Capítulo 12 (Selene)

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pov Melinde

Quem sou eu? Isso importa para ele?

A imagem dele parado me olhando sob a luz do luar em um imenso jardim feito só para mim, de algum jeito me deixam encantada mais ainda por ele, ele me atrai mesmo quando o quero o mais distante de mim, mas depois desta noite não me importo de me revelar, pelo menos não para ele, até por que eu vou vazar daqui logo.

- Quem é você? - Ele pergunta de novo se aproximando de mim, porém desta vez mais sério.

E se ele se assustasse com a pessoa que sou, me chamaria de demônio e monstro como os outros? Nunca fez diferença para as outras pessoas me conhecer, sempre fui vista como aberração ou uma loba que foi abençoada com poderes por Selene, sendo uma ameaça a qualquer um.

Talvez ele seja diferente... Ou talvez não, bom não vai importar mesmo, acho melhor contar.

Caminho até um banco perto de um enorme chafariz rodeado de flores, sento no banco e sinto o vento acariciar meu rosto, ele se senta ao meu lado e vejo o brilho no qual sou encantada em seus olhos, mas desvio na direção das rosas.

- Eu tinha nove anos quando tudo começou, quando nossa raça estava no início... As bruxas atacaram nossa aldeia e mataram todos ali queimados, meus pais e eu fugimos pela floresta atrás de nossa casa, mas no caminho meu pai se sacrificou por nós. - Sinto um nó se formar em minha garganta e respiro o mais fundo para continuar. - Depois de cinco anos, estava voltando para casa quando minha mãe e eu fomos atacadas, assim como meu pai ela se sacrificou por mim, mas não sem antes me dizer o que eu era, meu propósito e as consequências se eu o evitasse.

- Você quer dizer não seguir a profecia? - Ele pergunta com a voz distante e eu apenas concordo com a cabeça.

- Depois de alguns anos, encontrei Ana enquanto vagava pelo mundo em busca de poder para derrotar Kaisa, foi quando descobri tamanho poder concedido pela Lua Azul, então comecei a treinar incansavelmente com Ana até hoje, não aceitaria uma vitória vindo daquela que matou minha família e minha alcateia, e bom depois desses anos eu encontrei o que mais eu evitei a vida toda. - Digo olhando para ele e o mesmo percebeu o que eu queria dizer, vi a decepção em seus olhos e desviar o olhar de mim, me sinto culpada por fazê-lo se sentir assim, mas é a verdade fazer o quê.

- É tão ruim eu ser seu companheiro? - Ele pergunta com a voz vazia olhando para o nada, puta que pariu não faz essa cara de cachorro abandonado, isso só faz eu querer te beijar seu idiota.

- Calma lá cachorro não foi isso que eu disse, mas ser sua companheira não quer dizer longe de problemas, ainda mais quando tem um monte de cadelas no cio atrás de você. - Digo divertida para descontrair o clima e vejo um sorriso leve nascer em seus lábios

- Você bota todas elas pra correr antes que eu as perceba. - Ele olha pra mim ainda sorrindo, e sinto meu corpo derreter diante do seu sorriso, tenho certeza que devo estar um pimentão agora, droga. - Mas voltando ao assunto, pelo que me disse é como se você tivesse vivido sempre nas sombras, então porque é conhecida em alguns lugares como...

Ele para de falar quando percebe eu desviar meu olhar do seu, encarando distraída as rosas na minha frente ou pelo menos tentando, não me orgulho do que fiz no passado, causei mal a muita gente, nem crianças fugiram da minha ira, matei muitas pessoas cruéis, porém matei muita gente inocente também, na época isso não me afetava era como se eu gostasse, mas hoje eu sinto o peso dessa culpa na alma, mesmo tentando fingir que não me importo.

- Desculpa, não quero parecer insensível. - Ele diz preocupado com minha reação, mas ele tá certo, eu sou um monstro e sei disso melhor do que ninguém.

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