Sensei e Chefe

Capítulo dez: O álcool amigo

Nishinoya

Certo, isso que aconteceu com Tendou foi muito inesperado. Ninguém ali esperava que ele iria se pegar com o cara que Tsukishima usou como desafio pra ele e pior ainda, que eles iriam subir juntos para o quarto que Oikawa deu a chave. Aquela festa estava sendo melhor do que eu esperava.

— Noya-saaaaaan… – Tanaka claramente estava bêbado. Sério, como ele consegue ser tão fraco pra bebida? – Me ajuda a chegar no Ennoshita? 

— Tanaka, é sério que você precisa estar bêbado pra conseguir pegar a pessoa que gosta? Fala sério! – Bufei, revirando os olhos enquanto via Shimizu girar a garrafa, vendo parar em Yaku para Tanaka. 

— Verdade ou desafio, Tanaka-san?

— Verdade. – Opa, tive uma ideia. Me levantei de meu lugar e andei até Yaku, sussurrando algo em seu ouvido.

— Hah?! Você tem certeza disso, Nishinoya? 

— Nunca tive tanta certeza na minha vida, agora faz logo o que eu disse. – Dei dois tapinhas em suas costas, voltando ao meu lugar.

— É verdade que você gosta do Ennoshita, mas nunca admitiu por não saber se ele sente o mesmo? – O moreno ao lado de Asahi se surpreendeu com a pergunta e parecia estar ansioso pela resposta de Tanaka.

— É verdade. – Procurou o moreno pela roda e quando o encontrou, fixou seu olhar no dele. – Eu sempre tive medo da sua reação e se você sentia o mesmo, por isso eu nunca me confessei. Fora que eu também estava em dúvida da minha sexualidade, já que eu sempre achei que gostava de garotas, mas… Ennoshita-san, você mexe comigo de um jeito que nenhuma mulher jamais mexeu. 

Own, que fofo! Todos disseram em uníssono e o moreno corou igual tomate, se levantando de cabeça baixa e caminhando até Oikawa, pedindo uma chave. Pera, é o que eu tô pensando que ele vai fazer?! Assim que Chikara pegou o objeto, andou até Ryuu e o puxou pelo pulso, subindo as escadas. 

— Gente…

— Sim, Oikawa. Todos tivemos a mesma reação que a sua. E já que Ennoshita já foi, eu vou girar. – Girei a garrafa, me arrependendo com todas as minhas forças. Eu queria um desafio, afinal até agora não tinha caído em mim, então resolvi ser hardcore.

— Verdade ou desafio, Noya-san?

— Desafio. – O sorriso de Kuroo foi assustador. Será que eu pedi desafio pra pessoa errada? Afinal, só Testuro sabia o quanto Kenma poderia ser na escolha de um desafio.

— Te desafio a ficar sentado no colo do Azumane até o resto do jogo. Ou… Até ele não aguentar mais. 

— Oh, gatinho. Você sabe ser malvado. 

— Obrigado, neném. Aprendi com você. – Virou o rosto, dando um selinho no moreno. – Então Yuu, vai arregar ou vai aceitar o desafio? 

Eu não sabia o que dizer. Aquele desafio era insano demais! Quer dizer, ter que sentar no colo do Asahi. Isso parece ser normal para duas pessoas que se vêem como amigas, mas não para mim e Asahi. Não depois do que aconteceu no armário. Não depois de ele ter escutado minha conversa com Sugawara-san. Tenho certeza que em alguma hora ele vai ficar duro e o responsável por isso vou ser eu. Droga! Eu te odeio, Kozume Kenma! Com toda a vergonha do mundo me levantei de meu lugar e caminhei até o maior, me sentando em seu colo, de costas para o mesmo. Sério, o que eu fiz pra merecer isso?!

Esse vai ser um longo jogo.

…

Já perdi as contas de quantas garrafas de bebida eu virei, de quantos copos de bebida eu tomei e de quantas latas de cerveja eu amassei. Sério, eu não sabia mais o que eu estava fazendo. Eu estava tão bêbado que eu não conseguia formular as palavras direito em minha mente. Já fazia horas que a gente estava jogando esse jogo e já teve de tudo: de perguntas normais à constrangedoras, de desafios simples à que envolvem pessoas e toques indecentes. A roda diminuía cada vez que rolava um desafio. As únicas pessoas que ainda permaneciam ali eram Oikawa, Iwazumi, eu, Asahi, Lev e Yaku. Esses dois últimos estavam quase se comendo com os olhos, já que estavam distantes um do outro. Ninguém fez desafios pesados com eles pelo fato de não saberem de quem eles gostam, mas porra, como ninguém percebeu que eles gostam um do outro?!