CAPÍTULO 6: MELANCÓLICOS E DE MADEIRA

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Bem, toda essa situação se mostrou uma verdadeira aventura para Brígida, que nunca se imaginou numa situação assim. Já narrou historias de ladinos heroicos em missões secretas, obvio, mas agora estava ela mesma andando de fininho para perto do celeiro, com Margareth colocando pressão para não ter barulhos altos. Se sentia nessas histórias que ela mesma tanto contava, e via que não era tão simples quanto imaginava.

Tudo aquilo era estranho para Margareth. Imaginar que ficaria de cara tão cedo com esse mundo que era o Culto Da Mãe Natureza. Precisava verificar a situação e ajeitar da melhor forma que podia, afinal, ela é uma caçadora.

Os olhos delas reviram de um lado para o outro, procurando coisas suspeitas para não serem surpreendidas por um ataque inesperado. Parecia não ter nada do lado de fora, mas ouviam algo vindo de dentro, e quando mais próximos mais iam percebendo que havia de fato pessoas lá. Margareth não queria arriscar, então esperou arrumarem outra forma de entrarem sem ser pelo portão. Acharam um buraco atrás, grande o bastante para elas entrarem se agachando.

Ao entrarem, se esconderam atrás de enormes sacos de areia.

— O que você está vendo? — Perguntava Brígida

— Silêncio.

Elas estavam ouvindo som de água, como se alguém estivesse mergulhando... ou estivesse sendo forçado a isso.

Uma mulher gritava em lagrimas.

— Não! Pare, por favor!

Brígida fazia o possível para olhar sem ser descoberta, e conseguiu observar os indivíduos: havia uma mulher de camisa listrada ajoelhada no chão, com as mãos amarradas atrás das costas. Um pequeno garoto — com seus cinco ou seis anos — abraçava a mãe durante o desespero. Ela estava chorando pelo seu marido, que estava sendo afogado em um cocho de cavalo.

O homem de camisa listrada estava tendo sua cabeça empurrada por um ser sinistro, que por sua vez, tinha um olhar sem vida, não contendo pálpebras. Sua boca era semelhante ao de um boneco de ventríloquo, r no lugar de pele era visível uma textura de madeira. O homem de madeira se utilizava apenas de calças, mostrando um corpo cheio de articulações como de bonecos de madeira. Era um ser assustador, ao ponto de Margareth demonstrar espanto em seu olhar. Logo outro homem de madeira aparece, identifico ao seu irmão. O campo de visão da maga era limitado, e não sabia se havia mais alguém.

O Homem De Madeira retira o lenhador do cocho, e o jogo perto de sua mulher e filho.

— Estou perdendo a paciência — Diz uma voz feminina, de alguém que não estava no campo de visão da maga — Vou perguntar só mais uma vez: cadê a porra do velho?

— Nós não sabemos. Por favor, acredite! — A mulher lenhadora continuava chorando.

— Ok... Esse foi o aviso final. Vocês não estão administrando o bosque encantado da forma correta, estamos sem mantimentos de madeira encantada. E além disso, ainda dão moradia para um oponente da senhorita Azul.

— Mas vocês estão aumentando a demanda de madeira! — disse o homem lenhador, após ter se recuperado. Mas ainda continuava no chão — Não estamos conseguindo recompor o estoque.

— Isso demonstra o quão ineficientes vocês são. A senhorita Azul não trabalha com desculpas. Mas talvez, possamos reconsiderar, caso falem sobre o velhote.

— Eu já disse — lenhadora lamentava — Nós não sabemos nada sobre O Nunca.

Alguns segundos de silêncio se instalou na sala. A ruiva tentou analisar a expressão da lenhadora, encarando a mesma para provocar alguma reação, mas sem sucesso.

Dinastia Grimm: A Presa Do Lobo Mau (Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora