CAPÍTULO 1: UMA AMAZONA ENTROU EM UM BAR...

44 2 0
                                    

Os homens gritavam e comemoravam, e não era por motivo nenhum. No meio daquela humilde taverna estava um respeitado mercenário voltado por mulheres e seus companheiros de viagem, que haviam trazido a cabeça de um Javali selvagem. A cabeça era enorme, de uma espécime de até trés metros. Só sua cabeça já pagava varias rodadas de cerveja e hidromel, por isso aquela noite estava animada.

Mas essa historia não vai começar com esse homem, um guerreiro forte, destemido e mulherengo, e sim com uma garota, uma jovem barda que por acaso estava contando contos naquele dia. Ela não sabia lutar, nem tinha grandes feitos, mas viajava pelos vários reinos daquele continente. Porquê? Tinha um motivo nobre, eu diria, mas nem um pouco importante por enquanto.

Após uma canção animadora, ela começou a dramatizar o conto que estava narrando, gesticulando bastante para os homens e garçonetes que estavam a ouvindo.

— ... Então, Cachinhos Dourados caminhou pelo frio escaldante das montanhas congeladas dos anões, carregando o enorme Jovem Urso em suas costas. "Me solte" ele dizia, priorizando a missão que era destruir a enorme bigorna que naquele momento estava nas mãos da Bruxa Sinistra. Ele sabia que usando a bigorna magica, ela poderia soterrar milhares de anões que viviam naquela montanha.

— Meu Deus... — disse a garçonete, reagindo ao conto.

— Mas Cachinhos não desistiu de seu amigo. Mesmo tendo só dezesseis anos na época, ela aguentou o peso do amigo até o topo da montanha. Lá, a Bruxa ficou perplexa com o tamanho vigor daquela garota. "Mas você não sobrevivera do meu próximo ataque" disse a bruxa, dando uma martelada na bigorna, lançando um raio de poder que derrubou Cachinhos e o Jovem Urso.

— O que aconteceu depois? — disse o homem bêbado logo a sua frente, impaciente.

— Você não vai crer: Cachinhos se levantou em frenesi e correu para a direção da Bruxa. Com a tamanha força de seus pés, ela correu muito rápido, e pegou o martelo da bruxa antes de ter batido na bigorna novamente. Ela levantou o martelo e acertou a bruxa com toda sua força. Todos os anões sentiram o tremor desse impacto, de tão poderoso que foi. A bruxa havia sido derrotada, e Cachinhos Dourados e Jovem Urso ganharam enormes estatuas na cidade subterrânea dos anões. E foi assim que Cachinhos Dourados se tornou a mais bruta dos lutadores do Leste.

Todos levantaram seus copos, animados após esse conto emocionante.

Uma garçonete se aproximou da barda e entregou uma moeda de ouro em suas mãos.

— O chefe está contente com os resultados dos seus contos aqui. Volte mais vezes.

— Precisa nem pedi.

A barda enfiou a moeda em seu bolso e foi em direção de uma mesa para descansar. Foi na primeira que viu, uma bem no canto escuro aonde todos olhavam com pavor ou medo. Ela nem notou as reações, só queria descansar um pouco, então sentou com tudo, confortada, até colocou o pé na mesa e fechou os olhos. Os pequenos murmurinhos fizeram ela abrir um pouco suas pálpebras, e ai sim ela percebeu os olhares.

O motivo de tanta estranhamento era a outra pessoa que estava na mesa, que ela nem percebeu quando havia sentado. A mulher de pele com tom de oliva olhava para a barda com uma expressão neutra, apenas bebendo do hidromel nojento daquela taverna. Parecia tentar ignorar a pequena barda, mas nem imaginava o quanto isso era difícil.

A garota olhou para a mulher com mais atenção. Os cabelos negros e curtos tinha uma franja que cobria o seu olho esquerdo. Fazia um péssimo trabalho, já que era aparente a enorme cicatriz que aquele cabelo escondia.

Mas a barda foi além de apenas notar sua cicatriz e seu jeito sinistro. Havia manoplas nas suas duas mãos, aparentemente sem o resto da armadura. Manoplas cinzas com linhas estampadas em dourado. Ela reconhecia muito bem esses detalhes.

Dinastia Grimm: A Presa Do Lobo Mau (Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora