Capítulo 1 (Passado)

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pov Melinde

Estava dormindo profundamente, quando acordei com um barulho vindo do lado de fora da casa, escuto gritos vindo de lá, desço de minha cama descalça caminhando assustada até a grande janela. Assim que meus olhos vem a cena de horror, solto um grito apavorada, são bruxas. Elas estão matando todos, as casas de nossa alcateia estão em chamas, a corpos estraçalhados por todos os lados. Escuto passos apressados vindo do corredor, corro para me esconder dentro do armário, quando a porta do quarto é aberta bruscamente, escuto minha mãe gritar por mim.

- Melinde!! Onde você está? - O desespero em sua voz me assusta ainda mais.

- Mamãe é você? - Pergunto com medo de sair e ser alguma das bruxas, papai disse que elas podem controlar as mentes das pessoas e se passarem por elas.

- Sou eu meu amor. - Ela abre a porta e me vê encolhida no canto, ela se apressa em me pegar em seus braços nos levando para o andar debaixo, me aconchego nela apertando sua blusa. Quando chegamos na sala, vejo papai apressado pegando algumas coisas e colocando em uma mochila.

- Filha nós precisamos ir, faça o que mandarmos e não saia de perto de nós entendeu? - Ele diz firme para mim, mas tem algo a mais que não consegui decifrar em suas íris. Aceno para ele mostrando que entendi.

- Por que as bruxas tão machucando as pessoas mamãe? - Pergunto confusa enquanto a mesma me pega pelo braço nos levando até a porta dos fundo que dá direto para a floresta negra.

- Agora não temos tempo, vamos. - Ela diz nervosa, meu pai vem logo atrás de nós. Entramos correndo pela floresta escura, com apenas a luz da lua a iluminando, sinto que algo muito ruim está pra acontecer, de repente paro por lembrar de ter esquecido meu ursinho na cama.

- Mamãe esqu.... - No mesmo instante ela tapa a minha boca com a mão me puxando para trás de uma árvore, me assusto com sua reação e tento me soltar de seus braços por estarem me apertando, mas paro de me mexer quando escuto passos se aproximando, vejo meu pai escondido atrás de uma grande rocha, ele sinaliza alguma coisa para mamãe que não consigo entender. Ele então pousa seus olhos sobre mim e consigo ver um véu de tristeza cobri-los, seus lábios sussuram bem baixinho para que só eu possa ouvir.

- Eu te amo. - Sinto uma pontada de dor no meu peito, por que sinto que o papai está se despedindo? Quando olho para frente vejo várias bruxas espreitando a floresta, papai sai de trás da rocha se transformando eu um lobo enorme de pelagem preta de dois metros de altura, ele parte para cima das bruxas, mas não tenho tempo para continuar olhando, pois ela volta a me puxar para corrermos.

- Mamãe precisamos ajudar o papai... Mamãe!! - Chamo por ela, mas ela não me responde, continua correndo mais para dentro da floresta, olho para seu rosto e vejo algumas lágrimas rolando. - Mamãe!

- Agora não Melinde, continue correndo! - Ela exclamou fria sem olhar para mim, continuamos correndo até chegar no meio da floresta onde paramos, ela solta minha mão dando alguns passos para frente, ela diz algumas palavras que não entendi e uma cabana pequena apareceu em nossa frente. Fiquei encantada por tal ato de minha mãe, foi a primeira vez que vi ela fazer isso, sem demora ela me puxou para dentro da casa, assim que ela fechou a porta, recitou algo outra vez e quando terminou, se virou lentamente para mim e me olhou com seus lindos olhos azuis. - Melinde, o seu pai...

Ela não conseguiu terminar a frase, e desabou na minha frente, estava ajoelhada com as mãos no rosto para eu não a ver chorando, uma tristeza avassaladora me atingiu por ver minha mãe assim, justo ela que sempre está sorrindo. Dou alguns passinhos até ela, e dou uma abraço forte nela e distribuo beijinhos por todos seu rosto.

- Não fica triste mamãe, diz onde dói pra eu dar um beijinho pra sarar. - Ela tira as mãos do rosto, e vejo um sorriso pequeno em seus lábios, ela pega na minha mão e a leva até seu coração.

A Última SupremaOnde histórias criam vida. Descubra agora