Poucos param para ouvir, mas a barda ama o som dos pássaros. Ela considera o mais puro e natural exemplo de música. "Deus fez coisas maravilhas" pensa ela toda manhã quando é acordada com a canção dos pássaros. Muitos ficam nervosos, mas a barda não: ela ama acordar cedo, ela ama a brisa gelada e ama imaginar quantos quilômetros caminhará hoje; ela ama e diz adeus para o local na qual acampou, e ama o fato de possivelmente conhecerá um novo local para acampar amanhã. Resumindo, ela ama o mundo.
— Vamos! — disse Brígida com empolgação.
A barda acabou acordando Moira, que estava dormindo com ela na tenda (Tenda essa que era da amazona, mas como a barda não trouxe uma, então teve que dividir). Moira tenta ignorar, mas logo a barda balança ela pelo ombro.
— Temos que ir andando se quisermos achar bases de bruxas.
— Nem sabemos onde é — disse Moira, com a voz cansada — Do que adianta acordar cedo?
— Quando mais cedo acharmos, mais cedo iremos para outros lugares, para outras aventuras.
Logo depois de dizer isso, a barda vai em direção da saída da tenda, para deixar a amazona se arrumar.
Ao sair, ela se depara com a bela luz que o sol estava emanando. Ela acabou expondo seu rosto, achando gostoso os raios de sol.
Olhando para frente, a barda percebeu algo curioso: Margareth sentada em um tronco, enquanto estava cercada por pássaros. Ela acariciava um pássaro que estava em seu dedo, enquanto havia outros pelo seu ombro e no tronco. Os olhos de Brígida se enchem de brilho quando viu a maga tendo um contato tão próximo com os animais.
Quando a barda se aproximou, os pássaros acabaram indo todos embora devido à aproximação rápida da barda. Após o voo das aves, Margareth logo deduziu que havia alguém atrás dela, e se virou para cumprimentar a barda.
— Bom dia, Ana.
— Meu Deus! — disse Brígida, com muita empolgação — Eu já havia ouvido falar, mas vocês realmente conseguem fazer isso?
— "Vocês"? — questionou.
— Você e sua mãe.
— Está perguntando sobre minha ligação com os animais? — um olhar doce e gentil vinha de Margareth — Sim, herdei da família da minha mãe. Isso é tão natural para mim, que nunca busquei um motivo em específico.
— Talvez eles só gostem de música. Afinal, quem não gosta?
Margareth gostava de como a barda demonstrava uma pureza e ingenuidade em seu ser. Margareth, apesar de aparentar ser assim, ela se sentia diferente, se sentia suja e impura. Ela odeia como tudo está saindo do controle, não só dela, como de sua mãe e do seu pai. Ela odeia como — provavelmente — acabou ferindo Moira, fazendo Carmilla se afundar na inveja e ódio. Ela odeia como as pessoas saem do caminho certo, e massacram, estrupam, destroem, roubam e matam. Resumindo, ela odeia o mundo.
Mas foi por isso que ela se focou em ser uma caçadora. Como princesa, o que ela faria? Se casar com um príncipe bonito e passar o resto de sua vida administrando o futuro de seus filhos? Esperar anos e anos para que seus pais morram para ela chegar no poder? Margareth só via um jeito de tentar melhorar o mundo agora: com suas próprias mãos flamejantes.
— Cadê o Nero, hein? — Perguntou Moira, saindo de sua tenda, já vestida completamente. Ela estava usando a capa que Brígida havia comprado.
— Ficou ótima — Disse Margareth, ignorando a pergunta.
— O Nero disse ontem que sairia correndo em direção ao mar no oeste — respondeu Brígida — Caso encontrasse algo, ele voltaria para avisar.
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Dinastia Grimm: A Presa Do Lobo Mau (Revisado)
Fantasi[Livro 1] Revisado! Felizes, mas não para sempre! Após serem convocados, cinco jovens aventureiros se juntam para formar um grupo de Caçadores, uma afiliação irresponsável pela proteção do vasto continente Grimm contra as criaturas malignas. Juntos...