhou o cardápio preso na parede acima das máquinas. – Vou querer o número dois.
— Claro. – disse meio tímido, indo preparar as bebidas. Me aproximei de fininho de Suga e parei ao seu lado, o olhando com uma expressão de divertimento. – Noya-san, não me olhe assim! Eu nem sei o nome dele!
— Mas você gostou dele! Ah, Suga-san, qual é! O Daichi é super legal. Tenho certeza que se vocês se conhecerem direito, vão virar almas gêmeas. – Dei dois tapinhas no ombro do platinado, que suspirou com o rosto corado.
— Depois falamos disso. Vai entregar os pedidos de seus amigos! – Me entregou a bandeja com alguns pedidos.
— Sim, senhor! – Peguei o objeto em minha mão e levei até a mesa onde eles estavam sentados.
— Agora que o Chibi-chan dois está trabalhando, poderíamos marcar de sairmos. O que acham de sexta à noite? – Oikawa disse enquanto eu colocava as bebidas sobre a mesa.
— Sinto muito, Oikawa-san, mas o horário é depois da faculdade e o café fecha às dez da noite. – O sorriso que Oikawa deu foi assustador ao ver meu e de Hinata.
— Meu querido Chibi-chan dois. Você acha que as festas sexta à noite comecam que horas? Não se preocupe, os horários vão bater. E pode levar seu colega. Daichi vai adorar a companhia dele, não vai Daichi-san? – Às vezes o Oikawa realmente me assusta. Tenho pena do Iwazumi quando descobrir as intenções dele consigo.
— Ah, então acho que não tem problema. Vai ser sábado depois e não temos aula de qualquer forma. Se me dão licença, eu vou voltar ao trabalho. Chegaram mais clientes. – fiz uma reverência e fui atender os clientes que haviam acabado de chegar.
…
Já eram cinco horas da tarde quando os clientes pararam de aparecer. Eu estava mofando no balcão sem nada pra fazer quando Suga chegou com uma caixinha de rosquinhas e dois copos de seu maravilhoso café.
— Vamos dar uma pausa. Agora não aparecem clientes, pelo menos até o horário da noite. – Abriu a caixa e tirou uma rosquinha de lá, bebendo o café em seguida. – Noya-san. – Me chamou, me fazendo parar de comer a rosquinha. – Sobre o Daichi… Acho que… – Soltou um longo suspiro antes de continuar. – Não sei se-
— Pode parar com esse discurso, Suga-san. Eu vi como você e Daichi se olharam. Eu vi o clima que rolou entre vocês. – Enfiei a rosquinha inteira na boca e engoli antes de continuar. – Por que não dá uma chance à ele, Suga-san? Posso te contar tudo sobre ele ou os pontos mais importantes, se quiser.
— Noya, você não entende. Eu sofri muito com essa história de relacionamento. Não quero me machucar de novo. – Podia ver lágrimas se formando em seus olhos. Ele estava prestes a chorar. O quão duro foi o último relacionamento dele?
— Tudo bem, Suga. Tudo bem. Não precisa falar sobre isso se você não estiver confortável. – Passei minha palma por suas costas, na intenção de o confortar de alguma forma.
— Obrigado, Noya. – Deu um sorriso e assim voltamos a comer nossas rosquinhas.
O resto do dia seguiu tranquilo. Atendemos poucos clientes e o meu suposto "chefe", não apareceu o dia todo. Será que ele existe mesmo? Suga disse que ele aparece todo o dia pra ajudar a contar o caixa e arrumar as coisas antes de fechar, já que ele trabalha como professor.
— Suga, você não disse que o chefe iria aparecer hoje? – Disse enquanto pegava alguns copos que os clientes haviam deixado nas as mesas. Acho um disperdicio isso. O café do Suga-san é divino! Como eles podem não tomar tudo?
— Ah, ele já deve estar- – parou de falar quando eu me virei e esbarrei em alguém, fazendo o copo com metade de café cair em sua roupa. – Chegando… – terminou a frase, dando uma risada ao ver a cena. – Boa noite, Asahi-san. Chegou tarde hoje.
Asahi? Espera. O meu Asahi? O meu professor de Educação Física gostosão? Não pode ser. Movi minha cabeça lentamente para cima, conseguindo ver o rosto do meu chefe e quase caí para trás ao ver quem era.
— A-A-Asahi-sensei?! – Meu coração começou a bater mais rápido e minhas mãos e nuca começaram a suar de nervoso.
— Vocês se conhecem? – Perguntou enquanto pegava o esfregão na despensa, para limpar a bagunça que eu havia feito. – Asahi, vai lá em cima se trocar.
Eu estava estático. Não consegui pronunciar uma palavra sequer desde que eu o vi. Porra, meu professor é meu chefe?! É sério isso, produção?! Já é difícil aguentar esse homem todo o dia na sala, agora vou ter que aguentar aqui?! No meu trabalho?!
— E-eu sinto muito Asahi-sensei! – Me curvei em sua frente, fazendo uma reverência e ouvi uma risada do maior. Porcaria de voz sexy do caralho!
— Não se preocupe com isso, Noya-san. Isso acontece sempre que eu contrato um novo funcionário. Isso aconteceu até com Suga-san.
— Ah, sim, lembro até hoje disso. – Deu uma risada enquanto terminava de limpar a bagunça e pega a bandeja de minha mão. – Eu estava tão nervoso que derramei café no Asahi.
Eu não sabia onde enfiar minha cara. Eu estava vermelho igual uma pimenta e envergonhado que só. A primeira impressão do meu chefe quanto à mim foi terrível e eu temia que ele não gostasse de mim, mas quão grande foi minha surpresa quando ele deu uma risada e segurou meu queixo, levantando meu rosto.
— Não se preocupe com isso, Noya-san. Eu não vou ficar bravo com você. Aliás, bem vindo ao Café Haikyuu. – Aquele sorriso quase me fez perder as estruturas. Ele não fazia ideia do que causava em mim. – Oh, olha a hora. Acho que já pode ir, Noya-san. Você trabalhou demais hoje. Obrigado pelo trabalho.
Ah, para de sorrir assim seu ser humano gostoso e sexy! Merda, eu tinha que me controlar, ou se não uma hora eu iria chegar nele, abrir as pernas e dizer: Me come agora. Abre seus olhos, Nishinoya Yuu! Seja forte!
— Até amanhã, Noya-san!
— Até amanhã, Suga-senpai! – Acenei enquanto saía do local e respirava fundo para não surtar.
Que droga. Meu chefe e meu sensei são a mesma pessoa. Acho que já posso morrer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sensei e Chefe
FanficJá pensou se um dia você arruma um trabalho e no primeiro dia, de maneira vergonhosa, conhece seu chefe? E pior ainda é saber que além de ser seu chefe, ele é seu professor de Educação Física, pelo qual você sofre de uma queda gigantesca, também con...