Capítulo vinte e oito: Sequestro

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Nishinoya

Eu não sabia onde eu estava. Meus olhos estavam vendados e sentia minhas mãos atadas e parecia que eu estava no chão, já que sentia meu braço em contato com alguma superfície fria e áspera. Quando foi que eu acabei assim? Tudo o que eu me lembro é de estar esperando Asahi na frente do café e de sentir um cheiro forte entrando pelas minhas narinas. No começo eu me debati muito, tentava sair do aperto daquele homem, mas ele era claramente mais forte que eu, então eu acabei desmaiando com o cheiro e ouvi ligeiramente a voz de Asahi gritando.

Talvez eu tenha sido sequestrado? Por que fariam isso? Quem faria isso comigo? Eu estava com medo. Pela primeira vez eu sentia medo. Não sabia o que poderia acontecer comigo e Asahi não estava ali para me proteger. Eu precisava procurar por ajuda ou talvez eu acabe não voltando pra casa vivo.

- Olha só quem acordou. - Escutei uma voz feminina e passos de salto se aproximando de mim. Minha venda foi tirada e eu pude ver quem era.

- Lindsay?! Por que?! Os pais de Asahi já não fizeram um acordo com Suga-san? Por que você ainda insiste em me perturbar?!

- Ora, meu queridinho. Não é óbvio? - A loira se abaixou, ficando com seu rosto em frente ao meu. Ah, como eu queria esmagar esse narizinho empinado dela. - Eu amo Asahi. Nós convivemos desde crianças. Ele sempre gostou de mim.

- Ora, deixe de ser lesa, sua loira de quinta! Acha que se ele gostasse de você, ele teria desistido do noivado pra ficar comigo?! Se enxerga, mulher! O Asahi me ama! E ele não quer nada com uma loira falsa e metida como você! - Literalmente explodi na cara dela. Eu estava farto daquilo. Farto daquela mulher querer roubar meu namorado e farto daquela família mesquinha, hipócrita e homofóbica de Asahi!

- Pode espernear e me xingar o quanto quiser. Quando eu me livrar de você, Asahi vai vir correndo pros meus braços, chorar feito o bebezão que ele é e lamentar pela morte do líberozinho dele. - Sacou um revólver da bolsa e apontou para minha testa. - O que acha de jogarmos roleta-russa? Vai ser divertido.

- Sua louca psicótica. Você vai ser presa por sequestro e tentativa de homicídio!

- Ah, e quem vai me prender? Você? - Riu de deboche, girou o tambor do revólver e apontou para minha testa novamente, não hesitando em apertar o gatilho. Meu coração parou naquele momento. Ela quer mesmo me matar? - Oh, não foi dessa vez. Quem sabe na próxima rodada ela vem.

- Você não sabe com quem está se metendo, Lindsay. - Apertei meus punhos, tentando disfarçar o medo que eu sentia.

- Ah é? E com quem eu estou me metendo? Pode me dizer? - Girou o tambor novamente e apertou o gatilho, me fazendo perder o ar. Cada vez que ela fazia isso, eu entrava em pânico. - Poxa, de novo. Mas uma hora eu acerto. Vamos ver quanto tempo você aguenta.

"Alguém me ajude, pelo amor de Deus!"

...

- Calma Asahi, respira! O que aconteceu? - Sugawara perguntou nervoso, vendo Asahi em pânico e tentando tomar um simples copo de água.

- Sequestraram o Nishinoya.

- O que? Como? Quem?

- Eu não sei! Eu só vi alguém segurando Nishinoya e saindo correndo. Eu tentei correr atrás, mas ele entrou em um carro. - Asahi parece realmente desesperado. - Eu quero meu bebê de volta, Suga. - Nem percebeu quando começou a chorar compulsivamente, deixando um Sugawara preocupado e consequentemente chorar junto dele.

- Calma Asahi. A gente vai achar o Nishinoya. Fica calmo. - Acariciou os cabelos longos, tentando confortá-lo.

- Meu Nishi...

Sensei e ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora