CAPÍTULO 28: FOCINHEIRA PARA JOVENS PRINCESAS

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Com braços e pernas acorrentados, todos naquela carroça estavam impedidos de fazer qualquer coisa. Brígida se lamentava, pois de nada conseguiu fazer para impedir sua captura, a captura de Goodman e do sapo, na qual o nome já havia se esquecido. Por ser uma carroça para prisioneiros, era tudo fechado, mas passava um pouco da luz do sol pelas pequenas brechas.

Ela estava sentada. Havia tabuas de madeira elevadas para sentarem, uma em cada lado. A barda estava olhando para Goodman, que diferente dela, estava bastante ferido ainda. Só Deus sabe como ele ainda estava vivo. Parecia uma força de puro músculo e resistente a qualquer coisa, apesar de ser um sujeito gente boa.

— Senhor Good... você está bem? — Brígida perguntou.

Goodman olhou para ela com uma face neutra, escondida pelas sombras.

— Não se preocupe comigo, jovem barda.

A carroça parou. Ela conseguia ouvir vozes vindo de fora, vozes femininas em sua maioria. A voz estridente de Baba Yaga foi a mais reconhecível. Da boca da bruxa veio apenas xingamentos e provocações que não sabia se era de natureza sexual ou canibal. As outras vozes, apesar de familiares, não se lembrava de quem eram. Deduziu que alguma delas era de Carmilla, e que eram vozes femininas porque se tratavam do grupo de bruxas, As Rosas Vermelhas. "Sou uma garota esperta" pensou Brígida.

As portas foram abertas; Nero foi arremessado para dentro. Por ser muito grande, ele ficou no chão, com vários aparatos de metal para o impossibilitar de se levantar, além da focinheira. Não foi o único, já que Moira foi colocada inconsciente no lado de Brígida, enquanto Margareth do lado de Goodman, mas estava numa situação bem mais agradável que dos dois últimos.

— Brígida? — a maga perguntou, surpresa, porque acreditava que a barda já estava bem longe dali.

— Margareth, graças a Deus — a barda disse, sorrindo de felicidade por ver sua amiga — Faz aquelas coisas maneiras para nos libertar!

— Não dar. Confiscaram meus condutores de magia.

Logo foi a vez da princesa Ramona de ser colocada dentro. Ela entrou correndo para perto de Margareth, assustada com toda a situação. Antes das portas se fecharem, Carmilla surgiu e jogou uma focinheira nos pés da maga.

— Faz um favor, Meg — disse Carmilla — Coloque isso na Ramona... se não, eu coloco do meu jeitinho.

As portas foram fechadas.

Margareth olhou para aquela focinheira. De começo, não entendeu o que significava, mas logo se lembrou de Redwill, a amazona que sofre agora devido à maldição herdada de sua mãe. Maldições são herdadas, assim como algumas doenças, e Ramona é filha de Rei Adam... A Fera.

Margareth arregalou os olhos, com um desespero que não demorou nem três segundos. "É apenas uma criança" pensou consigo, mantendo a calma.

— É melhor obedecemos — a princesa branca como a neve dizia com um sorriso amável — Não sabemos o que ela faria com você caso ela coloque.

Ramona acenou a cabeça, permitindo que a maga colocasse a focinheira. Ficou firme, mas não tão apertado para não incomodar tanto. Ela ainda conseguia falar.

— Para onde estão nos levando?

No mesmo instante, luzes azuis atravessavam as brechas da carroça. Eram as chamas azuis de Dalíla. Margareth não acreditava que um dia estaria de cara com a madrasta má de sua mãe. Ela conseguia sentir um frio de todas, mas sem dúvidas, o frio que sentia na presença de Rosengerb era a mais intensa. Sentia seus dedos formigarem diante tanta magia negra.

Dinastia Grimm: A Presa Do Lobo Mau (Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora