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Alexandra mal pode acreditar em seus próprios olhos, ao sair da empresa após encerrar a semana de trabalho e dar de cara com a droga de um "deus nórdico" encostado a uma picape vermelha, com cara de poucos amigos e os enormes braços cruzados em uma postura intimidante. Ao seu lado o sobrenatural cão lobo, parecia tão sério quanto o dono.

_ O que você faz aqui? indagou em tom seco

Fez um gesto em direção a Ozzy, com intenção de afaga-lo em um cumprimento, mas  recebeu um rosnado irritado em resposta, se afastando em um sobressalto.

_ Achei que fossemos amigos, Ozzy.

_ Ele poderia dizer o mesmo. o tom dele foi cortante

_ O que veio fazer aqui, Mikael?

_ Duvido que queira ter essa conversa aqui, Alexandra. Entre no carro!

Abriu a porta com um gesto imperioso e aguardou ter sua ordem atendida.

_ Só pode estar brincando! Não vou com você a lugar algum! Não temos nada a dizer.

_ Você pode não ter, mas eu com certeza tenho! Agora entre no maldito carro. dessa vez o tom baixo estava carregado de ameaças

Querendo evitar um escândalo, ela entrou no carro e bateu a porta com força. Notou Ozzy tomando assento no banco traseiro e sentiu o corpo enrigesser de tensão. Se ajeitou no banco em uma postura defensiva, com a mão sobre a trava da porta.

_ Relaxe, Alexandra. Ozzy jamais faria mal a você, apesar do que fez a ele!

Nervosa mal registrou as palavras dele,  enquanto manobrava o carro e se metia no trânsito agitado, aquela hora do dia. Rodaram em silêncio por alguns minutos, até que ela perdendo a paciência se virasse pra ele, indagando novamente sobre o significado daquilo tudo.

_ Eu disse que vamos conversar, e vamos! Mas não no carro e muito menos no meio da rua. O quê tenho a dizer não requer plateia.

Mesmo irritada, decidiu acatar. Afinal ele tinha razão ao dizer que não queria plateia. Quando ela o confrontasse com a existência de uma esposa e um filho a caminho, não desejava ser alvo de piedade ou repreensão alheia. Distraída com os próprios pensamentos, nem percebeu para onde se dirigiam, até parar em frente a um portão que se abria. Só então notou a enorme propriedade na qual entravam, passando por canteiros muito bem cuidados, pode observar a belíssima casa  iluminada discretamente pelas luzes do jardim que a rodeava. Lembrava de ter visto os esboços da planta dessa casa, na mesa do escritório  no chalé onde ficaram.

_ Porque me trouxe a sua casa Mikael? Você perdeu completamente a noção? completamente desnorteada o viu descer e dar a volta para abrir a porta pra ela e Ozzy, que saiu em disparada

_ Pare com esse teatro e desça.

_ Não. sussurrou empalidecendo _ Me leva de volta!

Em um gesto, ele soltou o cinto que a prendia e a puxou para fora do carro, e ato continuo, após bater a porta com força capaz de solta-la das dobradiças, a arrastou até dentro da casa.

O que ele pretendia fazer? Confronta-la com a esposa e exigir que mentisse dizendo que não houvera nada entre os dois? Se sua intenção fosse a de humilha-la para que a mulher o perdoasse, iria quebrar a cara, pois não estava disposta a ser desfeiteada daquela forma. Grávida ou não a mulher dele iria ouvir a verdade, doesse a quem doesse!

_ Me larga, seu maldito homem das cavernas! gritou

Soltando-a abruptamente, fez com que caísse sentada sobre o confortável sofá, de forma nada graciosa.

_ Estúpido! Como ousa me tratar dessa forma?

_ Foi se o tempo que eu acreditava na sua aparente fragilidade! Uma mulher capaz de agir do modo cruel com que você agiu...

MikaelOnde histórias criam vida. Descubra agora